por Lucas Queiroz
Saudações Truezarada de todos os pampas, espero que esteja tudo bem! O ATM anda demais, não?! Quero antes de tudo parabenizar a todos meus companheiros de blog, pois no mês de maio batemos o recorde de acessos, o que é algo maravilhoso, nos sentimos recompensados vendo que nossas matérias, reviews e informações estão chegando em peso e qualidade para todos vocês. Meu MUITÍSSIMO obrigado a todos os leitores e fãs desse gênero maravilhoso que une nações!!
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Bonatio, como assunto dessa semana, vou usar o link da coluna passada, onde fiz um review sobre os guitarristas que passaram na vida de Ronnie James Dio, e seus projetos. Porém, vou resenhar a iniciativa tomada pelo mesmo e sua banda, o "evento" Hear 'n' Aid.
"We are the world, we are the childreeeeeeeeeeenn"
Vocês lembram disso, né? Bem, o Hear'n'Aid foi formado aos mesmos moldes do projeto de Michael Jackson, mas com o intuito de reunir grandes músicos da cena Hard/Metal americana dos anos 80, que ainda estavam em seu auge.
Voltando um pouco atrás, e até a título de curiosidade, o We Are The World, também foi inspirado em outra iniciativa que tinha o interesse de amenizar a fome na África. Feito em 1984 com a colaboração de músicos britânicos/irlandeses, o projeto Band Aid e sua música "Do The Know It's Christmas?" liderado por Bob Geldof, frontman da banda The Boomtown Rats.
A banda de Geldof estava em declínio, indo morro a baixo pra ser mais exato, e vendo um documentário sobre a fome na Etiópia, prometeu realizar algo para auxiliar aquele povo sofrido.
Música produzida por Bob e Midge Ure
Como todo bom americano que não sabe ficar para trás, MJ e Lionel Richie junto de 45 top cantores POP dos EUA, reuniram-se produzindo o aclamado tema de final do Criança Esperança, digo digo, o We Are The World. A empreitada gerou 55 milhões de dólares, valor este referente as 7 milhões de cópias vendidas no mundo, sendo este um dos singles mais comercializados de todos os tempos. Todo valor foi repassado para instituições que ajudavam as pessoas famintas do continente Africano.
We Are The World 85' um dos singles mais vendidos de todos os tempos.
Como todos sabemos, os tr00s não são só espadas e spikes, (alguns de nós) temos um bom coração e a vontade de ajudar ao próximo.
Após ouvirem a notícia de uma ação de caridade no programa Radiothon, da rádio americana KLOS, os integrantes Jimmy Bain e Vivian Campbell da formação da banda de Dio, observaram a baixa participação dos artistas do Heavy Metal neste tipo de causa. E nas luzes dos dois outros projetos caridosos que ocorriam na época, Dio, Vivian e Jimmy co-escreveriam o single "Stars", música tema da campanha onde seriam incorporados músicos da cena 'Metalística' da época.
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| Rádio KLOS com o programa Radiothon que deu luz ao projeto "Stars" |
O plano de Dio era simples: reunir 53 dos maiores nomes do Metal dos anos 80 para cantar, tocar e fazer coro da épica "Stars". O grande problema, e até empecilho do projeto, foi conseguir reunir todos em um estúdio para as gravações, levando em conta a agenda lotada de todos os músicos, produtores e afins envolvidos na gravação.
Primeiro foi criada a temática, o Riff básico para a montagem da música, após isso, cada um dos vocalistas principais fariam sua interpretação para a mesma, onde seriam avaliados e escolhidos os melhores trechos para montar um Frankenstein musical. A mesma coisa ocorria com o "solo" de guitarras. Os backing vocal, foram gravados com todos os integrantes numa mesma sala, com microfones individuais e um grande fazendo a recepção do coral.
Agora imaginem, monstros como George Lynch, Yngwie Malsmteen, Carlos Cavazo, todos no auge das suas carreiras,considerados Guitar Gods, dando sua visão de solo para a música, e você, um humilde diretor, tendo que editar, cortar e montar tudo isto. Que maravilhosa dor de cabeça.
Como foi dito, a composição da música era dividida em 3 partes: vocais principais, coro (ou vozes secundárias) e guitarras solo. Abaixo citaremos as participações.
Nas vozes principais você ouvirá ninguém menos que:
-Ronnie James Dio (Dio)
-Dave Meniketti (Y&T)
-Don Dokken (Dokken)
-Eric Bloom (Blues Öyster Cult)
-Kevin DuBrow (Quiet Riot)
-Rob Halford (Judas Priest)
-Paul Shortino (Rough Cutt)
-Geoff Tate (Queensrÿche)
Isso só pra começar. Ok, ok, aposto que talvez vocês não conhecem todos os músicos ou bandas que eu citei ou vou citar, mas é bem válido que procurem, nos EUA nenhum deles vendeu menos de 100 mil cópias, o que é um valor alto para os padrões de hoje. Continuando, a lista dos backing vocals ou coro é bem extensa, mas quero deixar aqui os nomes e bandas porque, de uma forma ou outra, todos contribuíram por esta nobilíssima causa:
*Tommy Aldridge (Ozzy Osbourne)
*Dave Alford (Rough Cutt)
*Carmine Apice (King Kobra/Vanilla Fudge)
*Vinny Apice (Dio)
*Jimmy Bain (Dio)
*Frank Banali (Quiet Riot)
*Mick Brown (Dokken)
*Vivian Campbell (Dio)
*Carlos Cavazo (Quiet Riot)
*Amir Derakh (Rough Cutt)
*Buck Dharma (Blues Öyster Cult)
*Brad Gillis (Night Ranger)
*Craig Goldy (Giuffria)
*Chris Hager (Rough Cutt)
*Chirs Holmes (WASP)
*Blackie Lawless (WASP)
*George Lynch (Dokken)
*Yngwie Malmsteen
*Michael McKean (Spinal Tap/David St. Hubbins)
*Vince Neil (Mötley Crüe)
*Ted Nugent
*Eddie Ojeda (Twisted Sister)
*Jeff Pilson (Dokken)
*Rudy Sarzo (Quiet Riot)
*Claude Schnell (Dio)
*Neal Schon (Journey)
*Harry Shearer (Spinal Tap/Derek Smalls)
*Mark Stein (Vanilla Fudge)
*Matt Thorr (Rough Cutt)
Cacetada, quanta gente! Repito galera, se não conhecerem alguma dessas bandas, vão atrás, vale muito a pena!!
Como citei a cima, o solo foi o desmembramento das várias interpretações dos guitarristas que participaram do projeto, sendo eles:
Craig Gold, Eddie Ojeda, Yngwie Malsmteen, George Lynch, Buck Dharma, Neal Schon, Brad Gillys, Carlos Cavazo e Vivian Campbell
No vídeo que postei no começo da coluna, a participação de cada um dos membros está bem demarcada e vocês podem conhecer um pouco melhor o trabalho de cada um deles!
Sem desmerecer o trabalho do baixo de Jimmy Bain, da banda do Dio, e dos bateristas, Vinny Apice (Dio) e Frank Banali (Quiet Riot).
O vídeo mostra Dave Murray e Adrian Smith do Iron Maiden de relance no final do solo. Eles tiveram uma modesta mas importante participação no projeto, coordenando as linhas melódicas das guitarras rítmicas. Acredite isso é muito importante para a continuidade da música como um todo só. E eles fizeram isso no meio da "World Slavery Tour", turnê de divulgação do álbum "Powerslave", procure saber dessa "turnêzinha" do Maiden.
OBS: (Prestem atenção no topo a esquerda do coro, Chris Holmes e Ted Nugent dançando freneticamente, me divirto muito com aquela cena.)
Esse projeto recolheu cerca de um milhão de dólares, quantia modesta comparada ao faturamento do single We Are The World, mas como dizem, o que vale é a boa intenção.
As boas ações movem o mundo, isso é um slogan de algum lugar (por favor, não me processem) mas isto é um fato, não interessa se você é fã de pagode, sertanejo, ou alguma música sub-underground japonesa com influência de bossa nova. O importante é preocupar-se com o próximo, nesses tempos de ideologias deturpadas, sonhos corrompidos e declínio humano!
Ronnie James Dio dava aí mais uma prova da sua grandeza espetacular.
Meus queridos, vamos ficando por aqui, até semana que vem e muito obrigado pela paciência, abaixo vou deixar o documentário sobre a gravação do Hear 'n' Aid na integra, é uma aula de HEAVY METAL! Quero novamente agradecer ao ATM pela beleza do que estamos criando, somos foda pessoal, e não conseguiríamos nada sem os nossos leitores, amigos e parceiros, muitíssimo obrigado a todos, Cuidem-se e STAY HEAVY \../
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