Review de CD: Queensryche – Frequency Unknown

segunda-feira, 6 de maio de 2013



O Queensryche foi, provavelmente, a banda mais polêmica do ano de 2012. Após brigas e discussões intermináveis, acompanhadas ocasionalmente de ameaças com uma faca, o vocalista Geoff Tate foi oficialmente afastado da banda. Desde então, até se resolverem as disputas pelo nome da banda, existem dois Queensryche circulando por aí: o de Scott Rockenfield, Michael Wilton e Eddie Jackson e o de Geoff Tate. No final de abril, foi lançado Frequency Unknown, o primeiro álbum do Queensryche de Tate. Impressões iniciais? 

Apressado, decepcionante, mal produzido. As músicas, de maneira geral, são bastante heterogêneas: algumas apostam em riffs mais pesados enquanto outras se mantêm mais melodiosas, tudo em um estilo mais hard rock, diferente do Queensryche progressivo de anos atrás. Os vocais de Tate, como sempre, foram um ponto positivo, assim como os solos compostos por diversos músicos em cada faixa, inclusive um interessante solo de teremim do produtor Jason Slater em “Dare”, a segunda música do álbum.

O tempo que Tate não utilizou para conceber as músicas de forma mais elaborada, no entanto, ele usou para juntar uma equipe de peso, tanto em sua banda fixa quanto nos músicos convidados. O Queensryche de Geoff conta com a participação de Kelly Gray, Robert e Rudy Sarzo, Simon Wright e Randy Gane. Além deles, nomes grandes também são vistos em certas faixas do álbum, como Ty Tabor (King's X), K. K. Downing (Judas Priest), Brad Gillis (Night Ranger, Ozzy Osbourne), Chris Poland (Megadeth) e Paul Bostaph (Slayer, Exodus), entre outros.

A triste realidade é que nenhum desses mestres do rock e do metal pôde salvar o Frequency Unknown. O álbum possui mixagens terrivelmente simplórias (da produção de Jason Slater), e no momento em que isso se torna visível para os não entendedores de música, percebe-se uma omissão grave. Trata-se de um trabalho feito às pressas e forçado, como se Tate tivesse se sentado em seu estúdio em um dia e pensado “não sairei daqui até ter terminado de compor todas as músicas do meu novo CD”, sem se importar em fazer um trabalho com maior capricho. A impressão que se tem é que, para ele, tudo o que importou foi lançar um álbum antes do “outro” Queensryche.

Entretanto, a grande falha do álbum foi a ideia de Tate de regravar músicas antigas do Queensryche, na falta de músicas novas suficientes. “I Don’t Believe in Love”, um dos maiores sucessos do antigo Queensryche, ganhou uma sonoridade mais poluída, enquanto “Empire”, “Jet City Woman” e “Silent Lucidity” se mantiveram mais fiéis às gravações originais, o que só serviu para ofender desnecessariamente os fãs que investiram seu dinheiro nesse álbum.

Ao menos o lançamento do Frequency Unknown, por pior que sejam as músicas, teve certa utilidade. A Cleopatra Records lançou um concurso cultural em que o autor do melhor vídeo com o tema "O quanto você odeia o Frequency Unknown" ganharia uma viagem com ingresso VIP para ver o show do Queensryche de Tate em Seattle. Além disso, o vocalista pareceu reconhecer seu erro, e anunciou que enviaria cópias gratuitas a todos os fãs que criticaram a mixagem do Frequency Unknown.

Tracklist:

1 – Cold

2 – Dare

3 – Give It to You

4 – Slave

5 – In the Hands of God

6 – Running Backwards

7 – Life Without You

8 – Everything

9 – Fallen

10 – The Weight of the World

11 – I Don’t Believe in Love

12 – Empire

13 – Jet City

14 – Silent Ludicity


Nota: 2



Um comentário:

  1. Não podia deixar de vir dar um oi e comenta no seu post aqui! Bem legal, espero que agora sim eu aprenda algo de metal (além de nightwish e Angra).

    Bjão e boa sorte!

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