Texto: Paola Rebelo
Fotos: Tiago Alano
A noite de terça-feira, 21 de maio, foi memorável para os fãs de Death Metal de Porto Alegre. Morbid Angel se apresentou no Bar Opinião pela primeira vez na capital gaúcha como uma realização da Urânio Produtora. A turnê do quarteto conhecido como os "Reis do Death Metal" visa principalmente a divulgação de seu trabalho mais recente, o álbum "Illud Divinum Insanus", lançado em 2011.
Fotos: Tiago Alano
A noite de terça-feira, 21 de maio, foi memorável para os fãs de Death Metal de Porto Alegre. Morbid Angel se apresentou no Bar Opinião pela primeira vez na capital gaúcha como uma realização da Urânio Produtora. A turnê do quarteto conhecido como os "Reis do Death Metal" visa principalmente a divulgação de seu trabalho mais recente, o álbum "Illud Divinum Insanus", lançado em 2011.
Quem assumiu o palco antes da atração principal da noite
foram os gaúchos da banda In Torment. Com Rafael Giovanoli e Alexandre
Graessler nas guitarras, Dionatan Britto na bateria, Bruno Fogaça no baixo e Alex
Zuchi atrás do microfone, a banda já possui 16 anos de estrada. O início do
show de abertura foi por volta das 20h, começando com "Grotesque
Defacement", seguida de "Labyrinth of Depravity", duas músicas
que já foram suficientes para mostrar que o death metal brasileiro não está
muito atrás do americano de Morbid Angel.
Depois de uma pausa para agradecer a presença de todos e
apresentar a banda ao público, optaram por tocar faixas de seu segundo álbum,
"Paradoxical Visions of Emptiness", "Elements of Sadistic Cruelty" e
"Smashed Into Oblivion". O carro-chefe do In Torment, porém, foi a
música que veio a seguir: "Into Abyssal Landscapes", do mini-álbum
"The Flesh Gateway", que ganhou um videoclipe
no início desse ano. Aparentemente, essa era para ter sido a última música dos
gaúchos da noite, mas a empolgação do público do Opinião foi suficiente para
fazê-los tocar mais três músicas. Com "The Flesh and the Spirit" e "Homicidal Cognitive
States", In Torment encerra seu show, deixando um convite para a edição do
Storm Festival desse ano, que vai acontecer na Embaixada do Rock, em São
Leopoldo - RS. Mais informações aqui.
Durante a troca de equipamentos no palco para a banda
principal, algo inesperado aconteceu. Não eram os roadies que estavam
preparando e testando os equipamentos por
trás do telão do Opinião para o show do Morbid Angel, e sim os próprios membros
da banda. E se antes eles estavam caminhando de um lado para o outro do palco
com as luzes acesas e carregando instrumentos, pontualmente às 21h o palco
estava montado, as luzes foram apagadas e o show havia começado.
"Immortal Rites", um clássico do primeiro álbum da
banda, "Altars of Madness" (1989), foi a música escolhida para abrir a noite do
Morbid Angel em Porto Alegre, seguida de "Fall From Grace", do álbum Blessed
are the Sick, de 1991. Em um breve intervalo, o vocalista e baixista David
Vincent cumprimenta o público da casa, e deixa claro que haviam muitas músicas
a serem tocadas e aquele seria o foco da noite: "menos conversa, mais
música", nas palavras do Evil D. Logo após, foi escolhida
"Rapture", a faixa inicial do "Covenant" (1993), o álbum de death metal
mais vendido da história, que vendeu mais de 127 mil cópias nos Estados Unidos.
Voltaram ao Altars of Madness com a música "Maze of Torment".
A presença de palco e a habilidade dos membros do Morbid
Angel é impressionante. Para qualquer um que tivesse dúvidas se o nova-iorquino
Tim Yeung realmente era o baterista mais rápido do mundo, conforme foi eleito
em 2006 na competição World's Fastest Drummer, sua performance nesse show quebrou
conceitos com velocidade e destreza. Já o representante escandinavo da banda, o
guitarrista Destructhor, passou o show inteiro estimulando o "seu
lado" do público a gritar e cantar mais alto.
O frontman David Vicent merece um destaque especial. O
baixista e vocalista da banda possui um desempenho sobre o palco como um ator
que entra de corpo e alma em um personagem. Além de jamais deixar a desejar em
suas técnicas vocais e tampouco no baixo, seus gestos, suas expressões e o modo
como ele interage com o público são de uma teatralidade brutal que se encaixa
perfeitamente com a proposta de Morbid Angel. Carismático ao seu próprio modo e
bastante espirituoso, soube aproveitar os momentos certos para conversar e
fazer brincadeiras com os fãs.
Se houve um momento em que o show perderia sua força, seria quando
começassem a ser tocadas as músicas do novo álbum, "Illud Divinum Insanus", que
foi rejeitado por uma grande parcela de fãs mais intransigentes de Death por conter
traços de Industrial Metal. No entanto, Vicent fez bem seu papel em animar os
fãs, e "Existo Vulgoré" foi tão bem recebida no Opinião quanto
qualquer outra música do Morbid Angel. Antes de tocar "Nevermore",
Vicent diz que aquela é uma canção para todos aqueles que não vão tolerar mais
nada - "Mas não é Twisted Sister", brinca o baixista. A velocidade
dessa faixa em especial retoma o "antigo" Morbid Angel e os vocalizes
que podem ter desagradado aos fãs no álbum, no show foram mais uma oportunidade
de interação com o público.
Para encerrar as músicas do Altars of Madness, eles tocaram
a "Lord of All Fevers & Plagues" seguida de "Chapel of
Ghouls", a principal música da noite. David Vincent alerta: "se você
não conhece essa, você está na p*rra do lugar errado". Eis que surge o
momento do guitarrista e membro fundador Trey Azagthoth protagonizar o show,
com um solo que tinha tudo para se tornar arrebatador, mas teve suas asas
cortadas antes que pudesse alçar voos mais altos. Em um piscar de olhos, o
restante da banda estava de volta ao palco para continuar a música normalmente.
Seguido do solo que quase não aconteceu, eles investiram em
duas faixas do álbum Domination. "Dawn of the Angry" foi seguida por
"Where the Slime Live", um dos momentos mais intensos do shows. Logo
após é tocada "Bil Ur-Sag", de um dos álbuns mais brutais da carreira
do Morbid Angel, "Formulas Fatal to the Flesh", da época em que Steve Trucker
assumia o lugar de David Vicent no baixo e vocais. Também do "Domination", seguiu-se "God of
Emptiness", antes de o show ser encerrado com a famosa "World of Shit",
do álbum "Convenant".
Antes mesmo que o público tivesse tempo de começar seus
gritos por bis, as luzes já se acendiam e o painel já havia sido baixado,
indicando que a banda não voltaria ao palco. Foi um show relativamente curto, cujo
término se deu às 22h em ponto, porém se fez valer pela sua intensidade e vigor.
Os fãs de música extrema de Porto Alegre podem se dar por satisfeitos, pois uma
noite como essa vai demorar a se repetir.
SET LIST
In Torment:
Labyrinth of Depravity
Elements of Sadistic Cruelty
Smashed into Oblivion
Into Abyssal Landscapes
The Flesh and the Spirit
Homicidal Cognitive States
Morbid Angel:
Immortal Rites
Fall From Grace
Rapture
Maze of Torment
Existo Vulgoré
Nevermore
Lord of All Fevers & Plagues
Chapel of Ghouls
Dawn of the Angry
Where the Slime Live
Bil Ur-Sag
God of Emptiness
World of Shit
Fall From Grace
Rapture
Maze of Torment
Existo Vulgoré
Nevermore
Lord of All Fevers & Plagues
Chapel of Ghouls
Dawn of the Angry
Where the Slime Live
Bil Ur-Sag
God of Emptiness
World of Shit
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