Electric Funeral: Sunn O))) - Parte 1

quinta-feira, 18 de abril de 2013



  Olá camaradas, a falecida coluna de quinta feira, A Fine Day to Die, renasceu sob nova tutela; das cinzas do velho Black Metal cristaliza-se algo mais caótico e primordial, ondas sonoras perdidas por aeons no vácuo tremeluzente pedem aos seres veiculadores da consciencia uma chance para se manifestarem, e eis que elas chegam a nós, distorcendo o ar em frequencias hipnóticas e evocando visões abissais em seus interlocutores. Electric Funeral será uma coluna voltada especialmente ao Doom/Drone/Sludge/Stoner Metal, porém visando também abranger quaisquer generos que assambarquem a mesma estética; se você aprecia frequências inortodoxamente baixas e riffs distorcidos ad infinitum, este é seu recanto quinzenalmente, sempre ás quintas-feiras.

 Sem mais delongas, gostaria de recomendar uma trilha Sonora para a leitura deste breve texto, e quiçá os minutos que a seguirem:

Sunn O))) - Black One:

00:00: Sin Nanna
02:17: It Took the Night to Believe
08:12: Cursed Realms (Of the Winterdemons)
18:12: Orthodox Caveman
28:06: CandleGoat
36:09: Cry for the Weeper
50:44: Bathory Erzsebet


  Stephen O'Malley e Greg Anderson são os nomes das figuras encapuzadas que compõem a banda des de seu genese, fora um set completo dos mais profanos pedais e amplificadores Sunn (que dá nome a banda, que segundo O'Malley foi também um jogo de palavras com o nome da banda Earth), a dupla conta com uma enorme gama de convidados especiais, dentre eles Attila Csihar, Boris e o Earth (falarei deles com mais calma em um post futuro).
  Existem controversias dentre meios menos informados, quanto Sunn O))) ser considerado ou nao música, isso se deve á verdadeira natureza da obra do grupo: suas músicas buscam um aspecto físico do interlocutor: se ouvido em speakers de boa qualidade e capazes de reprodução de freqüencias mais graves, Sunn O))) vira uma sinestesia aonde ondas sonoras não são apenas sentidas como som, mas também sua parte fisica nos envolve: paredes sônicas jorram dos amplificadores em um fluxo constante, ressoando em tudo á sua volta e lentamente sendo absorvidas pela materialidada á sua volta, como alude a música My Wall, primeira track no album White 1 (reviews dos albuns na segunda metade do post, amiguinhos), uma poesia druidica recitada por Julian Cope

Then I hear camp followers bellow afar
Their shrieking lament for Johnny Guitar:

"Look to the farthest far horizon
Look to the bloodlust deepest scar
Look to the scattering Brythonic uprising
For this be the wall of Johnny Guitar

There be the ditch that you shall die in
Here be the wall that I shall cry on
Ditch dug with antler and ox bone shovel
This rising wall that shades our ancient hovel."

 Por esta razão, interlocutores casuais que ouvem algumas músicas em seus speakers do computador ou em earplugs convencionais perguntam-se aonde encontra-se a arte no barulho de geladeira estragada que estão ouvindo. Eis o testemunho de um jovem que presenciou Sunn O))) em seu pleno fulgor (e cujos reviews eu recomendo):






A temática da banda aborda des de mantras druidicos meditativos até violentas torrentes sonóras, compreendendo em vezes, elementos experimentais, como o som propositalmente estourado em Bassaliens, segundo track de White 2. Com 6 albuns de estudio e uma infinidade de EPs e Lives, assim como projetos paralelos, aventurar-se no abismo boreal de Sunn O))) prova-se uma viagem vertiginosa e diversa. Na segunda parte do post traçarei uma linha do tempo com reviews de seus albuns em estudio, assim como um breve ensejo sobre alguns de seus projetos, até a próxima jovens acólitos.

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