Anathema & Paradise Lost em Porto Alegre (07/09/2015)

quarta-feira, 9 de setembro de 2015



Porto Alegre teve a honra de receber duas lendas inglesas do Doom Metal no feriado de 7 de setembro. Anathema e Paradise Lost desembarcaram em solo gaúcho para uma noite histórica para os apreciadores dos gêneros mais sombrios do Metal. O evento produzido pela Abstratti Produtora reuniu fãs de todos os cantos do estado no Bar Opinião para o que prometia ser uma oportunidade única de conferir as duas bandas juntas.

Mais do que apenas conterrâneos, as duas bandas são pioneiras do subgênero supracitado, especialmente o Paradise Lost que iniciou sua carreira com uma mescla até então única de Death e Doom Metal. Mas os anos passaram e ambos trilharam caminhos que dividiram os fãs. No caso do Paradise Lost, o grupo aventurou-se por sonoridades mais alternativas e próximas ao Gothic Rock, muitas vezes adicionando elementos eletrônicos em sua música. A turnê atual vem divulgando o álbum "The Plague Within", um trabalho muito mais próximo do que foi realizado em seus primórdios. Já o Anathema trilhou caminhos bem mais distantes da sonoridade de outrora, ao ponto de um ouvinte ocasional não ser capaz de perceber que trata-se da mesma banda. Os álbuns mais recentes da banda estão mais próximos do Prog Rock, Ambient e Alternative Rock do que o Doom que os tornou mundialmente conhecidos. Mesmo assim, fãs de longa data fizeram-se presentes, apesar do set list do Anathema ser totalmente composto por faixas pós-1998.

O Paradise Lost deu início aos trabalhos com "The Enemy" e "No Hope In Sight", faixa de seu novo álbum de estúdio. Cativando os presentes logo de cara, a banda demonstra grande presença de palco e carisma com o público, especialmente o guitarrista Gregor Mackintosh. Mas foi com "Gothic", faixa do disco homônimo de 1991, que a banda ganhou de vez o público. A trinca inicial da performance nos trouxe uma grata surpresa: o tempo foi muito generoso o vocalista Nick Holmes, pois sua voz soa exatamente igual ao cantar os clássicos com mais de 20 anos.



Toda a apresentação do Paradise Lost passeou por diversos períodos da carreira da banda. O novo álbum foi muito bem representado com "Victim Of The Past" e "Terminal", além de outras canções de fases mais recentes, como "Tragic Idol" e "Faith Divides Us - Death Unites Us". Mas é óbvio que os fãs estavam lá pelos clássicos, o que tornou-se evidente em faixas como "Enchantment" e "Hallowed Land", ambas do seminal "Draconian Times", de 1995.

Fecharam a primeira parte da apresentação com "One Second", para logo após retornarem com "An Eternity Of Lies", outra do novo disco. O final apoteótico fez as paredes do Opinião tremerem com "As I Die" e "Just Say Words", sendo essa última entoada a plenos pulmões pelo público. Grande apresentação que agradou os fãs que tanto aguardaram pela banda que fundamentou os princípios do Doom Metal. Se a noite acabasse por ali, muita gente já estaria satisfeita, mas estávamos apenas na metade e ainda teríamos o Anathema pela frente.



Muita correria no palco para preparar tudo para o Anathema e manter a pontualidade inglesa, com direito ao baixista Jamie Cavanagh atuando como roadie e testando todos os instrumentos no palco. O Anathema sobe ao palco com a faixa que leva o nome da banda, presente em seu mais recente trabalho, "Distant Satellites". Os irmãos Vincent e Danny Cavanagh não param um segundo no palco, sempre fazendo os presentes cantarem juntos cada música. A vocalista Lee Douglas entrou logo depois causando delírio na plateia e mandaram na sequência "Untouchable, Part 1" e "Thin Air".

Como dito anteriormente, o set list do Anathema tem como base os trabalhos mais recentes da banda, incluindo pouquíssimas faixas mais antigas. Tanto que logo depois tivemos as três partes da faixa "The Lost Song", também do novo álbum. Danny anunciou que a próxima seria uma das mais pesadas da noite e mandaram ver em "A Simple Mistake", uma das melhores canções de "We're Here Because We're Here". Sem nem deixarem os fãs respirarem já tivemos "The Beginning and the End" e "Universal". Verdade seja dita: ali acabou qualquer pose de true headbanger no recinto. Gostem ou não da nova fase do Anathema, é impossível não reconhecer que a banda inglesa alcançou uma sonoridade única, repleta de uma beleza sombria e melancólica de grande carga sentimental. 



O Anathema deixou o palco logo após "Closer", retornando com a faixa título de seu novo álbum com direito a uma iluminação de palco que remetia muito mais a uma boate de música eletrônica do que um show de Metal. Demonstrando cordialidade e respeito, Danny pede uma salva de palmas ao Paradise Lost, banda que começou isso tudo, para logo depois pedir ao público para acenderem seus celulares na próxima faixa: o clássico "A Natural Disaster"! Destaque especial para vocalista Lee Douglas, que literalmente calou o Opinião com sua belíssima performance de arrepiar. O final não poderia ter sido melhor com "Fragile Dreams", com seu riff entoado por toda a plateia e encerrando uma noite épica e inesquecível. 

O saldo final: duas das bandas mais importantes das ilhas Britânicas tocando repertório extensos (cada banda tocou cerca de 90 minutos) que passaram num piscar de olhos. Garanto que se cada banda tocasse por três horas ainda teríamos a mesma sensação. Certamente, shows que ficarão na memória de todos por muito tempo.

SET LIST PARADISE LOST:

The Enemy
No Hope in Sight
Gothic
Tragic Idol
Erased
Enchantment
Victim of the Past
Hallowed Land
Faith Divides Us - Death Unites Us
Pity the Sadness
Isolate
Terminal
One Second
An Eternity of Lies
As I Die
Say Just Words

SET LIST ANATHEMA:

Anathema
Untouchable, Part 1
Thin Air
The Lost Song, Part 1
The Lost Song, Part 2
The Lost Song, Part 3
A Simple Mistake
The Beginning and the End
Universal
Closer
Distant Satellites
A Natural Disaster
Fragile Dreams


Cavalera Conspiracy: a espera que gerou o caos

quarta-feira, 17 de setembro de 2014


Depois de duas décadas de espera para o retorno dos irmãos Max e Iggor Cavalera para a capital dos gaúchos, a dupla fundadora do Sepultura finalmente aportou em nossas terras sulistas com o Cavalera Conspiracy. Prestes a lançar seu novo álbum, batizado "Pandemonium", a banda dos irmãos mineiros apresentou diversas faixas dos trabalhos gravados com a banda que fundaram em 2007, além dos já esperados clássicos do Sepultura que atraíram tantos fãs ao Bar Opinião.

Os trabalhos da noite começaram por conta da banda Capadocia, grupo que tem origem na cidade de Santo André/SP e prepara-se para lançar seu debut, intitulado “Leader’s Speech”. O som do Capadocia tem como base boas doses de Groove e Thrash mesclados com outras influências diversas. Com uma performance bem energética, a banda foi conquistando o público aos poucos conforme o Opinião ficava cada vez mais cheio. 

Apesar da banda ter sido formada em 2011, os músicos do Capadocia já tem muita experiência e isso é visível (ou melhor, audível!) através de faixas como "Standing Still" e "Leaders In Fog". O set list ainda teve espaço para um cover de "Blackened", do Metallica, com direito a resposta imediata do público perante tal clássico. Particularmente, gostaria de destacar "Sounds Of An Empty Gun" com seu breakdown impossível de manter alguém sem bater cabeça. 



Pontualmente às 21h o baterista Iggor Cavalera surge no palco ao lado do guitarrista Marc Rizzo, para logo depois Max juntar-se a eles e dar início aos caos sonoro que instalou-se no recinto. A abertura foi com a faixa-título do primeiro álbum do Cavalera Conspiracy, "Inflikted", com Iggor já destruindo seu instrumento de trabalho. Sem nem deixar um breve espaço de tempo para os fãs respirarem, a banda já mandou na sequência "Warlord" e "Torture", ambas do disco "Blunt Force Trauma" de 2011. Interessante notar que apesar de boa parte do público estar presente para escutar os clássicos do Sepultura, a recepção para as músicas do Cavalera Conspiracy não ficaram devendo em nada, sempre prontamente recebidas com muita insanidade pelos presentes. 

Dentre as observações iniciais, podemos constar que mais um integrante do Soufly foi adicionado a formação da banda que está em turnê, pois o baixista Tony Campos está substituindo Nate Newton. Outro fator relevante foi a presença de palco de Max em comparação ao ano passado, quando ele esteve nesse mesmo palco do Opinião com o Soulfly. No ano passado o show pode ter sido excelente, mas era visível o cansaço de Max, o que não aconteceu dessa vez, visto que presenciamos um frontman muito mais interativo com a plateia e com mais presença de palco. Lógico, tenha em mente um Max com presença de palco usando como parâmetro os dias atuais e não os tempos de Sepultura onde ele bebia meia garrafa de whisky antes de cada performance. 



Os primeiros clássicos do Sepultura presentes no repertório vieram na forma de um medley que envolvia "Beneath The Remains", "Desperate Cry" e "Troops Of Doom", com direito ao público cantando a plenos pulmões o riff inicial dessa última. Uma trinca de faixas do disco "Inflikted" veio na sequência, com "Sanctuary", "Terrorize" e "The Doom Of All Fires", fazendo-se notar novamente o quanto o público recebeu bem a banda que uniu novamente os fundadores da maior banda de Metal brasileira. Mas é claro que clássico é clássico e todos esperavam por canções dos velhos petardos, sendo prontamente atendidos com "Wasting Away", presente no único disco do Nailbomb ("Point Blank", de 1994). 

"Babylonian Pandemonium" foi apresentada ao público gaúcho antes de seu lançamento, conforme tem sido feito ao longo da turnê pelo Brasil, com direito a Max pedindo para o público cantar ao final da música. E de uma novidade a banda foi direto para um dos momentos mais esperados: o tradicional medley de "Arise" e "Dead Embryonic Cells", gerando um êxtase coletivo no local e alguns dos maiores 'circle pits' da noite. Em contrapartida, o único ponto baixo da noite veio na sequência com "Killing Inside". É uma ótima música, disso não há o que duvidar, mas ela realmente não soa do mesmo jeito ao vivo, parecendo muito mais crua do que na versão de estúdio. 




Mandar na sequência as duas faixas de abertura do mega clássico "Chaos AD" é uma tremenda covardia, mas assim foi feito com a execução de "Refuse/Resist" e "Territory", mais uma vez fazendo as paredes do Opinião tremerem. Ritchie Cavalera, enteado de Max, juntou-se a banda no palco para a performance de "Black Ark", mais uma do "Inflikted", certamente um dos momentos mais marcantes da noite. Sem deixar o povo descansar, mandaram mais uma nova, "Bonzai Kamikaze", provando que Max estava falando a verdade de que este vai ser o álbum mais brutal do Cavalera Conspiracy. 

O final da primeira parte do show foi com "Inner Self" e "Attitude", fazendo a felicidade geral de quem compareceu querendo escutar os clássicos que forjaram uma lenda da música brasileira. Me pergunto se algum fã conseguiu ficar parado nesse momento do show, especialmente o pessoal das antigas em "Inner Self" por tratar-se de um hino da cena nacional. A promessa foi da banda retornar se a plateia fizesse barulho, o que sucedeu-se com a banda tocando "Orgasmatron", cover do Motörhead que o Sepultura imortalizou nos tempos de "Arise". O encerramento não poderia ser mais óbvio com "Roots Bloody Roots", mas confesso que bateu aquela sensação de tristeza por saber que já estava acabando e o final mais rápido que a banda está tocando para esta música é como a última oportunidade de você enlouquecer no show. 

 

É óbvio que qualquer fã das antigas não tem como sair 100% satisfeito de um show como esse, pois sempre faltam inúmeras músicas que você gostaria de escutar e não estavam no repertório. Um exemplo disso é "Necromancer", que segundo Max na entrevista que realizei com ele seria tocada nessa turnê, mas no final das contas esteve presente apenas no show de Belo Horizonte com participação de Jairo Guedz. Mas tudo bem, após tanto tempo de espera valeu cada segundo para quem estava lá e assistiu os irmãos Cavalera fazendo história em Porto Alegre novamente. Forte candidato a melhor show do ano! 

Para conferia a galeria completa de fotos, CLIQUE AQUI!


ReVamp: espetáculo para os fãs mais fiéis

sexta-feira, 30 de maio de 2014


Texto por Tiago Alano
Fotos por Martha Buzin 

O fim de semana passado foi uma verdadeira benção aos fãs de Metal do Rio Grande do Sul. Após o show memorável do Deicide em São Leopoldo no dia 24, chegou a vez de conferir o Revamp em uma fria noite de domingo no Bull Pub. A banda capitaneada pela vocalista Floor Jansen aportou em terras gaúchas com o evento sob a produção da Cronos Entertainment, sendo esse o primeiro show realizado pela produtora em Porto Alegre.

Desnecessário falar, mas todas as atenções estavam voltadas a Floor. A casa podia não estar cheia, mas quem estava lá eram os verdadeiros fãs da banda, não apenas observadores casuais da carreira renomada da vocalista holandesa. A própria sonoridade do ReVamp difere-se muito dos outros trabalhos que elevaram a voz de Floor a uma das mais conhecidas da cena mundial. Afinação baixa, variações rítmicas, influências de Prog e até mesmo Djent. Isso é o Revamp, algo muito além do que escutamos no After Forever e na mais recente empreitada de Floor como frontwoman, o gigante Nightwish.



Devido aos atrasos na agenda da banda, houve uma inversão na ordem das apresentações, com o Revamp tocando antes da banda convidada para fazer a abertura, os cariocas do Revengin. Divulgando seu mais recente álbum, o excelente "Wild Card", o Revamp deu início aos trabalhos com as duas faixas que abrem o disco: "The Anatomy Of A Nervous Breakdown: On The Sideline" e "The Anatomy Of A Nervous Breakdown: The Limbic System". Duas canções com muito poder e peso, perfeitas para começar a apresentação e realmente eficazes para levantar o público logo de cara.

Ao contrário do que foi relatado na noite anterior em Curitiba, Floor Jansen esbanjava simpatia. Brincou com o público, deu risada e mostrava-se realmente contente em estar no palco. Ouso dizer que fazia muito tempo que não via uma banda com tanta vontade de tocar. O guitarrista Arjan Rijnen dá um show à parte, um músico com grande presença de palco e técnica, por várias vezes ficava na volta do baterista Matthias Landes segurando seus pratos e dando muitas gargalhadas. O tempo inteiro é possível notar que os integrantes do Revamp gostam muito do que fazem, não são músicos que fazem uma mera apresentação fria e padronizada.



A banda apresentou um set que cobriu muito bem seus dois álbuns de estúdio, contando com as principais faixas de ambos. "Wild Card" foi muito bem representado com a faixa-título e outras excelentes canções, como "Precibus" e a magnífica "Distorted Lullabies". Em "Kill Me With Silence", do primeiro disco autointitulado, temos uma boa amostra do que é o som da banda, com muitas mudanças do clima da música, ressaltando também a versatilidade da voz de Floor. Ainda do primeiro álbum a banda apresentou a belíssima "Sweet Curse", uma balada de extremo bom gosto que emocionou os fãs.

"Here's My Hell" trouxe outro dos momentos mais empolgantes da noite, particularmente uma de minhas favoritas da banda, seguida pela pesada "Head Up High". Mas o ápice ainda estava por vir: Floor anuncia que a próxima era uma canção gravada com um certo canadense chamado Devin Townsend, "The Anatomy Of A Nervous Breakdown'- Neurasthenia". Quem acompanha o programa do All That Metal na Rádio Putzgrila sabe que para nós acima do Deus Metal está somente Devin Townsend, então imaginem a empolgação que tomou conta deste que vos escreve. Mas a banda ficaria ainda mais empolgada com uma surpresa: um grupo de fãs estava com papéis nos quais estava escrito "Let your demons dance", todos erguidos no trecho da música que contém esse verso. Impagável o rosto dos músicos ao verem tal cena! Floor agradeceu muito aos fãs ao final da música e tirou uma foto que foi parar em seu Instagram.



O fim da primeira parte do show foi com "Wolf And Dog", outra faixa do disco mais recente, contendo riffs que remetem muito ao Meshuggah. A banda ainda retornou ao palco para o bis, que teve direito a uma música muito especial: "Energize Me", um dos maiores hits do After Forever. As paredes do Bull Pub tremeram! Fecharam com "In Sickness 'Till Death Do Us Part - Disgraced" após um set list longo que pareceu ter sido executado em menos de meia hora de tão agradável que foi. Como a própria Floor falou, sinal de que aproveitamos bem, nos divertimos e não percebemos o tempo passar. Se dependesse de mim, poderiam repetir todo o set de novo.

Como foi dito no início do texto, a banda carioca Revengin ficou com a difícil tarefa de tocar após o Revamp. Infelizmente, o público ficou bem reduzido, pois muitos precisaram ir embora por motivos diversos (deslocamento, viagem, trabalho de segunda-feira), outros estavam envolvidos com o Meet & Greet com o Revamp e os demais talvez não tenham respeito pelas bandas nacionais. A banda tocou algumas músicas do seu primeiro álbum, "Cymatics", canções bem construídas e que fogem dos clichês que assolam o Symphonic Metal hoje em dia. Impossível não destacar o baterista Hugo Bhering, literalmente um monstro das baquetas! Espero conferir novamente a banda em uma oportunidade melhor, pois problemas técnicos também prejudicaram a performance do grupo carioca.



O saldo final foi realmente positivo, uma pena a casa não estar lotada, mas isso deu um ar mais intimista e a banda fez um dos melhores shows que a capital gaúcha assistiu nos últimos meses. Quem perdeu deve lamentar muito por isso. Mesmo com os contratempos, o pessoal da Cronos Entertainment está de parabéns pelo profissionalismo e por manter uma comunicação aberta com o público local. Esperamos que retornem com novas atrações em breve!

Deicide: inacreditavelmente entre nós!

terça-feira, 27 de maio de 2014

Texto por Ana Rauber
Fotos por Martha Buzin 

 
Sim, eles realmente estiveram entre nós. Creio que a épica noite de sábado (24 de maio) foi uma sucessão de escolhas bem feitas e pontos positivos, começando pela frase do cartaz. Aquele “finalmente eles estarão entre nós” na imagem de divulgação, compartilhada exaustivamente nas redes sociais e espalhada pela cidade de São Leopoldo, parecia querer reforçar a ansiedade e êxtase que a proximidade com a data trazia.


A importância do Deicide para o metal extremo pôde ser reafirmada através do público: dentre os mais de 1200 presentes, grande parte das bandas gaúchas estavam lá com pelo menos um integrante representando, como a Symphony Draconis, Human Plague, Hate Handles, In Torment, Spleenful, Distraught, Postmortem, DyingBreed, Scarpast, Horror Chamber e inúmeras outras.


Quanto ao local do show, embora o fato de não ser Porto Alegre a cidade escolhida (o que foge do padrão de shows internacionais ocorreram na capital) tenha gerado desconfianças, não haveria lugar melhor para sediar o evento: Deicide era o nome que faltava para de fato consagrar o Storm Festival em sua edição n°50 como um dos mais importantes dentro da cena underground do país. São Leopoldo, berço dessa história, merecia essa honra.


Desde estrutura montada no Largo Rui Porto, o estacionamento gratuito disponibilizado, som de qualidade, iluminação, segurança, banheiros, até um dos itens mais importantes para um show de metal de sucesso (a cerveja gelada com preço justo e atendimento rápido) o evento foi impecável, o que demonstrou, para além do profissionalismo já conhecido da organização, o respeito dos mesmos com o público e bandas.


Diferente do que do estamos (mal) acostumados, o evento foi pontual. Cheguei com poucos minutos de atraso e, por volta das 19 e 12, a banda Exterminate já estava quebrando tudo no palco. Conhecidos já pela maioria do público, o show foi rápido mas certeiro em aquecer os tímpanos e pescoços para a quebradeira que viria. Antes de descer do palco, eles ainda convidaram o público para migrarem para a Embaixada do Rock e agradeceram aos presentes.



Passados alguns minutos de intervalo, a Bloodwork subiu ao palco e, o público que ainda estava chegando, foi aos poucos ocupando os espaços vazios que restavam à frente. O show com pouco mais de 20 minutos de duração teve alguns problemas técnicos que, diante da empolgação do público e presença de palco da banda, quase passaram despercebidos.


Antes do aguardado show, os produtores Márcio (Makbo) e Leonardo (Storm Festival) tomaram o microfone para agradecer o público presente que veio de diversas partes. Segundo Márcio haviam fãs do Paraná, São Paulo, Santa Maria e outras inúmeras cidades do estado. Para além, eles fizeram questão de reforçar o que todos nós já sabemos: a dificuldade de conseguir apoio para a realização de eventos de metal extremo. Mas, graças a um servidor da prefeitura fã de Deicide eles conseguiram a liberação para o local e o show tão aguardado teve início antes mesmo deles concluírem o agradecimento: Glen Benton apareceu ao fundo e os gritos do público foram o presságio do caos que começaria em seguida.





A ode ao diabo começou com um rápido e discreto sorriso de Benton, que logo veio seguido de Homage for Satan, música do álbum The Stench of Redemption de 2006, o primeiro álbum da banda após a saída dos irmãos Hoffman. Em seguida veio Dead by Dawn, do álbum de estreia da banda em 1990. O público, que ainda estava meio tímido (ou descrente com o que via), foi ao delírio com a sequência dos clássicos Once Upon the Cross (álbum homônimo de 1995) e Scars of the Crucifix (lançado em 2004, foi o último álbum que contou com a formação original da banda).





A primeira pausa veio com a conversa (sempre) breve de Benton com o público, que ressaltou como era bom estar de volta ao Brasil e, assim como previsto em virtude das quatro primeiras do set list, tocariam músicas recentes e antigas. Em seguida veio In The Minds Of Evil (do álbum homônimo lançado em 2013 e que marcou para muitos a ruptura - não definitiva - com a técnica aplicada nos álbuns anteriores e o retorno as raízes e essência death da banda). Seguindo a sequência do próprio álbum veio Thou Begone.



As demais pausas entre as músicas vieram acompanhadas de inúmeras palhetas de Benton jogadas ao público em seus raros momentos de contato visual com os fãs (visto que o jeitão característico de cantar olhando para cima de mantém até hoje). E foi assim que When Satan Rules His World (Once Upon the Cross, 1995) e Serpents of the Light (do álbum homônimo de 1997) foram executadas. They Are The Children Of The Underworld (outra do clássico Once Upon the Cross, 1995) foi anunciada por Benton e como esperado, foi uma das músicas mais aplaudidas da noite.



Conviction (do álbum To Hell with God, de 2011, possivelmente uma das músicas atuais do Deicide mais populares em virtude da divulgação massante do videoclipe) e as duas músicas do álbum Legion (1992) em sequência, a Dead but Dreaming e Trifixion, mostraram a supremacia da banda: mesmo em épocas tão distintas e com gravações em ritmos diferentes, Deicide conseguiu manter a fidelidade dos fãs.



A sequência de clássicos foi cortada pela execução de End the Wrath of God, Beyond Salvation e Misery of One músicas do último álbum, o In the Minds of Evil, de 2013. Os clássicos retornaram com Kill the Christian (Once Upon the Cross, 1995) e Sacrificial Suicide (clássica do primeiro álbum e que, para muitos, ainda é o que mantém viva a lembrança daquela historinha de suicídio do Benton. É Benton, nós lembramos!) que aparentemente haviam encerrado a noite. Após saírem do palco, a banda retornou em instantes enquando o público entoava “Deicide, Deicide, Deicide”. A noite de encerrou definitivamente com Godkill, também do último álbum. Glen Benton jogou mais algumas palhetas enquanto Kevin Quirion e Jack Owen aplaudiram os presentes e Steve Asheim, surpreendentemente caloroso cumprimentou o público.


O Storm 50 por si só já encerraria a noite como histórica, mas não posso deixar de mencionar o que ocorreu na sequência. Seguindo o convite feito pela Exterminate e Bloodwork no palco, parte do público migrou no final do evento para a Embaixada do Rock. O clima de reunião de velhos amigos que já havia se instaurado do Largo Rui Porto continuou por lá. Santa Maria, Pelotas, Porto Alegre, São Leopoldo e outras cidades demonstraram do que o metal é realmente feito: união. Após o (segundo) show da Exterminate na noite, outras bandas presentes por lá subiram ao palco usando os instrumentos da própria Exterminate (sendo a Postmortem a primeira).


Parabéns público, bandas, organização, patrocinadores e produtores: vocês são foda!

Nós da equipe do All That Metal agradecemos ao Leonardo, Márcio e Renato pela confiança e desejamos ainda mais sucesso nos próximos eventos.

Deicide: a lenda do death metal estará entre nós!

quinta-feira, 1 de maio de 2014















Depois de anos de espera entre os fãs de death metal, “finalmente eles estarão entre nós”! O primeiro show do Deicide nos pampas gaudérios rolará em São Leopoldo no dia  24 de maio, em São Leopoldo. Celebrando cinquenta edições, o Storm Festival (evento que já trouxe grandes nomes das mais diversas vertentes do metal) é o responsável por trazer a lenda do death metal para o estado, com o patrocínio da Influx.

Além da certeza de um grande show, a organização tem a preocupação de fazer um evento inesquecível, e por isso uma estrutura coberta será erguida no Largo Rui Porto, contanto com estacionamento gratuito e segurança. 

Para ir aquecendo, um som do último álbum, o "In The Minds of Evil" lançado em 26 de novembro do ano passado e que marcou o retorno da banda ao death metal sujo, primitivo e extremo do início da correira.



Para facilitar a vida de quem ainda não comprou seu ingresso, a organização resolveu manter o valor do segundo lote (previsto para encerrar no dia 30 de abril) até esse final de semana. Portanto, corre lá e garante o teu no valor de R$60. Lembrando que os ingressos para estudantes (meia-entrada) ainda não esgotaram.

INFOS SOBRE OS INGRESSOS
Estudante/terceira idade:
Primeiro lote (limitadíssimo): r$ 25,00 (vendas até dia 30/3 ou até o fim do lote) venda somente na influx.
Segundo lote (limitado conforme capacidade do local): r$ 30,00.

Normal:
Primeiro lote (limitadíssimo): r$ 50,00 (vendas até dia 30/3 ou até o fim do lote).
Segundo lote (limitado): r$ 60,00 (vendas até dia 30/4 ou até o fim do lote).
Terceiro lote/valor da hora: r$ 80,00.

Ingresso beneficente:
Quem quiser doar duas caixas de leite longa vida (24 litros) poderá trocar por um ingresso (somente na Makbo, Rua conceição, 621 SL4 AN1, centro de São Leopoldo. Dúvidas? Telefone: 51 9342 2165).

Projeto doando sorrisos:
Para contribuir com o projeto “doando sorrisos” solicitamos a doação de 1 litro de leite por ingresso adquirido; a ABEFI (instituição que será beneficiada) tem consumo de 2,6 mil litros por mês. Quem comprar na INFLUX pode levar o alimento na hora da compra. Demais pontos, favor levar no dia do show.

PONTOS DE VENDA

São Leopoldo:
INFLUX ENGLISH SCHOOL
São Joaquim, 323, Centro - Fone: 51 3037 5366

Porto Alegre:
Aplace artigos de rock (Voluntários da Pátria,294 - Loja 150)
Porto Alegre Muiltisom (Praia de Belas)
Porto Alegre Multisom (Barra Shopping Sul)
Porto Alegre Multisom (Shopping Iguatemi POA)
Porto Alegre Multisom (Bourbon Shopping Ipiranga)
Porto Alegre Multisom Palacio (Filial 12)

Novo Hamburgo:
Multisom Bourbon Shopping
Multisom Novo hamburgo

Caxias do Sul:
Multisom (Centro Julio 1773)
Multisom (Dsitr. Industrial Loja - Shopping Igua temi - 333/334)
Multisom (São Pelegrino)

Gramado:
Multisom Gramado

Para não perder as informações e promoções que vão surgindo, confirme a sua presença no evento do Facebook.

Melhores de 2013: listas dos colaboradores do ATM

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014


Antes tarde do que nunca! Com vocês, as listas de melhores de 2013 do All That Metal. Pedimos desculpas pela demora, mas realmente não foi fácil juntar as listas de todos os colaboradores que tivemos ao longo do ano. Basicamente, dividimos a lista em 7 categorias:
  • Melhor álbum internacional
  • Melhor álbum nacional (EP's também foram incluídos)
  • Melhor DVD
  • Melhores videoclipes
  • Melhor show
  • Pior de 2013
  • Bandas que vão quebrar tudo em 2014
Confira as listas abaixo!

Arkona em Porto Alegre: vídeo exclusivo do All That Metal

sábado, 21 de dezembro de 2013


Como é do conhecimento geral, o Arkona realizou uma apresentação no Beco203, em Porto Alegre, no último dia 2 de dezembro. Publicamos um review com uma galeria de fotos que você pode conferir clicando aqui. E, conforme o prometido em nossa fanpage, agora trazemos um vídeo com cenas exclusivas. Temos alguns momentos dos shows, depoimentos dos fãs e registramos até mesmo o momento do wall of death. 

Até o momento, só quem escreveu sobre o show foi a Paola ao escrever seu review, mas também gostaria de compartilhar minhas palavras. Sai realmente surpreso do Beco naquela noite, já era fã da banda e passei a curtir ainda mais depois do show. Inclusive, já estamos preparando nossas listas de melhores do ano e fiz questão de incluir o Arkona entre os melhores shows que pude assistir esse ano. Tudo que passou pela minha cabeça durante o solo de gaita de fole de Vladimir "Wolf" Reshetnikov é o quanto amo esse gênero musical, o único no mundo onde um solo do gênero gera um circle pit na pista. Fechamos com chave de ouro as coberturas de shows do ATM em 2013.

Sem mais delongas, fiquem com o nosso mini-documentário desenvolvido em parceria com a Rádio Putzgrila e a Abstratti Produtora. 

CA$H 4 GIG, é você que financia essa merda!

terça-feira, 3 de dezembro de 2013


Um aviso: este post pode ser ofensivo e não é destinado aos Undergrounds de Facebook, portanto, se tu acreditas que Krisiun é a única banda de qualidade de metal no Rio Grande do Sul, passa boa parte do tempo procurando a banda mais desconhecida de Death Metal do Casaquistão para compartilhar o link do Youtube no seu Facebook e acredita que um colete repleto de patches e algumas fotos com uma coleção de álbuns fazem de você um verdadeiro headbanguer, feche agora este post e volte para a Encyclopaedia Metallum procurar bandas longes do seu país para venerar.

Recentemente o All That Metal lançou uma campanha irônica, a CA$H 4 GIG, uma forma para incentivar vocês, fãs de metal, a pagarem para as suas bandas preferidas locais serem as bandas de abertura de shows internacionais. O por quê?
Talvez nem todos saibam, mas se instaurou na capital (e talvez somente na capital por, mesmo não sendo a única, ser uma das poucas cidades gaúchas a receberem shows internacionais) uma política entre as produtoras locais de selecionar a banda de abertura de acordo com vínculo financeiro emocional da mesma com a banda de fora. Isto porque, o valor cobrado pelas produtoras para que determinado grupo “abra”, na maioria das vezes passa dos mil reais.
Convenhamos que ter uma banda não é barato: instrumentos (sem contar a reposição de cordas, baquetas, palhetas, peles e etc), estúdio de ensaio, locomoção, produção e muitos outros gastos.
O que antes era um motivo de orgulho para a banda e seus fãs, de poderem abrir para um show gringo e ganhar visibilidade em virtude de sua qualidade, hoje se tornou apenas mais um filtro que separa bandas com condições financeiras de pagar pelo seu “reconhecimento” das que lutam para sobreviver no cenário independente. Em resumo, nós somos contra o valor cobrado pelas produtoras de Porto Alegre de bandas independentes para que essas façam o show de abertura de bandas de fora (e até mesmo algumas bandas nacionais mais conhecidas).

Na verdade, o nosso intuito com a CA$H 4 GIG era apenas chamar atenção para o que está acontecendo, até porque ela não foi planejada e nem mesmo é uma campanha de fato. Porém, por mais sarcásticos que tenhamos sido ao falar sobre isso em um post inocente no Facebook, nós fomos supostamente censurados.
O cartaz da Campanha em questão foi compartilhado na nossa página do Facebook e fazia referência ao assunto que seria tratado no programa que vai ao ar pela Rádio Putz Grila. Após ele “sumir”, o Tiago Alano o compartilhou na página pessoal e se mantém lá até hoje.


O programa na íntegra pode ser ouvido clicando aqui.

Tentamos compreender o lado de quem pratica essa cobrança, mas ficou ainda mais complicado quando o Lucas Queiroz procurou determinada produtora e o máximo de resposta que obteve foi uma visualização na caixa de mensagem do Facebook (mas deixamos o espaço aqui aberto caso algum produtor queira se manifestar).

Falo por experiência própria: não é fácil e muito menos barato organizar um festival. Já organizei alguns na minha vida, nunca recebi reclamações de quem compareceu, mas um dos fatores que me fez desistir disso (além dos prejuízos que levei) foi o fato de não ter tempo hábil para conseguir patrocinadores e ajudar as bandas que tocavam no meu evento como eu queria. Fazia a coisa realmente por amor a camiseta preta, porque a única recompensa que obtive nas tentativas de fazer algo para contribuir com a cena no interior do estado foram alguns saldos negativos na conta e os inúmeros amigos que fiz nestes anos.

Compreendemos também que, se elas praticam isso, é porque há músicos que pagam. É claro que grande parte das bandas que fazem isso são de extrema qualidade e não tiramos o mérito disto, mas é necessário reconhecer que essa atitude prejudica (e muito!) as demais bandas, além de colaborar para que casos assim continuem acontecendo. É inviável que pagando valores exorbitantes para tocar uma banda consiga sobreviver de música, até porque hoje, nos tempos de download rápido, é em shows que músicos tiram seu sustento, visto que a venda de mídias é a cada ano menor.

Mas se a “culpa” é das produtoras e dos músicos e se ambos estão satisfeitos assim, por que nós estamos falando sobre isso?
Acreditem, quem trabalha com a imprensa no underground não recebe nada além de algumas entradas gratuitas para shows. Ainda assim, estamos sempre preocupados em anotar tudo, fotografar e dar atenção aos detalhes para então exercermos nosso ofício. Portanto, mesmo que não seja da nossa alçada mudar algo neste contexto, é inevitável que para nós (alguns músicos, outros apenas ouvintes) do All That Metal isso tudo não represente uma cena lamentável e triste. Todas as nossas ações, que vão desde investir em equipamento até procurar parcerias em outros meios de comunicação é com o intuito de ajudar a cena independente e contribuir da nossa forma com as bandas que nós apoiamos. É por isso que, na tentativa de mudar essa situação, estamos aqui apresentando os fatos àqueles que ainda realmente podem mudar isso: o público!

Quer apoiar a cena? Vá em shows, pague pelos ingressos, mostre que realmente tem interesse em ver as bandas que são daqui e principalmente, CONHEÇA as bandas do seu estado! Neste ano, inúmeras bandas gaúchas lançaram trabalhos que não perdem em nada de qualidade para bandas gringas, é o caso do álbum Die in Hands of Believers (banda Hate Handles), Killing the image of your god (Dyingbreed) e A New Beginning (Prophajnt) todos já mencionados em posts passados do All That Metal. "We thrive on what's stronger than most of the world!"

Review de show: Arkona (Beco203, Porto Alegre, 02/12/2013)


Texto: Paola Rebelo
Fotos: Tiago Alano e Paola Rebelo

Na noite de ontem (2/12), Porto Alegre recebeu pela segunda vez um dos maiores expoentes do folk/pagan metal internacional. O grupo russo Arkona se apresentou no Beco 203, em um evento organizado pela Abstratti Produtora. O show havia sido originalmente marcado para a quinta-feira, porém teve de ser adiado devido a complicações da viagem do Chile ao Brasil.

As portas da casa se abriram dez minutos antes das 21h, o horário marcado, porém a banda só subiu ao palco cerca de meia hora depois, após a introdução instrumental "Az'". A teatralidade da banda se mostrou presente em todos elementos do espetáculo que haviam preparado para aquela noite, desde o figurino medievalesco e os instrumentos folclóricos até a exótica interpretação que a vocalista Masha "Scream" Archipova depositava nas canções.

A música escolhida para abrir o espetáculo foi "Arkaim", do último álbum de estúdio do grupo, Slovo (2011). Desde o início do show, todos os membros do Arkona demonstraram grande energia e entusiasmo, e souberam proporcionar os momentos melodiosos, brutais e de interação com a plateia sem jamais sair dos papéis que eles criaram para a temática proposta. Os russos provaram para a capital gaúcha que, muito mais do que boas músicas, o profissionalismo de uma banda caminha lado a lado com o modo como ela se porta perante seus fãs.


O show seguiu com "Ot Serdtsa k Nebu" e "Goi, Rode, Goi!" cujo idioma, assim como a maior parte das músicas tocadas durante a noite, não impediu que o público cantasse junto com Masha os refrões. Durante todo o show, o fato de a banda não saber falar inglês não a impediu de incitar os metaleiros que enchiam o Beco 203 a pularem e cantarem mais alto, em russo, inglês e até mesmo português.

Após as faixas "Zakliatie" e "Pamiat", respectivamente pertencentes aos álbuns Slovo (2011) e Goi, Rode, Goi! (2009), a vocalista anunciou que a próxima se tratava de uma música fria, que nada mais era do que a canção homônima ao nome da banda, cujo significado remete ao último castelo-cidade pagão dos povos eslavos. Uma das coisas que mais chama atenção no Arkona é o fato de todos os seus integrantes serem multi-instrumentistas. Além dos vocais limpos e guturais, Masha ajudou na percussão de algumas músicas, enquanto Sergey "Lasar" assumiu as guitarras e a balalaica e o baixista Ruslan "Kniaz" também tomou o papel de flautista. Vladimir "Artist" Sokolov, por sua vez, se restringiu as suas baquetas.

No entanto, depois da performance das canções "Slav'sja, Rus'!" e "Kolo Navi", quem conseguiu roubar a cena foi ninguém menos do que Vladimir "Volk" Reshetnikov. O responsável pelos instrumentos de sopro étnicos chamou a atenção do público com seu incrível solo de gaita de fole que, sem qualquer auxílio de guitarras ou distorções, pertencia legitimamente a um show de metal. A maior prova disso foi ver o primeiro mosh pit da noite se formar durante o solo de Vladimir.


Um dos momentos que marcaram a noite foi quando a incansável e feroz Masha começou a incentivar os fãs a formarem um wall of death no meio do limitado espaço do local do show. O engraçado é que ele acabou se formando em um dos momentos mais leves do show, em que o peso do metal era abrandado pela essência folclórica dos instrumentos étnicos e a banda pulava uma dança estranha e alegre no palco enquanto assistia seus fãs se jogando uns nos outros em frente ao palco.

O show continuou com "Maslenitsa", "Po Syroi Zemle", "Stenka na Stenku" e, finalmente se encerrou com "Yarilo", um dos maiores sucessos de Arkona, e "Kupala i Kostroma". Sem bis, a banda deixou o palco por volta das 22h30. Apesar de o show ter sido bastante curto, com apenas 14 músicas, os fãs de folk metal do Rio Grande do Sul tiveram uma noite memorável. A remarcação da data do show, o atraso e o tempo que ele durou nada significou para os fãs de Arkona, que deixaram o beco exaustos e satisfeitos.

Confira a galeria de imagens exclusivas do All That Metal/Rádio Putzgrila:

All That Metal na Rádio Putzgrila!

terça-feira, 5 de novembro de 2013


A ideia surgiu, foi crescendo, pessoal da rádio e público tomaram conhecimento, todos curtiram e agora estamos oficializando o que muitas já sabiam:

O All That Metal passa a ser um programa da Rádio Putzgrila!

É isso mesmo, meus caros! De hoje em diante, deixamos de ser mais um blog sobre Metal e seus subgêneros para levantar a bandeira da música pesada em uma das maiores rádio web do país! O programa será veiculado todas as quintas-feiras, das 17 às 19h, e vai trazer muitas novidades, entrevistas e lançamentos, além de manter nossa tradição em apresentar ao público o que temos de melhor na cena nacional.

Como surgiu a ideia?

A Putzgrila sempre foi 100% dedicada ao Rock'n'Roll, construindo um público fiel de ouvintes que acompanham a rádio diariamente, vide seus recém alcançados 11 mil likes na fanpage do Facebook. Tive a honra de juntar-me a essa brilhante equipe em junho passado, a convite de minha grande amiga Carol Bijl, para apresentar o Groovypedia Studio Live (na época ainda chamada New Kidz On Dead Rock) ao lado de Ana Beise. O programa, como muitos sabem, é totalmente voltado para bandas independentes e através dele levei ao público uma série de bandas do nosso underground. 

Com o tempo, acabei percebendo que um programa totalmente voltado para o Heavy Metal e suas vertentes mais pesadas estava faltando na programação da rádio. Depois de dois ensaios para o programa que está prestes a estrear, com um especial anos 80 no Dia Mundial do Rock e um especial do Black Sabbath um dia antes da apresentação em Porto Alegre, decidi que agora é o momento ideal para lançar o programa. E cá estou, oficializando o projeto para todos vocês. 

O que vai ter no programa?

O All That Metal na Rádio Putzgrila será apresentado por mim mesmo com a constante participação de outros colaboradores do blog. Na estreia do dia 7 de novembro vai ser o Lucas Queiroz, da coluna Six Strings Lovers, que vai me acompanhar, e na semana seguinte vamos ter também a Paola Rebelo.

Todo programa vai ter um bloco inicial com novidades e lançamentos recentes, que será posteriormente seguido do nosso bloco nacional que apresentará desde bandas renomadas do cenário tupiniquim até nomes que recém estão começando a aparecer. TODOS tem espaço no All That Metal, não temos restrições: pode ser banda de Death, Power, Black, Viking, Doom... tanto faz! Dentro da medida do possível, tentaremos atender a todos os gostos. 

Periodicamente, também vamos ter programas especiais e entrevistas com bandas que serão anunciadas em breve. Para o primeiro programa vai rolar um bloco especial com trabalhos de destaque lançados em 2013, além de um bloco de aquecimento para o show que Yngwie Malmsteen realizará na capital gaúcha próximo sábado.

Parceiros

Levar o ATM para a Putzgrila é elevar nosso padrão de qualidade para um nível bem maior. Mas o orgulho disso tudo não está na realização pessoal, e sim na honra que é trazer nosso gênero musical favorito para um veículo desse porte. Sempre acreditei que a união entre bandas, imprensa e fãs é que faz a diferença para o crescimento da cena, e é por isso que faço questão de destacar quem está apoiando essa empreitada:


Tem uma banda e quer divulgar seu trabalho? Quer ser também um parceiro do ATM?
Entre em contato: allthatmetal@gmail.com

Lembrando: All That Metal começa quinta-feira sua odisseia na Rádio Putzgrila!
Quando: todas as quintas-feiras
Horário: 17h
Perdi o programa, o que faço? No dia seguinte ele estará disponível para download em nossa fanpage do facebook!