Review faixa-a-faixa: Ghost - Infestissumam

quinta-feira, 11 de abril de 2013



AVISO: antes de começar o texto, gostaria apenas de informar algo aos nossos leitores. Já que nem a própria banda considera definitivo o uso do B.C. em seu nome, vamos continuar chamando a banda simplesmente de Ghost aqui no All That Metal, ok?

Não há dúvidas quanto ao fato de "Infestissumam" ser um dos álbuns mais aguardados de 2013. O Ghost tornou-se uma mega sensação da cena mundial de forma meteórica, e todos estavam curiosos para saber se a banda que é o hype do momento no Metal conseguiria manter o nível de qualidade de seu debut. Em seu primeiro trabalho, "Opus Eponymous", a banda nos trouxe um som muito influenciado por bandas como Blue Oyster Cult e Mercyful Fate, mas com uma sonoridade mais inspirada nos anos 70. Não bastasse o som ser algo atípico para as tendências atuais, a banda ainda trouxe um clima de mistério envolvemente com seu aspecto visual. 
Acredito que antes de escutar um trabalho do Ghost, o ouvinte deve ter algo em mente: essa não é uma banda feita para soar original. Honestamente, eu acredito que o Ghost tratava-se de um grupo de amigos que pensou em formar uma banda diferente do que estava sendo feito no momento e, por acaso, acabou dando muito certo. Tanto que, ao longo de "Infestissumam" podemos notar momentos em que a banda faz o seu som padrão já apresentando no debut, ao mesmo tempo em que encaixa aqui e ali pequenos detalhes para diferenciar um pouco o som da banda. 
Preparamos um review faixa-a-faixa para você ficar por dentro do que é exatamente "Infestissumam". No geral, é um álbum recomendando até mesmo para quem não curtiu muito o primeiro trabalho dos suecos. Como eu disse, não espere por algo muito original, é o tipo de banda que você escutar por pura diversão. 


1 - Infestissumam
É com corais inspirados em cantos gregorianos que começa o novo trabalho do Ghost. A faixa é, basicamente, uma intro com os corais citados entoando cantos luciferianos enquanto são acompanhados de um instrumental preciso da banda. Ótima canção para deixar o ouvinte dentro do clima do álbum. 

2 - Per Aspera Ad Inferi
Logo de cara, um ótimo riff que nos remete um pouco ao Thrash oitentista. Mas essa é uma impressão rápida que logo passa, dando início a primeira faixa com os vocais de Papa Emeritus II. É uma ótima canção para dar início aos shows da banda, trazendo o som já típico da banda. Interessante notar que até mesmo com um refrão em latim o Ghost consegue fazer músicas que grudam em sua mente logo na primeira audição.

3 - Secular Haze
Essa foi a primeira faixa divulgada do álbum, além de ser um dos melhores momentos do álbum. "Secular Haze" pode ser considerada como uma valsa macabra. Sim, é isso mesmo que você leu. Quem entende de música sabe do que estou falando, pois a canção utiliza um compasso de 3x4, típico de uma valsa. Os vocais de Papa Emeritus II destacam-se novamente durante essa canção, com uma interpretação muito bem executada pelo frontman.

4 - Jigolo Har Megiddo
Uma música que dá continuidade ao que foi feito no álbum anterior da banda. O típico som característico da banda, uma forma mais moderna de abordar as sonoridades setentistas. Os próprios efeitos de teclado podem levar você direto para essa época. O clima é reforçado durante o solo de guitarra e o subsequente trecho com corais relativamente discretos.

5 - Ghuleh/Zombie Queen
A faixa mais longa do álbum, com seus 7 minutos e meio de variações no clima. Seu início é lento, com um clima mais soturno e vocais sussurados. Embora não seja impressionante, vale citar as boas melodias desse trecho inicial. Depois de 3 minutos assim, a canção torna-se mais pesada e rápida, novamente com aquele clima setentista que a banda sabe reviver muito bem. O refrão é muito marcante e é outro que você não conseguirá esquecer quando escutar a música. Fora isso tudo, a banda ainda achou um espaço para encaixar riffs claramente influenciados pelo Surf Rock clássico, o que eu acho muito bacana, pois essas influências não ficaram explícitas e faz com que o álbum não permaneça soando sempre a mesma coisa. Particularmente, é minha canção favorita de "Infestissumam". 

6 - Year Zero
Não dá para negar que "Year Zero" foi composta já com o intuito de ser um single. E assim foi feito, já que o canção ganhou um vídeo bem interessante e que foi inicialmente censurado no You Tube. Tudo em volta do Ghost é uma polêmica desnecessária e a letra de "Year Zero" contribui ainda mais para isso. Ou você acha que não vai ter cristão por aí criticando o verso que diz "Belial, Behemoth, Beelzebub, Asmodeus, Satanas, Lucifer"? E no fundo é puro marketing incentivado por pessoas que levam a sério esse tipo de coisa, o que deve fazer os integrantes da banda darem boas risadas. Desconsiderando tudo isso, "Year Zero" é sim uma das faixas de maior destaque do álbum.

7 - Idolatrine
Desafio a todos que estão lendo isso: quero ver quem escuta essa música e não fica com o refrão dela na primeira audição preso a sua mente. Sim, eu estou falando isso novamente, mas é a mais pura verdade. Essa banda está especializando nisso, quase todas as músicas possuem aquele tipo de refrão que você pode ver claramente todos cantando em um show. No geral, a música é apenas grudenta. Não é ruim, mas está longe de destacar-se em meio ao trabalho como um todo. 
 
8 - Body And Blood
Uma canção mais arrastada e novamente com aquele clima setentista com pegada mais moderna. Vale a pena destacar também por não ter uma letra tão infantil como outras do álbum. Mas, logicamente, lembre-se do que eu disse sobre o Ghost não ser o tipo de banda que deve ser levada a sério. Musicalmente, uma canção agradável e de extremo bom gosto.

9 - Depth Of Satan's Eyes
Possivelmente a música que esteja mais próxima daquilo que a banda fez em "Opus Eponymous". É uma das canções mais pesadas do álbum e possui linhas de teclados simples mas que funcionam muito bem para dar um tom grandioso a canção. Destaque também para o clima mais macabro que ela possui em determinados momentos, algo que ficou faltando um pouco ao longo do álbum.

10 - Monstrance Clock
Outra música que foi feita para virar single. Eu sei, eu sei, já disse isso outras vezes, mas sim, ela tem um refrão grudento também! Honestamente, eu realmente gostei muito do clima dessa música. Ainda mais pela metade dela, quando o peso é quebrado por um trecho de orgão que torna-se mais pesado e repete continuamente o trecho da letra com "come together, together as a one... come together, for Lucifer's son".

Conclusão:
"Infestissumam" é um álbum que vale a pena uma conferida. Ele está muito longe de ser algo revolucionário, mas ainda assim, obrigatório para quem curte um som com influências mais clássicas. Vi muitas pessoas criticando a banda pelos mais diversos motivos, dizendo-se decepcionadas com o álbum. Então, pergunto: o que vocês esperavam? 
Entendam, o grande diferencial do Ghost reside no contraste entre canções de influência setentista e suas letras voltadas ao ocultismo e satanismo. Eles fazem exatamente o que Alice Cooper, por exemplo, fazia no início de sua carreira, mas de uma forma muito mais explícita. Numa época em que estamos sendo bombardeados diariamente por Deathcore, Metalcore e outros core crap genéricos, ter uma banda como essa em destaque na mídia mainstream é uma das melhores coisas que poderia acontecer para a cena. 

Nota: 4,5


Um comentário:

  1. O Ghot nao é uma banda formada por um grupo de amigos que de resolveram fazer "algo diferente" do que estava sendo feito. O Ghost tem integrantes de bandas conhecidas de Black/Death metal da Suécia. O Vocalista é Mary Goore ( Tobias Forge) Da banda de death Repugnant e Subvision, e existem boatos de membros da banda de black Watain tbm no Ghost. Minha opinião como fã da banda. " O Ghost é uma banda formada por caras malvados do Black Metal, que resolveram se juntar e fazer um som mais Pop pra tentar ganhar uns trocados a mais. hahaha" E deu certo, o Ghost tem um som excelente e uma nostalgia enorme lembrando bandas dos anos 70/80. Recomendooo

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