Review de CD: Kiss - Monster

sábado, 13 de outubro de 2012


O Kiss acabou de lançar seu novo álbum de estúdio, singelamente intitulado "Monster", vigésimo trabalho da banda que completa 40 anos de estrada no ano que vem. Confesso que fiquei com um certo receio de escutar esse novo petardo, mas a obrigação de fazer um review dele falou mais alto. Digo isso pelo fato de que o Kiss, sem dúvidas, foi a banda que me inseriu no meio do Rock 'n' Roll e da música pesada como um todo. Se não fosse pelos discos de vinil do Kiss que meu pai tinha em sua coleção, eu jamais estaria nesse blog escrevendo para você caro leitor. Mas seu antecessor, "Sonic Boom" foi decepcionante para mim, um trabalho muito aquém do padrão de qualidade da banda, ainda mais considerando a demora sem nenhum lançamento de inéditas. 
So que não existe nada melhor na vida do que agradáveis surpresas como a audição desse álbum foi para mim. É óbvio que "Monster" não é um clássico instantâneo, mas ele também não veio para figurar na extensa discografia da banda. Não esperem também por algo inovador, o Kiss é responsável por ter influenciado várias gerações de rockers no mundo inteiro, então eles não precisam provar mais nada para ninguém. O que temos aqui é puro Rock 'n' Roll, com aquela pegada e melodias clássicas tão raras de encontrar-se hoje em dia.
O álbum abre com a energética "Hell Or Hallelujah", primeiro single do álbum, já nos dando uma idéia que aqui nós vamos escutar o básico de nosso gênero musical favorito, quase como uma aula para todos relembrarem como se faz esse tipo de música. Destaque para os coros no refrão, fenomenal! O trabalho segue com "Wall Of Sound", cujo próprio nome já diz tudo. Música comandada por Gene Simmons nos vocais e com um trabalho de guitarra de exímia qualidade por parte de Tommy Thayer. Aliás, uma informação interessante a respeito do álbum, é que a banda repetiu a fórmula de "Sonic Boom": apenas os integrantes da banda participaram da composição, sem participação de colaboradores externos, algo recorrente na carreira do Kiss.
A seguir temos a primeira música mais "acessível" do álbum, chamada "Freak". Digo acessível por trazer melodias mais leves que o resto do álbum e não tão diretas. Recentemente, Gene comentou em entrevistas que Lady Gaga quase fez uma participação especial nessa música. Não vou negar que a idéia é interessante, deixando de lado preconceitos relacionados a gêneros musicais. Mas Paul Stanley está cantando ela de forma magistral, não só nessa música, mas no álbum inteiro. Impressionante ver como um sujeito com a idade dele ainda consegue tal feito, dando um brilho a mais em "Monster".
Músicas como "Back To The Stone Age" e "Eat Your Heart Out" são realmente muito boas, mas não destacam-se tanto em meio a outras composições mais inspiradas. "Shout Mercy" é certamente um ponto álbum do disco, com seu refrão grudento. Boa parte das músicas, por sinal, tem refrões que grudam na cabeça do ouvinte logo na primeira audição. 
"Long Way Down" é outra excelente música do álbum e quando você chegar até ela possivelmente já foi conquistado pelo novo trabalho da empresa de Simmons e Stanley. Em "The Devil Is Me" tem um trabalho vocal bem interessante de Gene, acompanhado de uma levada bem pesada das guitarras e bateria. Obviamente tenha como parâmetro de pesado o próprio Kiss, e não uma banda de Thrash Metal, por exemplo.
Os "novatos" Tommy Thayer e Eric Singer também tem seus momentos a frente da banda nos vocais e não deixam devendo pra ninguém. Tommy canta a faixa "Outta This World", faixa que nos remete diretamente aos trabalhos da banda dos anos 70. Enquanto Eric manda muito bem mesmo em "All For The Love Of Rock & Roll", uma das minhas favoritas do álbum com uma clima bem setentista também, ótimas melodias e mais uma vez um refrão grudento. Vale ressaltar também a letra da canção, que o próprio nome já nos indica, mostra que esse trabalho foi feito por amor a música mesmo, o Kiss sabe muito bem que álbuns não rendem tantas cifras como antigamente. Vocês sabem que aqui no blog eu falo o que bem entender sem me importar com julgamentos. E por mais que eu seja fã de Ace Frehley e Peter Criss, não estou sentindo a menor falta deles no Kiss. 
O álbum fecha com a grudenta "Take Me Down Below", única música em que Simmons e Stanley dividem os vocais e certamente uma das melhores do álbum, seguida do mais puro Rock 'n' Roll que é "Last Chance". Uma pena ser um álbum curto, com pouco mais de 43 minutos ao longo de suas 12 faixas. Mas ao terminar de escutar o álbum decidi escutar ele de novo e de novo e assim tem sido. Ter acreditado nessa banda que mudou minha vida teve essa ótima recompensa, posso afirmar que esse é, de longe, o melhor trabalho da banda desde o clássico "Revenge", de 1992. 
Para finalizar esse review tão agradável de escrever, já vou adiantando que não tem como colocar esse álbum ao lado de qualquer outro clássico. Até porque o Kiss é aquele tipo de banda que não tem um álbum definitivo que seja unanimidade entre os fãs, cada um tem o seu próprio favorito. Mas o melhor de tudo é encontrar em pleno 2012 um álbum excelente e que soa tão puro, direto na essencial do que é e sempre deveria ter sido o Rock. Não sou o tipo de pessoa que acha impossível recriar isso com as bandas de hoje em dia. Mas certamente o Kiss nos mostra que ainda tem muito a nos ensinar antes de pendurar as chuteiras, lembrando a todos que ainda é a banda mais quente do mundo, além de ser a única no mundo que tem um exército fiel de fãs, o Kiss Army. 
E que venha logo o dia 14 de novembro, quando finalmente vou ver meus ídolos e heróis de infância detonar o Estádio do Zequinha, em Porto Alegre!

Nota: 5 (deveria ser 4, mas ganharam mais meio ponto por fazer Rock 'n' Roll puro em 2012 e mais meio ponto simplesmente por ser o Kiss)







A seguir, algumas amostras desse ótimo trabalho. Peço ao caro leitor que, por favor, me informe se algum desses vídeo estiver indisponível. Digo isso pelo fato de que está realmente difícil achar músicas desse álbum pelo You Tube, a gravadora está marcando em cima para todos comprarem o álbum.

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