Em 1998, após o
lançamento de “No Sleep 'Til Bedtime”, álbum ao vivo do
Strapping Young Lad gravado na Austrália, Devin volta ao estúdio
para gravar seu primeiro álbum solo, “Infinity”. Na verdade,
esse álbum é o resultado de uma internação em um hospital
psiquiátrico em 1997. Devin estava passando por um momento ruim em
sua vida pessoal, com problemas existenciais que o fizeram acreditar
que seres humanos eram apenas “pedaços de carne rosa que fazem
barulho” (que mais tarde serviu para dar nome a música “Noisy
Pinkbubbles”). Durante a internação, Devin foi diagnosticado com
bipolaridade, o que serviu de explicação para si mesmo a respeito
dos extremos que ele buscava ao compor material novo.
“Infinity” é
considerado por Devin como seu melhor álbum solo até o surgimento
de Ziltoid. Gene Hoglan gravou as baterias do álbum, enquanto Devin
fez quase todo o resto do trabalho gravando vocais, guitarras, baixo
e teclado. No geral, “Infinity” vai desde canções mais
comerciais, outras mais progressivas e algumas influenciadas até
mesmo por musicais da Broadway. Algumas dessas músicas até hoje
integram o repertório de seus shows, como a instrumental “Truth”
e a cômica “Bad Devil”. A faixa “Christeen” foi escolhida
como single do álbum e ganhou um vídeo um tanto quanto tosco. Mas a
música em si é sensacional e mostra um Devin buscando sonoridades
mais acessíveis mesmo.
A turnê de divulgação
do álbum foi realmente interessante: Devin dividiu o set em duas
partes, primeiro com material de “Infinity” e do álbum do Ocean
Machine, seguido por um set só com músicas do Strapping Young Lad.
O próprio pessoal que integrava o SYL acompanhava Devin na primeira
parte do set. Apresentações totalmente únicas que qualquer fã
gostaria de ter assistido. A turnê ainda deu origem ao álbum ao
vivo “Official Bootleg”, gravado inteiramente no Japão. Junto do
álbum ao vivo, foi lançado também o VHS “Official Bootleg
Video”, possivelmente uma das maiores raridades para os fãs de
Devin hoje em dia. O home video trás registros da apresentação no
Japão que resultou no álbum e gravações de uma perfomance
acústica em Vancouver, Canadá. O único detalhe, é que todas essas
gravações são incrivelmente caseiras e de baixa qualidade, mas
ainda assim, transmitem bem a sensação do que eram as apresentações
da banda na época.
Em 1999, Devin teve a
ideia de reformar seu projeto com Jason Newsted, que deveria
chamar-se Fizzcist. Mas devido a agenda cheia do Metallica, Jason
teve que pular fora do projeto e Devin compôs todo o material
sozinho. O álbum recebeu o título de “Physicist” e é o único
álbum solo de Devin gravado inteiramente pelo Strapping Young Lad. O
álbum possui uma sonoridade bem mais pesada que “Infinity”, com
claras influências de Thrash Metal. Mas ainda assim, nada salvou o
álbum de ser um fracasso: ninguém ficou contente com a mixagem de
“Physicist” e o próprio Devin considera o seu pior álbum solo.
Ainda assim, ótimas composições fazem parte desse álbum, como
“Namaste” e a recentemente regravada “Kingdom”.
Após “Physicist”,
Devin acreditava que muitos fãs poderiam cair no ostracismo através
do álbum, optando por fazer algo mais honesto e pessoal no próximo
trabalho. Certa vez, dirigindo pelo Canadá, Devin decidiu que a
melhor ideia seria gravar um álbum mais introspectivo e que
homenageasse sua terra natal. Surge assim o absurdamente fenomenal
“Terria”, um dos clássicos absolutos do músico. O álbum foi
lançado em novembro de 2001, e possui uma sonoridade mais melódica
e atmosférica. É uma álbum que varia bastante entre momentos
calmos e outros mais pesados. Canções como “Earth Day” e “Deep
Peace” tornaram-se clássicos do repertório hoje em dia. Apenas
Gene Hoglan foi mantido para as gravações, mas durante a turnê
mais uma vez a formação do SYL caiu junto na estrada, mas agora
optando por tocar músicas da carreira solo e do SYL todas misturadas
em um único set.
Em 2002, o Strapping
Young Lad decidiu que era o momento de gravar um novo álbum, já que
o último lançamento com faixas inéditas ocorreu em 1997, com
“City”. E isso é o assunto que abordaremos no próximo post. Mas
deixo vocês, enquanto isso, com essa performance do SYL em 2002....
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