por Delmar Borba
Era Julho
de 1987 e estava sendo forjado o disco que é o maior ícone do Black
Metal brasileiro. Apesar de musicalmente até mesmo a banda
considerar-se Death Metal, é inegável a importância do Sarcófago
e desse disco em especial para a cena Black Metal mundial, sobretudo
a Norueguesa. Fato esse salientado pelo próprio Euronymous (Mayhem).
Depois de sair literalmente na mão com alguns integrantes do
Sepultura, Wagner “Antichrist” Lamounier (então vocalista da
banda) saiu e resolveu montar uma nova banda e chama-la de Sarcófago.
Depois de participar da compilação da Cogumelo Records “Warfare
Noise”, o grupo entrou em estúdio para
gravar seu primeiro álbum e cravar seu nome na história do metal
extremo mundial.
O álbum
segue com mais uma que se destaca, a faixa título I.N.R.I,
com outro riff que, como não poderia deixar de ser, é a pura
essência Black metal old school, bateria causticante repleta de
blast beats na sua totalidade, música curta, porém perfeita pra
quem admira metal extremo de verdade e sem frescura, e que termina
com a celebre frase “FUCK YOU, FUCK YOU, FUCK YOU JESUS
CHRIST!!!!”. Christ’s Death é
a próxima e segue a porradaria a altura do restante do álbum, com
direito a uma versão da marcha fúnebre de Frederic Chopin (aquela
que provavelmente é a mais popular de todas elas), aos gritos de
“DIE JESUS CHRIST, I HATE YOU!!” no final da musica. Satanas
é outra que se destaca pelo seu refrão
marcante e levada certeira e é mais um clássico desse álbum que
parece uma coletânea de tão linear e empolgante.
Ready to Fuck, como o título já entrega,
tem letra totalmente sexista, coisa corriqueira no decorrer do álbum,
porém aqui fica ainda mais explícito. Deathrash,
poucas vezes um título caiu tão bem a uma musica, é só imaginar
uma mistura perfeita entre Death e Black Metal, curta e grossa. The
Last Slaughter é outro festival de blast
beats, com um riff sensacional e mais cadenciado no meio, que da uma
respirada ao ouvinte, pra rapidamente já voltar mais uma vez ao caos
total até o fim e acaba com um tema circense e um som de uma
legítima cagada e descarga, podre...
Recrucify
(The Black Vomit), não presente na versão
original de 1987, tendo sido apresentada originalmente na coletânea
Warfare Noise juntamente com “Satanas”, termina o disco da forma
mais caótica possível, com Jesus sendo “recucificado” aos
berros no inicio, acabando numa musica tão intensa e rápida, que
beira ao Grindcore. Não poderia deixar de citar aqui a capa deste
disco, que traz a banda em um cemitério, com os integrantes vestidos
com couro e cinturões de bala, e já naquela época com o hoje comum
“Corpse paint”, algo que ninguém a não ser Dead (Vocal, Morbid,
mais tarde Mayhem) usava na época com temática voltada a fazer os
músicos parecerem mortos–vivos no palco. Mais um pioneirismo dessa
que foi e ainda é uma das bandas mais subestimadas da história, se
tivesse tido mais apoio, poderia ter alçado vôos muito mais altos,
com certeza.
Formação:
Wagner
"Antichrist" Lamounier - vocais
Gerald
"Incubus" Minelli - baixo
Zeber
"Butcher": guitarra
D.D.
Crazy: bateria
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