Esse é o primeiro de uma série de reviews que estamos postando do novo álbum do Black Sabbath. Para ler todas as resenhas, clique na tag review 13.
A expectativa foi grande, e a resposta foi a altura! "13" é um disco pra lavar a alma de quem esperava desde 1979 por um disco completo do Black Sabbath com Ozzy nos vocais, e também serve pra tapar a boca de quem ainda insiste na frase que diz: “os velhos não são mais os mesmos”. Pois eu digo: “QUEM SABE SABE MEU VELHO!!”. Os caras botam todos no seu devido lugar com músicas de puro heavy metal com aquela pegada dos anos 70, porém com um toque das modernidades dos dias atuais, sem perder a identidade. Tony Iommi continua com aquela pegada mais obscura mostrada com maestria no disco do Heaven And Hell ("The Devil You Know") temperada com a aura Rock’n Roll dos anos 70, que nesse disco (felizmente) ficou mais evidente.
O disco começa com a ótima "The End Of The Beginning", com um riff lento e pesado e a voz de Ozzy acompanhando a mesma linha, bem no estilo da música "Black Sabbath", e vai crescendo gradativamente até descambar em um riff que só Iommi é capaz de fazer. De acordo com que a música vai passando, os arranjos vão crescendo até que vem um solo que dispensa comentários, pois lá está o mestre supremo das seis cordas. Depois os arranjos caem para uma linha melódica muita calma, com os vocais de Ozzy muito bem encaixados, até que vem mais um solo matador. Na minha opinião, uma das melhores do disco.
Depois vem "God Is Dead?", que todos já conhecem, pois foi escolhida como o primeiro single do disco e já foi disponibilizada antes para download e no YouTube também. Segue a mesma linha da primeira, destacando primeiramente a voz de Ozzy, muito bem encaixada, para depois chegar mais um riff monstruoso de Tony Iommi. Porém o que sobra de qualidade durante toda a música fica devendo (e muito) no solo, diria que ficou até mesmo decepcionante, bem fraco. Mas não poderia deixar passar em branco o trabalho de Geezer Butler nessa musica, fazia muito tempo que não escutava um disco com um timbre tão claro e potente de baixo. O trabalho de baixo no disco inteiro está fenomenal (como não poderia deixar de ser), mas o que ele faz na linha que serve de base para o “solo” desta música é de arrepiar, lembrando os velhos tempos de “War Pigs”.
O disco segue com "Loner", mais uma que, na minha opinião, se destaca no disco. Essa sem introduções ou dedilhados no inicio, vai direto para o riff principal e segue uma linha mais rock’ n roll, sem muitos arranjos, dando uma parada no meio para depois voltar com tudo! Nessa música é possível avaliar melhor o trabalho do batera que foi escolhido para substituir a lenda Bill Ward, Brad Wilk (do Rage Against The Machine), e o cara foi lá e fez aquele tradicional “feijão com arroz”, só que muito bem feito, ponto para ele.
A próxima é "Zeitgeist", que para mim é a parte mais fraca do disco, não por ser uma música lenta e acústica em meio a avalanche de peso do disco, mas por parecer de mais com a "Planet Caravan", do disco Paranoid. Os arranjos, solos e até mesmo a percussão são tão parecidos, que pra mim pareceu forçado demais.
"Age Of Reason" é a que mais lembra o trabalho solo de Ozzy (da fase do "Ozzmosis"), só que com Tony Iommi nas guitarras, o que faz uma bela diferença. Ao exemplo de tudo que o guitarrista faz, os arranjos vão crescendo até a música terminar de uma forma grandiosa e você vai tendo cada vez mais dúvidas sobre o que você mais gostou no disco!
Daí vem "Live Forever", que na minha opinião é a melhor do disco. Com uma letra bem interessante e um instrumental empolgante faz a alegria dos fãs da banda. Os solos de guitarra mais uma vez destroem tudo, uma verdadeira aula de heavy metal oferecida por quem realmente entende do assunto! Sem palavras!
"Damaged Soul" é um puro blues, feito pelo Black Sabbath em pleno ano de 2013 (é quase inacreditável que estou dizendo isso...)! Com direito a gaita de boca e tudo, com Iommi fazendo a guitarra praticamente falar nos solos e um baixo com um peso absurdo na base. Brad Wilk mais uma vez fazendo um ótimo trabalho atrás do kit. A música vai ganhando velocidade no final e termina com o ouvinte quase sem fôlego com a pedrada proporcionada pela banda.
E por ultimo temos "Dear Father", mais um grande destaque do disco, com bastante variedade nos arranjos e um grande trabalho de Ozzy nos vocais. Na parte do meio, a musica acelera e nesse momento em específico é onde mais lembra a fase de "Never Say Die", depois cai o ritmo para o riff principal mais uma vez e chega ao fim da música e consequentemente do disco. Com um detalhe no mínimo emocionante, o disco acaba exatamente da mesma forma que começa o disco que deu nome a banda, "Black Sabbath" (1970), com a trovoada, a chuva e o sino ao fundo! Quase fui às lágrimas, arrepiante!
Há de destacar-se o belo trabalho na produção do disco feito por Rick Rubin, deixando os instrumentos com um som perfeito, e o trabalho de Geezer Butler que destaca-se com sua técnica e peso no timbre do baixo atrás da massa sonora das guitarras de Tony Iommi. Também é importante ressaltar que, apesar de Ozzy nunca ter sido um grande vocalista em termos técnicos, como é bom ouvir a voz dele de novo em um álbum do Black Sabbath! A banda está de parabéns pelo trabalho, ficou muito além do esperado! Para mim, que sou fã nº 1 da banda, o disco já é o melhor do ano disparado!
Nota: 4,5
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