Six Strings Lovers: os guitarristas de Dio

quarta-feira, 15 de maio de 2013


por Lucas Queiroz

Saudações, Metal Brothers and Metal Sisters de todos os pampas, como estão vocês?!!! Esta semana o All That Metal vem com um lance muito legal, uma homenagem póstuma a um dos maiores ícones do Metal mundial. Nos deixava no dia 16 de maio de 2010, há 3 anos atrás, Ronnie James Dio, ou simplesmente Dio!

As matérias e colunas desta semana são pra trazer a memória do pequeno grande homem, dono de uma voz marcante e sucessos memoráveis. Obviamente, por trás de uma grande estrela da música, há seus grandes músicos, e aqui na coluna destacaremos os seus guitarristas (Que mentira!)




Ronald James Padavona (aham, tenso né?), vou até aproveitar a deixa do nome freak do Dio pra mandar a curiosidade do dia. Dio, por ser ítalo-americano, mantinha firme suas raízes latinas e inspirou-se no mafioso Johnny Dio para adotar um nome. Nascido em 10 de Julho de 1942 na cidade de Portsmouth,  Inglaterra, participou de grandes bandas, e em todas elas emplacou sucessos, ou pelo menos usou-as de alavanca para alcançar seu objetivo. Acredito que o melhor jeito de falar dos guitarristas que acompanharam Dio, seria subdividir a história por bandas, começando por aquela que lançou Dio ao estrelato, o ELF.





ELF:

Ronnie and the Rumbles, Ronnie and the Redcaps, Ronnie Dio and the Prophets, The Eletric Elves e The Elves, são todos os nomes que a banda teve antes de chegar no decisivo Elf.

Devido as várias formações, a banda sempre teve uma história conturbada, na formação original Nick Pantas e David Feinstein compunham o conjunto de cordas. Após um acidente de carro onde ocorreria a morte de Nick, o Elf se reagrupou sem a intenção de substituir o guitarrista, entrando na segunda fase da banda onde houve um rearranjo nos instrumentos, com apenas uma guitarra e com o auxílio do tecladista Doug Thaler fazendo arranjos no instrumento.


Estes fatos e os que se seguem, ocorreram entre 1967-1970. Em 1973, Feinstein continuava sendo o guitarrista único e estava dando segmento ao albúm lançado em 1972 com o nome de Elf. Aqui pode haver confusão do leitor por causa das datas, mas não estranhem, é isso mesmo. Como o Elf possuiu diversos nomes antes de se definir, eles apenas fizeram algumas demos e tocaram em alguns lugares, o albúm realmente só foi estourar em '72, como foi dito anteriormente.

A história da banda é curta com apenas mais 2 albuns lançados, sendo eles :

74' - Carolina County Ball
75'- Trying to Burn the Sun

Nesses dois albúns já atuava o novo guitarrista que permaneceu até o fim das atividades do Elf, Steve Edwards.

Nenhum dos 3 guitarristas da história do Elf obteve grande renome mundial por sua técnica apurada ou grandes hits, apenas marcaram seus nomes ao lado do mestre Dio. O que estaria por vir para a banda (menos ao pobre Edwards) seria a ascensão de todos. Após a saída do Deep Purple, o senhor Ritchie Blackmore convidou todos integrantes do Elf para uma "brincadeirinha" a qual viria se tornar o Rainbow.


Man on The Silver Mountain, música do primeiro albúm do Rainbow


RAINBOW E RITCHIE BLACKMORE:

Após o fim do Elf, todos integrantes do mesmo, partiram para o projeto solo do menestrel Blackmore e em 1975 lançavam o albúm Ritchie Blackmore's Rainbow. Ritchie sempre foi um exímio guitarrista, com um temperamento muito forte, sendo o sentimento causador das grandes desavenças em todos os seus projetos e isto ocorre desde os primórdios do Deep Purple, banda que ele voltaria a integrar anos depois (mais exatamente entre 84' a 94', onde houve uma lacuna na história do Rainbow). Ele é pai e quase criador do estilo neo-clássico para o rock, um jeito inovador para a época, inspirando centenas de músicos das gerações seguintes como todo monstro do rock'n'roll, ele foi amplamente copiado e imitado.

Malmsteen pode até negar hoje em dia, mas ele é uma cópia fidedigna de Blackmore (que não vem ao caso agora), até as guitarras são as mesmas! Ritchie sempre optou guitarras Fender Stratocaster, quase sempre com o captador central desativado, bem extremista para timbres.
Em seus solos, Ritchie combinava escalas de blues e frases em escalas menores da música clássica européia, fundando o que depois foi chamado de "escala neoclássica" da guitarra.


Sendo dono do Rainbow, Ritchie foi o único guitarrista que passou pela banda. Em compensação Dio teve uma história curta junta da banda durando apenas 3 albúns:


75' - Ritchie Blackmore's Rainbow
76' - Rising
78' - Long Live Rock'n'Roll














Apenas 3 albúns. Se você que não conhece deve pensar, "mas em apenas 3 discos, inúmeros prêmios, discos de ouro e platina, reconhecimento mundial, e uma carreira meteórica para Ronnie James Dio"? Os destaques desses albúns são incontáveis, e na humilde opinião do que vos escreve, deve ser conhecida de cabo a rabo. Alías, toda a carreira do Rainbow é sólida e de qualidade, culpa do Sr. Blackmore, que ainda voltou ao Deep Purple, saiu, voltou ao Rainbow, finalizou o projeto e hoje toca ao lado de sua esposa Candice Night no grupo de músicas renascentistas Blackmore's Night. Por onde ele passa o sucesso é certo, tanto que ao retornar ao Deep Purple ele lançou o clássico "Perfect Strangers" (nem preciso comentar).

Perfect Strangers, som do albúm homônimo de 1984, culminando o retorno de Ritchie ao Deep Purple

Por desentendimentos, Dio abandonava o Rainbow, mas com a cotação em alta e sempre em mente que só se deve cair para cima, de cara foi convidado por TONY "THE WIZARD" IOMMI para integrar o Black Sabbath, após a saída de Ozzy Osbourne.

Heaven And Hell, música do disco homônimo de 1980



BLACK SABBATH E TONY IOMMI:

Dio teve um lapso de 2 anos para relaxar e começar a tocar sua vida, entre o último albúm do Rainbow e o primeiro albúm que ele faria com o Black Sabbath (muitos dizem que aí nasceu as primeiras letras da carreira solo do Dio, mas que ficaram engavetadas).


O álbum "Heaven and Hell", marca o retorno do Sabbath as paradas após anos de problemas internos e albúns que iam decaindo no gosto dos fãs do gênero, tudo motivado pelo abuso de álcool e drogas que começou a degradar a banda. Dio veio para o Sabbath enfiando o pé na porta, colocando sempre seu estilo focado em suas letras sobre dragões, magia e misticismo, o que muito agradou Tony Iommi, o eterno Boss do Sabbath (título merecido). Dio acabou levando os créditos pela  grande parte das letras, mas Tony ainda tinha aquela mão pra enfiar riff destruidor e dar vida a música.



Já tivemos na Six Strings Lovers um matéria completa sobre o "The Wizard" Iommi, falando que o Sabbath só é Sabbath, por causa dele, o cara que sempre esteve lá, acreditou e deu o sangue pela banda. Sempre com altos e baixos, foi fiel ao ideal e sempre apostou em grandes nomes para trazer sua banda ao topo.


O Heaven And Hell foi mundialmente premiado e "Neon Knights", uma das faixas destaque do albúm, foi lançada na posição #22 nas paradas, demonstrando que o grupo nao tinha perdido o tino pra boa música.

Entre indas e vindas, Dio lançou mais 2 albúns com o Sabbath:

81' – Mob Rules
92' – Dehumanizer












 
Abandonou o Sabbath após o término da Tour do Mob Rules por problemas de ego e uma lenda de que houve sabotagem na mixagem do disco ao vivo "Live Evil". Retornou em 92 para gravação do Dehumanizer.
Esse são meros detalhes que apenas afetaram Tony Iommi, que segue no Sabbath até hoje e que assim continue por muitos anos.

Neon Knights, música do disco Heaven And Hell, outro clássico com a voz de Dio no Sabbath


Eles ainda trabalharam juntos no projeto Heaven And Hell, banda que contava ainda com Geezer Butler e Vinny Apice, além de Dio e Tony, mostrando novamente que não haviam ressentimentos pelo passado. Na realidade, quem deu luz no projeto foi primeiramente Geezer e Tony.

Lançando apenas 1 albúm e que, diga-se de passagem, ficou em 8º lugar na Billboard Top 200, "The Devil You Know" foi promotor de diversos shows do Heaven And Hell com a formação do "Mob Rules", incluindo um show do Radio City Music Hall (em Nova Iorque) que fez nascer um disco duplo, ganhador do certificado da RIAA com o disco de ouro

O Heaven and Hell teve o seu fim prematurizado pela morte de Ronnie James Dio.


DIO CARREIRA SOLO E VIVIAN CAMPBELL, CRAIG GOLDY, ROWAN ROBERTSON, TRACY G, DOUG ALDRICH:

Eu acho engraçado, pois Dio nunca deu brecha para o azar, nem tempo para depressão ou escândalos. Ele saiu do Elf para trabalhar com um ex-Deep Purple, foi para o Sabbath e , não contente, foi provar pro mundo que até sozinho ele consegue platinas, ouro e milhões de discos vendidos, na sua carreira solo. Dio deu o cheque-mate nas dúvidas sobre sua capacidade.

Rainbow In The Dark, música do primeiro disco da carreira solo e também o mais importante da mesma, direto de 1983

"Chega!", deve ter pensado Dio, "olha quem sou eu, não vou mais ficar dependendo desses matutos para alcançar alguma coisa, vamos lá".
Aposto que foi com um pensamento assim que surgiu o começo da estrondosa carreira solo do mestre. Já de saída, ele começa com o pataço que é "Holy Diver" de 1983, um dos marcos do Metal e dos sons dos anos 80.

Vivian Patrick Campbell, muitos não devem nem saber o nome  do homem responsável por segurar a bronca que viria a ser o "Holy Diver", ok, as músicas já estavam quase finalizadas quando ele integrou o line-up de Dio e companhia. O rapagote na época com 21, eu disse, 21 anos!!!!!!! Integrou o que seria a "formação" clássica da carreira de Dio. Guitarrista norte-irlândes, começou com a guitarra as 12 anos (meio tarde, considerado por alguns).


Vivian foi realmente começar a compor e demonstrar do que era capaz apenas no albúm seguinte, "The Last Line", de 1984, o sucessor de "Holy Diver".
O albúm pegou o vácuo do sucesso que Dio estava fazendo e obviamente não atingiu o hit parade #23 à toa, há ótimas composições no albúm. Destaco as clássicas "We Rock",  e "The Last Line".

Com seu nome já feito, Vivian ainda viveria dentro do mundo de Dio por mais um albúm, o magnífico "Sacred Heart".

"Sacred Heart", do albúm homônimo de 1985 (OBS: Por favor assitam esse clipe, não vão se arrepender, aí o Dio mostra o por que é o pai dos Metal Warriors HAHA)

Ainda em '85, Dio e Vivian lideraram o projeto do Hear 'n' Aid, que vou abordar em uma matéria especial ainda essa semana. Aguardem!

A carreira solo de Ronnie James Dio é muito extensa, vou apenas citar Vivian na coluna dessa semana por que sem dúvida, de toda a história ele foi o mais importante e o mais impressionante. Ele tinha apenas 21 anos (ainda estou impressionado com a informação)! Não que os outros não tenham seus méritos, mas como queremos chamar a atenção a guitarristas, seria assunto para um post gigante. Viram quantos cabeças passaram pela vida do Ronninho?

Como disse no começo do post, os músicos são fundamentais para o sucesso do artista, mas sem a sua luz própria, Ronnie James Dio nunca teria sido eternalizado como o grande vocalista/músico e amigo, que muitas pessoas deixaram registrada em depoimentos. Até Ozzy Osbourne, que muitos juravam ter uma rixa pessoal com Dio, sentiu o peso de sua morte para a música.

Muitos artistas bons tem nos deixado cedo, o que é preocupante e assustador, pois pensamos que o legado fica, mas o que será das novas gerações? Fico com certa esperança em ver que suas mortes são amplamente divulgadas e sua história relembrada, mesmo que seja através de sites, ou a mídia que for, no boca a boca da gurizada que é fã da música, etc.. .Essa semana ao Dio, traz a tona a questão "Os grandes estão indo, e quem vai ficar para a posteridade?"

Pensem nisso, apoiem sua cena, façam surgir grandes novos nomes para a música, sejam orgulhosos de suas raízes e suas crenças. Mostrem do que são capazes, estamos em déficit meus amigos, precisamos nos unir em prol do som que amamos, AGORA!

Por essa semana é isso meus queridos, nos vemos este sábado com a coluna especial ao Hear 'n' Aid, resgatando mais dos clássicos do metal, se cuidem! e STAY HEAVY \../

Nenhum comentário:

Postar um comentário