Review de CD: Soilwork - The Living Infinite

terça-feira, 14 de maio de 2013


por Adriano Pasini

Com o passar dos anos, muitas bandas de um som brutalmente pesado e agressivo passam a atribuir melodia às suas novas composições, tanto vocais quanto instrumentais. O Soilwork iniciou sua carreira com o álbum “Steelbath Suicide" (1998) e “The Chainheart Machine" (1999), no qual tamanha técnica, velocidade e precisão eram invejáveis. Em seguida, o novo álbum encontra-se com o mesmo peso, porém mais flexível, chamado “A Predator’s Portrait" (2001). Mas um dos mais famosos álbuns da cena do Death Metal Melódico Sueco  acabou por ser o álbum que trouxe todos os admiradores dos álbuns anteriores a conhecer um patamar onde melodia e peso podem estar em perfeito equilíbrio, sem que a banda perca sua identidade - mal que muito assola a cena metal nos nossos dias. “Natural Born Chaos" (2002) foi esse álbum, e nessa capacidade de manter a tradicional levada, que nenhum fã precisa de mais de cinco segundos para saber qual musica e de que álbum pertence, Soilwork chega ao auge da superação mais uma vez em 2013. “The Living Infinite”: recebendo criticas positivas por todas as reportagens e revistas da Europa. E após esta merecida introdução, vamos à resenha.


Soilwork – The Living Infinite

David Andersson, substituindo Peter Wichers nas guitarras, trouxe elementos interessantes ao novo álbum, que inclui uma energia fora do comum em suas músicas, isso sem contar a intensidade que torna tudo no álbum simplesmente viciante. Começando com a faixa “Spectrum of Eternity”, onde a melodia hipnótica do começo te leva a uma direta introdução como uma sinfonia moderna e com a voz em distorção e variada de Speed.  “Memories Confined” segue com o tão conhecido clima que a banda tem trazido nos álbuns mais atuais. “This Momentary Bliss” é uma das musicas que a banda fez questão de lançar como teaser aos seus fãs, dispensando comentários na fidelidade sonora que a mesma representa por si só. “Tongue” segue com a mesma fidelidade sonora, na qual vai lembrar você faixas de álbuns anteriores nas quais ela combinaria perfeitamente. “The Living Infinite I”: a composição tendo como responsabilidade a faixa título do álbum comparece a cada segundo. Escutar sua introdução é realmente uma viagem digna de atenção. “Let the first Wave Rise”, aos amantes de frases com teor psicológico – especialidade da banda em minha opinião – vão escrever suas palavras como frases de efeito. “Vesta” possuindo uma introdução muito semelhante à faixa título do álbum e com melodias vocais que grudam na sua cabeça. “Real Of The Wasted” possui um excelente trabalho de guitarras. “The Windswept Mercy” merece um destaque pela sua posição como melodia tanto vocal quanto levada instrumental. “Whispers and Lights” segue com uma linda melodia perfeita para o fim de um álbum como o Soilwork sempre soube fazer. Se não fosse um detalhe... 

The Living Infinite é um trabalho não de dez faixas, mas de vinte. O álbum consiste em duas mídias.

A primeira faixa do segundo disco chama-se“Entering Aeons”, é uma caótica introdução como nunca visto antes nos trabalhos da banda, terminando com uma ligação perfeita para a faixa que vem a seguir. “Long Live the Misanthrope” segue com guitarras dando um breve aviso do que virá a cada vez que se segue em sua continuidade até a marcação da bateria te mostrar novamente um trabalho totalmente inovador, de arrepiar até a alma de quem escuta. O refrão é simplesmente a demonstração do que Speed sempre foi capaz de fazer com melodias inimagináveis em suas formas modernas. “Drowning With Silence” tem um clima que pode fazer você dar um re-track ao menos duas vezes antes de querer ouvir a próxima faixa. “Antidotes And Passing” vale a mesma avaliação da faixa anterior. O clima dessa faixa é algo fora do comum para quem escuta com atenção. “Leech” é simplesmente a faixa mais progressiva que a banda já criou em seus álbuns mais modernos. Quase que uma irmã da sexta faixa da primeira mídia do álbum. “The living infinite II”, a segunda parte da faixa título do álbum, segue com uma levada que poderia ser transcrita como reflexiva. Letras motivadoras e o peso inigualável das guitarras. Esta faixa não contém palavras o bastante para descrever a mescla de beleza e potência. “Loyal Shadow” é um excelente trabalho instrumental que segue emendando com a faixa anterior. “Rise Above The Sentiment” é a faixa que deu origem ao videoclipe da banda lançado esse ano. Seu refrão é de uma beleza pura. Sentimento do qual precede no próprio nome da faixa, ainda que de forma subliminar. “Parasite Blues” tem uma das maiores explosões do álbum e ainda assim se mantém na capacidade de equilibrar a melodia dos vocais limpos de Speed. A banda nunca tinha acabado um álbum com uma faixa tão obscura quanto a ultima faixa, “Owls Predict, Oracles Stand Guard”. Suas composições contém um interessante adicional de guitarras semelhantes aos de uso em muitos trabalhos de Black Metal. Um final enriquecedor para um álbum, que mantém a essência do Soilwork, ainda permitindo-se ser moderno.

Tracklist:

CD 1:

1. "Spectrum of Eternity"
2. "Memories Confined"
3. "This Momentary Bliss"
4. "Tongue"
5. "The Living Infinite I"
6. "Let the First Wave Rise"
7. "Vesta" (Strid)
8. "Realm of the Wasted"
9. "The Windswept Mercy"
10. "Whispers and Lights"

CD 2:

11. "Entering Aeons”
12. "Long Live the Misanthrope"
13. "Drowning With Silence"
14. "Antidotes in Passing"
15. "Leech" (Strid, Coudret)
16. "The Living Infinite II"
17. "Loyal Shadow"
18. "Rise Above the Sentiment"
19. "Parasite Blues"
20. "Owls Predict, Oracles Stand Guard"

Nota: 5

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