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Review de show: Sebastian Bach (Sociedade Orfeu, São Leopoldo, 21/09/2013)

sábado, 28 de setembro de 2013


Fotos por Tiago Alano e Martha Buzin
Texto por Tiago Alano


Confira galeria de imagens exclusivas do ATM no final do post

Muitas pessoas ficaram surpresas com o anúncio de um show de Sebastian Bach em São Leopoldo, cidade da região metropolitana de Porto Alegre. Alguns até acharam estranho um show deste porte ser realizado fora da capital gaúcha e criticaram a iniciativa. Mal sabem essas pessoas o quão enganadas estavam, pois foi apresentado um espetáculo com ótima estrutura em uma noite memorável para os fãs de Hard Rock e Heavy Metal. O local escolhido para receber o ex-vocalista do Skid Row foi o clube Sociedade Orfeu, o mais antigo da cidade, e o show principal contou com a abertura das bandas Maça de Pedra e Hipercubo. O evento foi produzido pela Makbo em uma parceria com a escola InFlux

Quem deu o pontapé inicial da noite foi a banda Maça de Pedra, apresentando um Rock'N'Roll de altíssima qualidade. Abriram com "Não Tem Mais Como Controlar" e "Alucinação", aquecendo o público para a longa noite que seguiria-se. A vocalista Caren Suzana demonstrou-se muito empolgada com a ocasião e desejou a todos uma noite cheia de orgasmos. Vale falar que a vocalista é uma ótima performer, com uma presença de palco e atitude raramente encontrada. O guitarrista Rodrigo Java é outro que chama muita atenção, pois é um músico dotado de estilo próprio, outra característica que não estamos acostumados a ver por aí, considerando a enorme quantidade de virtuoses das seis cordas que não tem um mínimo de criatividade. Ainda tocaram mais dois sons próprios, "Sinceridade" e "Como É Que Vai Da Maçã", para logo depois encerrar com um cover do Led Zeppelin, "Whole Lotta Love", que caiu como uma luva na voz de Caren. Espero ver a banda novamente em breve, certamente um nome promisso da cena atual.

Maça de Pedra

A segunda banda a subir no palco foi o Hipercubo, quinteto com uma proposta bem tradicional dentro do Hard Rock. Assim como a banda anterior, apresentaram um set curto, porém muito eficiente. Tocaram algumas composições próprias, "Meu Amor", "Dance" e "Noite de Sexo", que cumpriram muito bem a tarefa de manter o público animado para a atração principal. Sejamos francos, boa parte do público não cria grandes expectativas sobre as bandas de abertura, mas podemos afirmar que as pessoas presentes no Sociedade Orpheu tiveram agradáveis surpresas. A banda ainda tocou um cover de "It's So Easy", do Guns N' Roses, com uma ótima interpretação do vocalista J. Kid, um frontman como poucos em nossa cena atual. 

Hipercubo

Enfim, havia chegado o momento aguardado por todos: a banda de Sebastian Bach sobe ao palco e tem início o show principal do evento. Logo de cara já mandam ver em "Slave To The Grind", faixa título do segundo álbum do Skid Row, um dos maiores clássicos da década de 90. Bach já chegou mostrando que ainda é um dos maiores frontman do mundo, pois o vocalista não para um segundo sequer e comanda o público de forma inigualável. Sem nem ao menos deixar a platéia respirar já tocaram "Kicking & Screaming" na sequência, faixa título do mais recente álbum de estúdio do vocalista.


Um fato curioso: durante o início do show, o redator que vos escreve estava entre a grade e o palco fotografando a banda. Próximo do fim da segunda canção, Bach fez um sinal para mim, aparentemente pedindo para não fotografar seu lado direito. No intervalo que antecedeu a música seguinte, até falou no microfone "esse não é um ângulo bom" com um tom de muito humor, olhando diretamente para mim. Teria o vocalista algum problema com fotos do seu lado direito? Vai saber! De fato, não contente em comandar a platéia, ele também faz questão de coordenar os fotógrafos, o que gerou situações inusitadas, como levar um dos fotógrafos para cima do palco.

Tião: "That's not a good angle."
O show continuou com mais uma canção do álbum mais recente de Bach, "Dirty Power", mostrando uma boa recepção por parte dos fãs. Mas não podemos ignorar a verdade: boa parte do público estava lá por causa dos clássicos do Skid Row, isso é óbvio! Sendo assim, para a felicidade geral dos presentes, tivemos duas músicas do primeiro álbum de sua ex-banda, "Here I Am" e "Big Guns", cantadas do início ao fim pelos fãs. Logicamente, não podemos esperar que o vocalista ainda seja capaz de fazer uma performance idêntica a versão original, afinal de contas, já passaram-se mais de 20 anos. Só que ele está muito longe de fazer feio, pelo contrário, ainda manda muito bem nas faixas antigas e afirma-se como uma das vozes mais poderosas do Hard Rock e do Heavy Metal mundial.

O álbum "Angel Down", particularmente meu favorito de sua carreira solo, foi muito bem representado por "(Love Is) A Bitchslap" e a pesada "Stuck Inside". Além da ótima presença de palco de Bach, o resto da banda destaca-se pela ótima interação com o público, com destaque especial para o baixista Jason Christopher. Devin Bronson demonstrou ser uma ótima adição a banda, mantendo-se fiel aos solos e fazendo ótimos duetos com Johnny Chromatic, guitarrista que já está com Bach desde 2005. E o que falar do baterista Bobby Jarzombek? Acredito que um baterista que tem no currículo bandas como Halford, Fates Warning, Iced Earth e Riot dispensa apresentações, certo? Como o próprio Bach disse ao final do show, um dos melhores bateristas do gênero!


Mais um clássico do Skid Row veio logo a seguir, "Piece Of Me", mais uma vez com a participação essencial do público que cantou o refrão a plenos pulmões. Mas o delírio generalizado surgiu foi na canção seguinte: "18 & Life". Precisa falar algo a respeito da reação do público? Tenho plena certeza que foi um momento de pura nostalgia para muitos. Bach também não decepcionou durante a execução da faixa, ainda mais considerando que não é uma canção muito fácil de cantar.

A canção seguinte era um dos momentos pela qual mais aguardava, a faixa "American Metalhead", originalmente gravada pelo Painmuseum e regravada por Bach no álbum "Angel Down" (o guitarrista do Painmuseum, Metal Mike Chlasciak, integrou a banda do vocalista entre 2005 e 2008). Como já é tradicional em seus shows, o vocalista adaptou o título e o refrão da música de acordo com o local onde estavam tocando, batizando a mesma como "Brazilian Metalhead". Depois desse momento com muito peso e altamente convidativo a bater cabeça, tivemos mais uma balada, especial para o público brasileiro. "In A Darkened Room", faixa do "Slave To The Grind", criou um laço muito forte entre Bach e o público tupiniquim, tornando-se uma música obrigatória no repertório toda vez que ele apresenta-se em nosso país. Mas, sejamos francos, acredito que a música poderia estar melhor posicionada dentro do set ao invés de ficar entre duas músicas mais pesadas.

"Monkey Business" foi a próxima canção que ecoou pela Sociedade Orfeu, clássico absoluto do Skid Row e uma das mais esperadas da noite. Um dos momentos mais memoráveis da apresentação! Rolou também o tradicional improviso no meio da canção. Bach começou a apresentar a próxima música, mas depois falou que aquele era o momento em que a banda precisava sair do palco e fingir que estava encerrando o show, para logo depois retornar e terminar de anunciar "Tunnelvision". A faixa em questão foi escrita em parceria com John 5 (Rob Zombie, ex-Marilyn Manson) e é uma das melhores do trabalho mais recente de Bach.




Infelizmente, percebemos a clara indicação de que estávamos próximo ao fim da apresentação quando Devin pegou um violão e começou a tocar as primeiras notas de "I Remember You". A banda começou a tocar a clássica balada do Skid Row, mas logo interrompeu ela para tocar outra música que aparentemente chama-se "One Picture". Vou ser bem honesto com os leitores, não faço ideia de que música seja. Mas logo depois seguiram tocando "I Remember You" normalmente e foi possível até mesmo escutar o eco de todas as vozes no local que estavam cantando a música junto do vocalista. O final não poderia ser diferente, com "Youth Gone Wild" gerando a catarse final na pista. Duvido que pudesse existir uma pessoa no local que não estivesse erguendo seu braço e cantando o refrão o mais alto possível. Encerramento épico para um show que ficará marcado como um dos mais empolgantes do ano.

O único ponto negativo da apresentação acabou sendo sua curta duração, que não chegou nem a uma hora e meia, além de algumas músicas que foram cortadas do set list. "Dance On Your Grave" e "My Own Worst Enemy", por exemplo, estavam inicialmente cotadas para integrar o set, mas acabaram não sendo tocadas. Outras ótimas canções de sua carreira solo também ficaram faltando, como "You Don't Understand" e "As Long As I Got The Music". E, é claro, sempre haverá algumas músicas do Skid Row que os fãs sentirão falta. De minha parte, acho que seria muito agradável ter "Psycho Love" no repertório, o que possivelmente nunca vai acontecer pelo simples fato de ter sido escrita pelo baixista que impede seu retorno a banda...

No começo do texto comentei sobre a reação de algumas pessoas sobre o anúncio do show em uma cidade do interior. Acho muito válida a iniciativa de buscar outras alternativas e locais para a cena gaúcha, ao invés de pensar que tudo deve estar centralizado na capital. Mais uma vez, a produtora Makbo está de parabéns pelo ótimo trabalho desempenhado, aprimorando a produção do evento em relação ao show do Moonspell no ano passado e servindo de exemplo no que diz respeito ao tratamento com o público. Preços justos, ótima produção de palco e som e local apropriado para receber o público. Portando, deixo registrado meu agradecimento ao Márcio por mais uma oportunidade de participar de um evento memorável e garanto que apoio e espaço no All That Metal é algo que a produtora sempre vai ter. E dia 26 de outubro estaremos na Sociedade Orfeu novamente com Hibria, Dyingbreed e A Sorrowful Dream, em mais um capítulo da construção de uma nova alternativa para o público gaúcho.

Confira galeria de imagens exclusivas do All That Metal:


Sebastian Bach: carreira solo

terça-feira, 17 de setembro de 2013



Faltam poucos dias para a vindoura apresentação de Sebastian Bach em São Leopoldo. Preparamos um post especial abordando toda a sua carreira pós-Skid Row como aquecimento para os nossos leitores. Se você ainda não adquiriu o seu ingresso, CLIQUE AQUI e confira todos os detalhes sobre este show que promete ser um dos melhores do ano em terras gaúchas. 

Qual banda não gostaria de abrir para o Kiss? Aparentemente, isso não era algo desejado pelo Skid Row em meados da década de 90. Em 1995, o grupo havia lançado "Subhuman Race", terceiro álbum de estúdio de uma banda que viveu o auge de sua carreira poucos anos antes. A verdade é que o disco não chegava nem perto do padrão de qualidade apresentado no debut autointitulado e no clássico "Slave To The Grind". Para piorar a situação, algumas tensões começaram a surgir entre Sebastian Bach e o resto da banda. Após a performance vergonhosa em São Paulo, abrindo para o Iron Maiden no Monsters Of Rock, surgiu uma ótima oportunidade para o Skid Row abrir um dos shows do Kiss durante sua turnê de reunião com Ace Frehley e Peter Criss. Bach agendou a apresentação sem o consentimento dos outros companheiros de banda, que não gostaram nem um pouco disso por acreditarem que o Skid Row era grande demais para abrir um show do Kiss.

"Você nunca é grande demais para abrir para o Kiss" - foi a mensagem deixada por Bach na secretária eletrônica de um ex-companheiro de Skid Row e, consequentemente, o início de sua carreira fora da banda. Seu primeiro passo foi juntar alguns músicos para formar um novo grupo, chamado The Last Hard Men. A nova banda de Bach contava com os guitarristas Jimmy Flemion (Frogs), Kelley Deal (The Breeders) e Jimmy Chamberlin (Smashing Pumpkins). O The Last Hard Men gravou apenas um álbum autointitulado para a Atlantic Records, que acabou optando por não lançar o material. O disco só viu a luz do dia em 1998, quando Deal decidiu lança-lo através de seu próprio selo, o Nice Records, com uma prensagem limitada de mil cópias.

BRING 'EM BACH ALIVE


Logo após a dissolução do The Last Hard Men, Bach deu início à sua carreira solo propriamente dita. Inicialmente, o vocalista gravou algumas composições novas e realizou uma curta turnê pelo Japão em 1999. A apresentação em Tokyo foi registrada e, junto das faixas inéditas, lançado em novembro do mesmo ano em um álbum chamado "Bring 'Em Bach Alive". O registro é composto por 5 faixas inéditas gravadas em estúdio com a participação de diversos músicos, além de 11 canções do show em Tokyo. Todas as faixas ao vivo são músicas originalmente lançadas pelo Skid Row, sendo a única exceção "The Most Powerful Man In The World", presente no único disco do The Last Hard Men.

Apesar de ser um álbum pouco lembrado na carreira de Bach, "Bring 'Em Bach Alive" é um trabalho essencial para os fãs do ex-Skid Row. As composições novas mostram um pouco da versatilidade de Bach, algo que não foi tão explorado por ele nos anos à frente de sua antiga banda. "Rock 'N' Roll", a faixa de abertura, é praticamente uma declaração de que ele não iria parar de fazer a música que ama nessa nova fase de sua carreira, além de soar muito semelhante ao que ele fazia no Skid Row. Temos ainda o contraste da pesada "Done Bleeding", seguida da faixa acústica "Superjeck, Superstar, Supertears". Já a canção "Blasphemer" é direta ao ponto de soar como Punk Rock, sendo seguida por mais uma faixa de muito peso denominada "Counterpunch", deixando claro que a carreira solo de Bach prometia ser promissora.



Quanto às faixas ao vivo, a verdade é que elas não ficam devendo em nada para as performances do Skid Row em seus anos de glória. Alguns dos grandes clássicos da banda estão presentes: "Riot Act", "Slave To The Grind", Mudkicker" e, obviamente, as obrigatórias "18 & Life", "I Remember You" e "Youth Gone Wild". Vale destacar também a presença de "Frozen" e de "Subhuman Race", que no álbum ao vivo está soando muito melhor que a versão de estúdio do Skid Row. O grande momento do álbum é execução de "Monkey Business", tocada em um medley com "Godzilla", clássico do Blue Oyster Cult.

Um fato curioso que poucos sabem a respeito de "Bring 'Em Bach Alive", é que existe uma versão diferente do álbum que foi lançada apenas no Japão. Na edição japonesa, quase todas as faixas de estúdio foram excluídas e outras 3 canções do Skid Row foram acrescentadas: "Here I Am", "Sweet Little Sister" e "Get The Fuck Out". Essa versão japonesa do álbum é difícil de encontrar até pela internet, sendo um dos itens mais desejados dos fãs de Bach. 



 BACH 2: BASICS


Em 2001, chegou as lojas o segundo disco de estúdio da carreira solo de Sebastian Bach. Na verdade, o novo álbum não tem nenhuma novidade, pois era apenas um apanhado de covers gravados pelo vocalista para diversos tributos. Em boa parte são bandas que de uma maneira ou outra influenciaram Bach ao longo de sua carreira. Mas o álbum está muito longe de ser dispensável e é muito válido para quem quer conhecer um lado diferente do vocalista, que mais uma vez se destaca pela versatilidade ao usar a voz que tornou seu nome mundialmente conhecido. 

"Bach 2: Basics" tem início com nada menos que 3 covers de Ozzy Osbourne: "I Don't Know", "Crazy Train" e "Believer". Por incrível que pareça, todos eles soam ótimos na voz de Bach, com destaque especial para "Believer". O petardo ainda conta com homenagens a bandas como Iron Maiden ("Children Of The Damned"), Rush ("Working Man" e "Jacob's Ladder"), AC/DC ("T.N.T." e "Little Lover") e Rod Stewart ("Tonight's the Night"). Ainda temos dois mega clássicos do Led Zeppelin, "Communication Breakdown" e "Immigrant Song", com uma ótima performance de Bach em ambas as canções.



É óbvio que não poderia faltar alguma coisa do Kiss, que marca presença em "Bach 2: Basics" com três faixas. Primeiro nós temos "Rock Bottom", do clássico disco "Dressed To Kill", de 1975. O cover seguinte é "Shock Me", presente em "Love Gun" (de 1977), canção imortalizada na voz de Ace Frehley e que contou com a participação de Rob Affuso, ex-baterista do Skid Row. Curiosamente, Bach escolheu mais uma canção cantada por Frehley para homenagear o Kiss, "Save Your Love", faixa de encerramento do polêmico álbum "Dynasty", de 1979. 

Ainda temos dois momentos curiosos em "Bach 2: Basics", sendo um deles um medley com duas canções do Hanoi Rocks, "Motorvatin'" e "Fallen Star". Um ano antes do lançamento do disco, Bach havia começado a cantar em musicais da Broadway (assunto que será abordado em um post futuro) e optou por um incluir uma faixa ao vivo de uma apresentação. A canção chama-se "This Is The Moment" e integra o musical Jekyll & Hyde, que marcou a estreia de Bach na Broadway direto com o papel principal. Apesar da qualidade da gravação não ser muito boa, fica a dica para estudantes de canto que estão lendo a matéria: escutem essa faixa! Musicais não são algo para qualquer um cantar e Bach faz uma perfomance realmente impressionante na canção.



ANGEL DOWN


Ao longo dos anos seguintes, Bach dedicou-se a uma infinidade de outros projetos. Participou de mais musicais da Broadway, esteve em reality shows e fez até mesmo participações como ator em algumas séries de TV nos Estados Unidos. Mas as apresentações de sua carreira solo não pararam e ele esteve até mesmo no Brasil em 2005, além de abrir shows para o Guns N' Roses no ano seguinte. Aos poucos, ele foi trabalhando em cima de um novo álbum de estúdio, lançado em 20 de novembro de 2007 com o título de "Angel Down". Vale lembrar que Bach não lançava um álbum composto inteiramente de músicas inéditas desde o The Last Hard Men, ou seja, foram 9 anos de espera.

Nas palavras de Paul Cashmere, da revista Undercover, "o álbum de Metal do ano, se não do século XXI até o momento". Não! O jornalista em questão não está exagerando, "Angel Down" é um álbum espetacular! Particularmente, gosto muito de recomendar o disco para aqueles que relacionam Bach apenas ao seu período mais Hard Rock do trabalho de estreia do Skid Row. "Angel Down" está anos-luz distante do que Bach fazia em sua antiga banda, soando bem mais pesado e agressivo. No geral, o álbum apresenta uma grande variedade de influências, soando bem diversificado, mas ainda assim mantendo um padrão ao longo das faixas que tem o Heavy Metal tradicional como base. 



Para gravar "Angel Down", Bach chamou um time de peso para participar da composição e gravação do álbum. Sua banda contou com dois músicos que tocaram com Rob Halford, o guitarrista "Metal" Mike Chlasciak e o baterista Bobby Jarzombek. Para o baixo foi chamado ninguém menos que o lendário Steve DiGiorgio (Testament), além do guitarrista (e fiel escudeiro de Bach) Johnny Chromatic completando o time. Ainda temos o guitarrista Adam Albright tocando na faixa-título, escrita em uma parceria dele com Bach. A produção ficou a cargo de Roy Z, músico que ganhou reconhecimento internacional na cena produzindo e tocando em 3 álbuns de Bruce Dickinson nos anos 90 ("Balls To Picasso", "Accident Of Birth" e "The Chemical Wedding"), para depois produzir ainda bandas como Judas Priest, Helloween e Sepultura. Roy Z ainda co-escreveu 4 faixas do álbum com Bach e gravou linhas de guitarra nelas ("You Don't Understand", "Love Is a Bitchslap", "By Your Side" e "Our Love Is a Lie").

Mas de todos os músicos presentes no álbum, nenhuma participação chamou mais atenção do que a presença de Axl Rose em 3 faixas de "Angel Down". Após reestabelecerem uma amizade antiga em 2006, Bach convidou o polêmico vocalista do Guns N' Roses para participar do álbum com sua voz. Uma das faixas é, na verdade, um cover do Aerosmith, "Back In The Saddle", que soou ótima na voz de ambos. Ainda podemos escutar a voz de Axl em "(Love Is) A Bitchslap", que acabou virando um dos singles do trabalho, e "Stuck Inside", faixa escrita por Bach e Johnny Chromatic. 



Outros grandes destaques do álbum incluem a faixa "American Metalhead", originalmente gravada pelo Painmuseum (banda do guitarrista Metal Mike) e "Negative Light", canção realmente pesada escrita por Bach, Mike e DiGiorgio. O falecido pai de Bach, David Bierk é duplamente homenageado no disco: primeiro com a capa, que é um quadro pintado por ele e tatuado no braço de Bach por Kat Von D; e com a magnífica balada "By Your Side". O único ponto fraco de "Angel Down" é a outra balada presente nele, que encerra o trabalho, chamada "Falling Into You". Definitivamente, ela soa deslocada em relação ao resto das canções. Um fato curioso é que "Falling Into You" foi escrita por Bach em uma parceria com Desmond Child. Nunca ouviu falar nesse nome? Certamente você já escutou algo escrito por Child! Ele já colaborou com artistas dos mais diversos gêneros possíveis e é praticamente um 'hit maker'. Lembra do memorável riff de "I Was Made For Loving You", do Kiss? Pois é, foi ele quem escreveu!

"Angel Down" foi lançado através de uma parceria de Bach com a gravadora EMI, através de um selo administrado pelo próprio vocalista. Apesar disso, o álbum teve problemas na sua distribuição e acabou vendendo apenas 6.400 cópias em sua semana de lançamento nos Estados Unidos. Mas logo depois o trabalho passou a ter uma distribuição melhor e atingiu a marca de 200 mil cópias comercializadas em todo o mundo. O álbum alcançou apenas o 191º lugar do Top 200 da Billboard, mas ficou em 1º lugar na parada de Heatseekers, que registra os álbuns mais vendidos dentre os estreantes na lista da Billboard. 

Após o lançamento de "Angel Down", uma longa turnê sucedeu-se pelo mundo inteiro para promover o álbum, além de apresentar vários clássicos do Skid Row que sempre integram o repertório. Em maio de 2008, Bach realizou uma turnê pela Austrália, para logo depois percorrer a América do Norte ao lado de Dokken e Poison. Em 2009 abriu vários shows do Guns N' Roses durante a divulgação de "Chinese Democracy", incluindo mais uma passagem pelo Brasil. Enquanto todas essas turnês estavam rolando, Bach encontrou um tempo para escrever material novo ao lado de Jamey Jasta, vocalista do Hatebreed, para o que deveria ter sido o sucessor de "Angel Down". Infelizmente, nada mais foi dito sobre o trabalho que ambos estavam desenvolvendo, pois seria incrível ver ambos atuando juntos.

KICKING & SCREAMING


Bach teve alguns problemas com os músicos que estavam integrando sua banda solo e acabou trocando alguns, mantendo apenas Johnny e Bobby. Aparentemente, Metal Mike saiu da banda reclamando que não estava recebendo seu devido pagamento, fazendo com que Bach partisse em busca de um novo guitar hero para a sua banda. Um jovem rapaz chamou sua atenção com seus vídeos no You Tube. Seu nome era Nick Sterling e um certo dia Bach tentou entrar em contato com ele, mas Nick achou que se tratava de um trote e inicialmente ignorou os e-mails enviados pelo vocalista. Após descobrir que era o verdadeiro Sebastian Bach, aceitou o posto sem hesitar e começou a compor para o novo álbum de Bach. 

O segundo disco de estúdio totalmente composto por faixas inéditas teve seu nome anunciado em 15 de junho de 2011: "Kicking & Screaming". O álbum foi oficialmente lançado em 27 de setembro do mesmo ano, com um clipe da faixa título estreando no site da revista Revolver. Mais uma vez o lançamento teve uma ótima recepção por parte do público e da crítica especializada. Musicalmente, o novo álbum assemelha-se a "Angel Down" em alguns pontos, mas tem uma sonoridade própria e mostra que Bach não pretendia se repetir. Até porque, o grupo de músicos que trabalhou no petardo era bem diferente do álbum anterior.



Basicamente, "Kicking & Screaming" foi gravado apenas por 3 pessoas: Bach, Nick (que além das guitarras também gravou as linhas de baixo) e Bobby. A maior parte das composições foi assinada por Nick, inclusive a balada "I'm Alive" que acabou virando single e ganhou um videoclipe. Outra canção que virou single conta com uma participação especial: "Tunnelvision", escrita numa parceria de Bach com o guitarrista John 5 (Rob Zombie, ex-Marilyn Manson) e o produtor Bob Marlette. "Tunnelvision" é, provavelmente, o melhor momento do álbum e conta com ótimas linhas de guitarra de John 5, além de um solo sensacional. 

Outros momentos de destaque do álbum incluem canções como "My Own Worst Enemy" (ótimas melodias de guitarra), "Dance On Your Grave" (com seus momentos de peso convidando o ouvinte a banguear muito) e "Dirty Power" (refrão que gruda de primeira). Ainda temos "As Long As I Got The Music", possivelmente a canção que melhor define o álbum, daquelas músicas que marcam o resto da carreira de um músico. Certamente, uma música obrigatória em seus shows daqui pra frente. E, obviamente, não faltam boas baladas, como "Dream Forever", que estranhamente não virou single.



A turnê de "Kicking & Screaming" também marcou o retorno de Bach ao continente europeu após muitos anos sem realizar uma turnê por lá. A banda apresentou-se em alguns dos principais festivais de verão para grandes platéias, mais uma vez levando um repertório que misturava canções dos trabalhos solos e clássicos do Skid Row. Alguns shows foram gravados para posterior lançamento em um DVD e álbum ao vivo.

O álbum foi mundialmente aclamado, a banda estava tocando pelo mundo inteiro, ou seja, aparentemente tudo estava correndo bem. Mas alguns conflitos internos passaram a surgir, mais especificamente entre Bach e seu prodígio, Nick Sterling. Os problemas começaram pelo fato de Nick ter alguns problemas com álcool e não cumprir a exigência do vocalista de que nenhum integrante da banda deve beber antes das apresentações. A dependência etílica de Nick ia um pouco além disso: aparentemente ele participou de algum incidente envolvendo bebidas e má conduta no Canadá, o que impedia sua entrada no país. A gota d'água foi sua recusa em assinar um contrato de uso de imagem para uma apresentação em Los Angeles que seria filmada no Nokia Theatre, fazendo com que ele fosse demitido da banda. 

Apesar dos incidentes ao longo da turnê, um DVD/CD ao vivo chamado "ABachalypse Now" foi lançado contendo o registro de duas apresentações: o festival francês Hellfest e o show de Los Angeles sem Nick Sterling. O DVD ainda conta com parte do show no festival belga Graspop Metal Meeting, uma apresentação inusitada abaixo de muita chuva. Para mais detalhes sobre o lançamento, CLIQUE AQUI e confira o review postado no All That Metal. 



Atualmente, Bach está trabalhando em material para um próximo álbum de inéditas. A produção novamente ficou a cargo de Bob Marlette e algumas faixas contam com colaborações de John 5, Duff McKagan e Steve Stevens. Paralelamente a isso, sua banda segue realizando apresentações regulares, agora com o guitarrista Devin Bronson ocupando o posto deixado por Nick.