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Review de CD: Prophajnt - A New Beginning

sexta-feira, 16 de agosto de 2013


Uma das reclamações mais constantes entre as pessoas que trabalham no meio do Rock/Metal (e dos fãs também) tem sido a dificuldade em encontrar bandas com propostas diferentes e que sejam capazes de inovar. Infelizmente o gênero já caiu na mesmice há muito tempo e para cada 10 bandas novas, 9 já começam muito mal por adotarem um rótulo logo de cara. Não nego que isso já dá um certo desânimo quando aparece algum material para review. Mas as vezes você tem alguma surpresa agradável e, ao levar tudo isso em conta, uma banda como a Prophajnt acaba sendo um diferencial dentro da cena independente.

O grupo já está na ativa há algum tempo, trabalhando tanto em material próprio quanto em tributos a Iron Maiden e Dio. "A New Beginning" é o primeiro lançamento oficial da banda e traz 7 faixas que apresentam ao ouvinte uma bela mistura de Heavy Metal tradicional, Hard Rock e outras influências diversas que serão abordadas ao longo da resenha. A Prophajnt é formada por Verônica Pasqualin (vocal), Márcio Ritter (guitarra), Gustavo Refosco (baixo) e Rodrigo Marques (bateria).

O EP abre com a intro "Un Sentiment", faixa curta que contém belas melodias vocais de Verônica. "Strong Enough" vem na sequência apresentando uma síntese da proposta do grupo, com uma levada bem tradicional conduzidas por boas viradas de bateria de Rodrigo. Apesar de ser marcante desde o início as influências supracitadas, a banda sabe utilizar isso como base para criações mais ousadas e inovadoras, passando longe dos clichês que permeiam o cenário contemporâneo.

Em "Face Your Truth" é dado continuidade ao som característico da banda. Seu refrão é bem marcante e as linhas de guitarra são bem trabalhadas, culminando em um dos melhore solos de Márcio no trabalho apresentado. Na sequência temos "Inner Mess", única faixa de autoria de Gustavo e certamente um dos melhores momentos de "A New Beginning". A canção impressiona com sua pegada bem funk, tanto na guitarra quanto nos slaps do baixista. "Inner Mess" deixa bem claro que o caminho que a Prophajnt deve seguir é justamente essas misturas com influências diversificadas. Sendo sincero, de todos os trabalhos nacionais lançados até agora em 2013, "Inner Mess" é uma das canções mais criativas que escutei.

A balada "Angel Of Mine" começa com uma excelente passagem acústica, onde ficam evidentes as influências eruditas de Márcio. A canção evolui para tornar-se mais pesada, terminando com uma excelente performance vocal de Verônica. Ao lado de "Inner Mess", é uma canção que destaca-se com grandes diferenciais e valoriza o talento dos músicos da Prophajnt. Já "Escape From The Fire" é praticamente o hit pronto da Prophajnt, impossível escutar essa música e não sair cantando o refrão de primeira. Vale lembrar que foi aqui no All That Metal que a banda fez a estreia da faixa, em uma matéria de Ana Rauber na Semana Ronnie James Dio, em maio desse ano.

Encerrando o lançamento temos a faixa título, contendo apenas voz, violão e teclados. Mais uma vez, temos uma ótima performance de Verônica alternando entre tons altos e baixos com exímia técnica. Ao final, ficamos com a vontade de escutar logo um full length dessa banda promissora. O único problema é que eu conheço muito bem a banda ao vivo e fiquei com a leve impressão de que a produção não favoreceu a captação do feeling que eles tem em cima do palco. Mas isso é uma questão que não atrapalha em nada a audição do trabalho, pelo contrário, acho um lançamento mais do que digno para marcar o primeiro registro profissional da Prophajnt.

"A New Beginning" é exatamente o que diz o título: o começo de uma nova fase na carreira da Prophajnt. O EP sintetiza tudo que a banda faz e ainda é capaz de fazer. Atualmente o grupo fez uma pausa das apresentações ao vivo e deve retornar aos palcos somente no ano que vem. Inclusive, publicamos uma matéria sobre a última apresentação de 2013, você pode CLICAR AQUI para conferir todos os detalhes. Mas nada impede você de adquirir o EP na loja virtual da banda, certo? É isso mesmo, você pode escolher comprar a cópia física ou a versão digital para download. CLIQUE AQUI para mais detalhes. Altamente recomendado pela equipe do All That Metal!

Nota: 4

Postmortem: "Atra Mors" e o show com o Possessed

segunda-feira, 5 de agosto de 2013


A banda Postmortem já está na ativa há quase 10 anos e conseguiu estabelecer seu nome como um dos grandes expoentes do underground gaúcho. Isso para não falar em um âmbito nacional, uma vez que o Death Metal apresentado pelo grupo de Pelotas não fica devendo nada para os principais representantes do gênero no Brasil. Em fevereiro desse ano a banda lançou o EP "Atra Mors", contendo três faixas com muita brutalidade e técnica. Inclusive, uma das faixas do trabalho ("Above All Lies") foi primeiramente divulgada com exclusividade aqui no ATM, quando a banda fez a estreia da nossa seção Southern Extremism.

Atualmente a Postmortem prepara-se para uma das apresentações mais importantes de sua carreira: abrir o show do Possessed em Porto Alegre, no dia 8 de agosto. Abrir para a banda precursora do subgênero é uma grande honra conquistada com méritos pelo ótimo trabalho da banda. O show vai ser realizado no Beco e você ainda pode adquirir ingressos do 2º lote por R$ 70 na Heaven And Hell Rock Store (R. General Vitorino, 140 - Sala 201 - Porto Alegre-RS). CLIQUE AQUI para todos os detalhes sobre o show.


A matéria que apresentamos hoje é algo bem diferente do que estamos acostumados. Ao invés de fazermos um review como tradicionalmente acontece com diversos lançamentos, decidimos convidar a própria banda para falar de "Atra Mors". O guitarrista/vocalista Bruno Añaña e o baterista Douglas Veiga contam como foi o processo de gravação, detalhes sobre as letras e muito mais. A banda ainda conta com Mou Machado (guitarra) e Juliano Pacheco (baixo). E antes de começarmos, apenas um recado: a banda já está finalizando seu próximo EP que está em fase de mixagem.


Sobre a gravação:

"A gravação do EP 'Atra Mors' foi extremamente proveitoso para a banda, primeiro por ser o segundo trabalho oficial de estúdio da banda, outro pelo produtor ser o guitarrista e vocalista Bruno Añaña, que vem trabalhando com bandas locais como Vetitum, Trail Of Sins, Escória, She Hoos Go entre outras. Foi um processo de muita união, esforço e aprendizado de todos da banda e o resultado se reflete na obra, que contentou a todos.
Ao fim da gravação dos três sons, era notório que o material já tinha uma excelente qualidade sonora. Foi nesta etapa que uma parceria para mixagem e masterização foi firmada entre o produtor Felipe Lisciel (RJ) e a Postmortem. Devido à sua metodologia de trabalho mais voltada para o áudio analógico, o EP 'Atra Mors' ganhou uma sonoridade interessantíssima, agradando demais à banda e demais envolvidos no processo."


Faixa-a-faixa de 'Atra Mors':

Above All Lies: 


 "Atra Mors" já abre com toda a brutalidade de "Above All Lies", uma faixa rápida com riffs diretos e vocais agressivos. A bateria tem passagens destruidoras alternando entre blast beats precisos e outras passagens mais técnicas. É impossível não destacar o solo de guitarra da faixa, com uma ótima melodia que encaixou-se na música de uma forma muito criativa.

"A música foi escolhida pelo seu peso do início ao fim e provavelmente de cara, já foi cotada para abrir o EP pelo jeito bruto como começa. Foi a 3ª ou 4ª composição da banda, sendo composta por Bruno, Willian Knuth (ex-vocal) e Douglas Veiga (bateria), este último, responsável pela letra também. O solo de guitarra é um dos favoritos de Bruno que alia uma melodia simples e bem harmonizada com a base. Os vocais são na maior parte do tempo rápidos, talvez a que mais exigiu tecnicamente para ser gravada."

Possession Of Spirit And Flesh: 


A segunda faixa de "Atra Mors" deixa bem claro as influências da Postmortem, com um Death Metal de altíssima qualidade. A canção alterna entre alguns momentos mais rápidos e pesados, para depois levar o ouvinte a uma sonoridade mais cadenciada. Duvido muito que um fã de música extrema escute a faixa e não saia bangueando com o trecho final dela logo na primeira audição.

"Embora já conste na primeira demo da banda 'Out Of Tomb', decidimos incluí-la por acharmos uma excelente composição, talvez uma das mais bem elaboradas, embora o início tenha sido modificado em relação ao primeiro registro. A composição é de Bruno Añaña e Douglas Veiga, letra de Douglas Veiga."


Till Your Last Breath: 


Particularmente, minha favorita do EP. A maior parte da música tem um peso mais arrastado, para depois evoluir até seu final caótico. Tudo em "Till Your Last Breath" encaixa-se perfeitamente bem: guitarras com muito peso; um solo que começa mais melódico para depois ficar mais rápido e enfim terminar com as duas guitarras em conjunto; as melhores linhas de baterias do EP, com muita técnica e agressividade. O trecho final da música é sensacional e vai literalmente violentar seus ouvidos.

"É uma composição mais recente da Postmortem, seu ritmo é bem mais lento mas conta com um final brutal. Composta por Bruno Añaña e Mou Machado, é a primeira música da Postmortem com letra de Bruno Añaña."


Letras:
Above All Lies
Douglas Veiga: "Nessa letra eu falo sobre os dogmas religiosos e como existe gente cega que corre atrás de um ideal vazio. No caso o interlocutor é algo ou alguém, com um espírito de vingança, que vive neste mundo regulado por morais e leis e que quer ter a sua desforra! Ele vai se vingar de quem por anos o aprisonou não podendo se expressar e ter um real livre arbítrio. Tal qual a gente que vive num mundo podre e hipócrita, mas devemos baixar a cabeça para regras sociais manipuladas por quem tem um poder material, criado por eles mesmos, e superlavorizado pela massa ignorante."

Possession of Spirit and Flesh
Douglas Veiga: "Esta eu lembro de ter imaginado algo mais demoníaco e fantástico pra ilustrar o comportamento de pessoas que simplesmente não se encaixam na sociedade, tem algum tipo de maldade enraizada no inconsciente. Imaginei bem como um filme mesmo, gosto de pensar em roteiros pras coisas que escrevo e nessa é algum tipo de filme de terror sobre possessão ou algo não explicado. A tal pessoa sofre de alguma maldição ancentral e todo seu corpo e mente são dominados por um ser que se alimenta das fraquezas carnais e piscológicas do indivíduo. Enquanto isso ele evolui e passa extirpar qualquer traço da personalidade e se torna o líder do corpo em si."

'Till Your Last Breath
Bruno Añaña: "Basicamente trata-se de uma alma penada presa ao mundo dos vivos e que foi morta em virtude da ganância de uma única pessoa. A vontade é puramente de vingança, que será conseguida através da força vinda de outros espíritos mortos pelo mesmo motivo."


Show com o Possessed
"Como músico da Postmortem e como alguém que cresceu ouvindo Seven Churches e Beyond The Gates, será um prazer e uma monstra honra, não só de ver os caras tocando estes sons ao vivo como também de participar da abertura do show deles na capital do meu estado. Espero no mínimo uma noite surreal pra Postmortem e pra todos que forem até o Beco bater cabeça." 
- Bruno Añaña

Review de CD: Kalmah - Seventh Swamphony

terça-feira, 25 de junho de 2013

 Como o próprio nome já indica, "Seventh Swamphony" é o sétimo disco de estúdio dos finlandeses do Kalmah, banda que ficou conhecida por tocar um Death Metal melódico extremo e de alta precisão. O grupo que sempre teve as guitarras dos irmãos Antti e Pekka Kokko a frente, conseguiu levar sua música a um novo patamar, fugindo dos clichês que perseguem o gênero que dedicaram-se a tocar. Talvez parte disso seja por conta do novo tecladista, Veli-Matti Kananen, que sabe usar seus efeitos de forma inovadora na banda, sem soar entediante como boa parte das bandas do gênero.

A faixa título dá início aos trabalhos de forma violenta com blast beats e acordes de teclados que dão um tom de grandiosidade ao início do trabalho. A canção nos brinda com o Kalmah já tradicionalmente conhecido por todos, ou seja, espere por melodias bem construídas, vocais extremos e outros elementos comuns ao Death melódico. No meio da música temos uma bela passagem acústica que antecede o solo de guitarra. Em "Deadfall" e "Pikemaster" a banda dá continuidade ao clima que permeia quase todo o trabalho. São canções rápidas e técnicas, sempre com as guitarras a frente conduzindo tudo com riffs e melodias. Apesar do uso excessivo dos teclados em diversos momentos, a banda consegue fazer com que isso seja um diferencial e não atrapalhe o resultado como um todo.

O maior destaque do novo lançamento é "Hollo", faixa que destaca-se em meio ao álbum com seu começo mais arrastado, um bom trabalho de contraponto nas guitarras e vocais limpos em determinados trechos. Do peso arrastado ela evolui e fica mais rápida, com o pedal duplo marcando riffs mais rápidos e corais acompanhando as linhas de teclado. Definitivamente, um diferencial não apenas para "Seventh Swamphony", mas para toda a discografia do Kalmah.

"Windlake Tale" é uma das mais pesadas do trabalho e destaca-se pela grande variação e criatividade ao longo de seus 4 minutos e meio. Nesse ponto já é evidente para qualquer um as influências eruditas da banda, especialmente nos solos magistrais presentes em quase todas as músicas do disco. O clima muda um pouco em "Wolves On The Throne", outro momento em que podemos observar estruturas bem trabalhadas com ótimas linhas de guitarras, baixo e teclado.

Próximo ao fim do álbum, temos a pesada e rápida "Black Marten's Trace", que lembra um pouco os trabalhos mais antigos da banda. "The Trapper" encerra o novo álbum do Kalmah de forma digna, uma das melhores dentre as 8 faixas. É uma canção que também lembra os primeiros álbuns da banda, especialmente nas melodias das guitarras, apesar de ainda conter elementos comuns a fase atual.

De uma forma geral, "Seventh Swamphony" é um ótimo álbum, repleto de variedades que conseguem prender o ouvinte o tempo inteiro. Em momento algum ele torna-se previsível como acontece em determinados casos com outras bandas do gênero. Ouso dizer que é um dos melhores lançamentos do ano, especialmente levando em conta a exímia técnica dos músicos. Para quem já era fã o trabalho é muito recomendado e para quem ainda não conhece a banda é uma ótima maneira de dar o primeiro passo.

Nota: 5/5