Review de CD: Sodom - Epitome Of Torture

sábado, 27 de abril de 2013


Poucas bandas sabem evoluir sua música ao longo dos anos sem perder sua identidade própria. O Sodom é uma dessas bandas que consegue ir mais além em cada lançamento e ainda assim manter-se fiel a todas as características que fizeram a banda ser mundialmente respeitada. Ou seja, "Epitome Of Torture" é exatamente o que os fãs poderiam esperar, um Thrash Metal puro com aquela boa e velha pegada teutônica. De certa forma, o álbum parte do mesmo ponto que a banda parou em "In War And Pieces", de 2010.
O álbum abre com "My Final Bullet", uma faixa que pode até enganar algum ouvinte ocasional da banda com algumas passagens mais melódicas. Mas o restante do álbum é bem diferente e podemos ter certeza disso com a próxima faixa, "S.O.D.O.M", que certamente vai virar um hino nos shows dos alemães.


A faixa-título do álbum lembra um pouco o Kreator, talvez pelo fato de ser aquele típido Thrash alemão que citei anteriormente. É como escutar algo da Bay Area dos anos 80's ou mesmo da cena mineira em seu auge, você sabe a origem desse som e não tem dúvida alguma de sua qualidade. "Stigmatized", primeiro single do álbum, vem logo na sequência com todo o seu peso e o vocal doentio de Tom Angelripper. Um dos pontos altos do trabalho. 
A dobradinha "Cannibal" e "Shoot Today - Kill Tomorrow" é o melhor momento do álbum. Não consigo imaginar um fã de Thrash Metal que não fique empolgado com essas duas músicas, peso bruto direto na sua cara. "Invokating The Demons" tem uma levada um pouco diferente do restante do álbum, com um solo de guitarra bem melódico de Bernemann. Destaque mais uma vez para o vocal de Tom, uma das vozes mais únicas do Metal. Logo depois, "Katjuscha" traz de volta a porradaria que permeia a maior parte do petardo, Thrash Metal puro e sem frescuras.
Eu diria que "Into The Skies Of War" é a canção menos atrativa do álbum, não que ela seja ruim, apenas não parece estar no mesmo nível das outras músicas. O álbum fecha com "Tracing The Victim", outro ponto alto desse trabalho. A faixa final tem uma levada mais arrastada, crescendo gradualmente até um refrão marcante e finalizando com linhas de guitarras mais melódicas. 
Importante lembrar que esse é o primeiro álbum do baterista Markus Freiwald, estreiando de forma marcante e mandando muito bem ao longo de todo o álbum. Acredito que a banda ganhou muito com sua chegada, pois é um baterista que sabe ser preciso, tem uma pegada agressiva e uma ótima técnica. Exatamente como deve ser o responsável pelas baquetas no Sodom. 
Em suma, "Epitome Of Torture" é um álbum recomendando tanto para fãs mais old school quanto para ouvintes ocasionais de Thrash Metal. É um álbum direto e sem frescuras, daqueles que te faz perceber que ainda hoje é possível produzir algo de qualidade nesse gênero. Digo isso pelo fato de que é comum muitas pessoas falarem que o Thrash Metal de verdade já morreu, o que é um grande engano. Para essas pessoas, eu sugiro que parem de escutar um pouco o Big Four estadunidense e procurem pelo álbum aqui resenhado, bem como os álbuns mais recentes de Kreator e Tankard. 
Vai ganhar nossa nota máxima pelo simples fato de que é o tipo de álbum que precisa ser gravado hoje em dia. Dê o play e bata cabeça por 40 minutos sem parar.

Nota: 5







Tracklist:

01. My Final Bullet
02. S.O.D.O.M.
03. Epitome of Torture
04. Stigmatized
05. Cannibal
06. Shoot Today, Kill Tomorrow
07. Invocating the Demons
08. Katjuscha
09. Into the Skies of War
10. Tracing the Victim


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