O que esperar do Rock In Rio? - Parte 2

terça-feira, 16 de abril de 2013


A próxima edição do Rock In Rio nos trouxe uma agradável surpresa. Ao contrário das 3 edições anteriores do festival (1991, 2001 e 2011), não vamos ter apenas um, mas sim dois dias dedicados ao Heavy Metal. O primeiro dia, 19 de setembro, tem o Metallica como headliner e foi abordado na primeira parte desse artigo (que você pode ler CLICANDO AQUI). Hoje vamos ter como foco principal as atrações do dia 22 de setembro, última noite do festival e que tem o Iron Maiden como atração principal. 




Entre pesos pesados

Semana passada, antes de falarmos do aguardado que tem Metallica, Alice In Chains, Ghost e muitos outros, comentamos um pouco sobre os dias que antecedem essas apresentações. Dessa vez, temos dois dias entre aqueles que são o principal foco de nosso artigo. A grande diferença é que na matéria anterior até tivemos alguns artistas dignos de destaque, mas agora há poucos que podem chamar a atenção de fãs de música pesada. No dia 20 de setembro, Bon Jovi será a atração principal. Mas não é novidade para ninguém o fato de que seus dias glam/hard ficaram para trás, apesar de canções como "You Gave Love A Bad Name" e "Livin' On A Prayer" estarem presentes no repertório. Para quem é fã dessa fase da banda, até vale a pena dar uma conferida. 
Já no dia 21 de setembro, Bruce Springsteen e sua E Street Band devem encerrar a noite. Particularmente, está muito longe de ser um artista que eu admire ou  mesmo digno de nota aqui no ATM, mas há quem goste. Para matar a curiosidade até dá para dedicar um tempo para assistir o show pela TV. Independente disso tudo, é o dia 22 de setembro que nos interessa.



Dia 22 de setembro

A última noite do Rock In Rio promete entrar para a história com apresentações espetaculares. O Iron Maiden vem com tudo trazendo a turnê Maiden England, que tem como base as apresentações feitas pela banda em 1988, quando estavam divulgando o clássico "Seventh Son Of A Seventh Son". Completando o line-up desse dia, ainda temos outras atrações muito aguardadas e algumas surpresas. 
Quem deve dar início as festividades no Palco Sunset é André Matos, um dos maiores músicos da história do Metal nacional. O vocalista vem realizando uma turnê onde está celebrando os 20 anos de "Angels Cry", primeiro álbum do Angra, além de incluir outras músicas de várias fases de sua carreira. André também está divulgando seu mais recente trabalho de estúdio, "The Turn Of The Lights", e vai contar com a participação de seus companheiros do Viper. Segundo o próprio André Matos, o show deve cobrir toda a sua carreira e os integrantes do Viper devem subir ao palco em determinado momento para tocar clássicos da banda. Sem dúvidas, um ótimo show para dar o pontapé inicial desse dia, uma vaga mais do que merecida para André Matos. Só vamos torcer para o Pit Passarell não tomar todas antes do show, como ele andou fazendo ano passado em algumas apresentações do Viper.


Os alemães do Destruction entram no palco logo depois. A lendária banda de Thrash ainda deve contar com o apoio de um representante gaúcho, o Krisiun. Aliás, temos Krisiun e Hibria esse ano levando para o mundo inteiro a bandeira gaúcha no Rock In Rio, que orgulho! Essa parceria promete ser uma das mais pesadas do festival, tem tudo para aquecer os banguers para o que teremos mais adiante nesse mesmo dia. Certamente, está garantido no repertório todos os clássicos do Destruction. Garantia de satisfação total nessa apresentação!


Outra banda alemã vem logo a seguir, o Helloween, contando com a participação de seu ex-guitarrista, Kai Hansen (Gamma Ray). A banda também traz na bagagem seu mais recente trabalho de estúdio, "Straight Out of Hell", que vem recebendo boas críticas pelo mundo inteiro. A parceria com Hansen não é novidade para ninguém, Helloween e Gamma Ray já vem fazendo turnês em conjunto há vários anos, inclusive passando pelo Brasil. Em sua turnê atual, a banda vem apresentando um repertório que cobre toda a sua carreira. O final do show, que tem a participação de Hansen, traz um medley com as canções "Halloween", "How Many Tears" e "Heavy Metal (Is the Law)", para depois fecharem o show com "I Want Out". Um prato cheio para fãs de todas as épocas da banda, melhor que isso só com Michael Kiske junto. 


O Sepultura deve apresentar-se mais uma vez no festival, dessa vez sendo a última banda a tocar no Palco Sunset. Como já havíamos comentado, o primeiro show é mais uma vez ao lado dos franceses do Tambours Du Bronx, e nessa segunda apresentação vamos ter a presença inusitada de Zé Ramalho. Na verdade, essa parceria entre ambos não é novidade, pois o Sepultura gravou a canção "A Dança das Borboletas" junto do músico paraibano, em 2003. Uma ótima canção, diga-se de passagem, que certamente deve ser inclusa no repertório. Por incrível que pareça, essa apresentação não é tão estranha quanto pode parecer. O Sepultura sempre teve boas influências da música popular brasileira, acredito que teremos uma excelente alquimia musical surgindo dessa apresentação.


Partindo agora para o Palco Mundo, encontramos um misto de opiniões diversas e bandas que podem dividir alguns fãs. Quem vai encarar a difícil tarefa de abrir a última noite desse palco é o Kiara Rocks. A banda paulista tem pouco tempo de estrada, foi fundada em 2008, mas já tem um currículo invejável e ganha cada vez mais destaque dentro da mídia mainstream. Lançaram dois álbuns que apresentam um som muito inspirado no Hard Rock e com letras em português. Honestamente, acredito que a banda pode ser uma grande surpresa no festival e talvez esteja sendo um pouco subestimada. O que é perfeitamente entendido quando considera-se que eles estão abrindo para o Slayer, o que não é nada fácil. Minha aposta é de um show relativamente morno, pois ninguém estará lá para ver a banda, mas ainda assim satisfatório em seu principal objetivo, ou seja, levar a banda a um novo patamar e difundir sua música para o mundo inteiro.


Sobre a próxima atração do evento, basta falar seu nome e todos já sabem o que está por vir: Slayer! Aparentemente, a banda vem ao Brasil sem Jeff Hannemann e Dave Lombardo, mas ainda assim é o "fuckin'" Slayer, lenda absoluta do Metal. Muitos de vocês podem culpar a banda por sempre fazer o mesmo álbum, sempre fazer o mesmo show, ou qualquer outro motivo pela qual você fique indignado com a banda. Mas eu duvido que qualquer um consiga ficar parado quando começarem a despejar clássico atrás de clássico, como "Seasons In The Abyss", "South Of Heaven", "Dead Skin Mask", "Raining Blood", "Angel Of Death"... enfim, eu poderia citar outras dezenas de músicas capazes de mover multidões no Rock In Rio durante um show do Slayer. Mas eu não preciso falar e vocês já sabem quais clássicos serão tocados nesse show. Afinal de contas, é o Slayer. E ponto. 


A tarefa inglória de tocar entre o Slayer e o Iron Maiden ficou para o Avenged Sevenfold. Eu já dei a minha opinião sobre a banda em um artigo publicado no primeiro dia de existência desse blog. Acho realmente triste uma banda com músicos tão talentosos acabar tornando-se a grande piada que é hoje em dia. Fora isso, a grande explosão da banda aqui no Brasil já passou, não é mais como antes. Levando tudo isso em conta, eu não ficaria surpreso se a banda for vaiada no palco, ainda mais tocando entre dois nomes gigantes que possuem fãs tão radicais. Mas vamos torcer para que o público brasileiro não seja tão irresponsável e acabe apreciando a apresentação da banda ou então aproveitando para ir comprar uma cerveja e ir no banheiro enquanto eles tocam. Considerando o que a banda faz hoje em dia, o mais provável é que apresentem um set list com base em seus 3 álbuns mais recentes, que tornaram-se grandes sucessos radiofônicos pelo mundo inteiro. 


Fechando a última noite do RIR, os ingleses do Iron Maiden retornam para a sua terceira apresentação no festival. A banda está trazendo uma super produção inspirada na Seventh Tour Of A Seventh Tour, de 1988, e um repertório repleto de clássicos dos anos 80. Ou seja, tem tudo para agradar os fãs da Donzela de Ferro. A produção de palco conta com três Eddie's e um cenário repleto de geleiras, além de muitos efeitos pirotécnicos. Canções como "The Prisoner", "Afraid To Shot Stragers" e a épica "Seventh Son Of A Seventh Son" foram tiradas do baú e devem fazer parte da apresentação. A única queixa por parte dos fãs é o fato de "Infinite Dreams" ter ficado de lado na primeira parte da turnê, assim como "Hallowed Be Thy Name", que pela primeira vez desde que foi lançada não integrou o set list dos shows do Maiden. Mas algumas surpresas ainda podem aparecer, em junho a banda volta a estrada com uma turnê pela Europa e vamos ter uma ideia melhor do que está por vir. Ao que tudo indica, a banda ainda deve apresentar-se por outras cidades brasileiras depois do RIR.


Enfim, essa foi a segunda parte de nossa matéria especial com o que os fãs podem esperar do próximo Rock In Rio. Espero que vocês tenham curtido e fiquem atentos para qualquer novidade do festival aqui no All That Metal. Ficaremos no aguardo para o maior evento musical do ano no Brasil.

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