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Entrevista: Paulo Schroeber (Hammer 67, Astafix, Fear Ritual, ex-Almah)

sábado, 31 de agosto de 2013


por Caio Botrel

Paulo Schroeber é guitarrista, produtor, compositor e professor, já tocou na banda Almah e hoje em dia atua nas bandas Hammer 67, Astafix, Fear Ritual e Paulo Schroeber solo. Nesta entrevista, Paulo nos contou um pouco sobre sua trajetória na música até chegar ao reconhecimento, sobre sua saúde, dicas e exemplos de perseverança. Fiquem aqui com esta grande aula do grande mestre Paulo Schroeber!



ALL THAT METAL: Olá Paulo, tudo bem?
PAULO SCHROEBER: Tudo tranquilo, primeiramente gostaria de agradecer ao brother Caio Botrel por ter me concedido essa entrevista.

ATM: Paulo, você poderia nos contar um pouco sobre seu começo na música?
SCHROEBER: Quando eu era muito mais jovem, acho que tinha lá meus 15 anos, fiz uma guitarra em casa, com uma porta velha que havia no quintal, acho que foi coisa de vocação mesmo. Após várias tentativas frustradas, finalmente meu pai me deu um violão velho, e logicamente não fazia a mínima idéia do que eu estava fazendo, até que novamente ele encheu o saco de ouvir aquela barulheira que eu fazia todo o dia e me pagou algumas aulas com um professor local.
Ao mesmo tempo em que fazia essas coisas tive o meu primeiro contato com o Metal, com o clássico "Restless and Wild" do Accept, que o namorado da minha irmã trouxe em vinil lá em casa, pois não existia cds na época, e já na primeira ouvida fiquei maravilhado com aquelas guitarras e o vocal agressivo do estilo. Depois foi como uma bola de neve, cada vez mais fui conhecendo mais bandas e comecei a comprar meus próprios discos.

ATM: Como era a sua rotina de estudos para a guitarra e o violão?
SCHROEBER: Depois que fiz algumas aulas com meu primeiro professor, resolvi mudar, pois eu aparecia nas aulas mais do que ele, e comecei a fazer aulas de violão clássico, com um professor que era uma das referências da cidade aqui em Caxias do Sul.
Era um ótimo professor, eu estudava umas seis horas de violão clássico e mais umas seis horas de guitarra por minha conta, mas esse período durou uns três anos, pois depois não aguentei a rotina do violão, que era muito pesada e disciplinada, estava em plena adolescência e queria curtir a vida.
Continuei os estudos com a guitarra e comecei a dar aulas, contra a vontade de minha família, que queria que eu fizesse faculdade, mas persisti, e até foi bom que as coisas aconteceram dessa forma, pois analisando de outro ponto de vista provei para eles que é possível, se você é dedicado no que faz, colher bons frutos com o que quer que você escolha fazer da sua vida.



ATM: Você é professor, guitarrista, produtor, qual dica você daria para as pessoas que estão querendo viver de música e tocar em uma banda?
SCHROEBER: Para viver bem de música você tem que fazer de tudo um pouco, na realidade, ao contrário do que muitos pensam por aí, o músico sério trabalha muito, toca na noite, produz, dá aulas, tem suas bandas além de sempre ter que estar se aperfeiçoando, depende das escolhas que a pessoa faz.
Eu atualmente infelizmente estou semi aposentado, devido ao meu problema de saúde, então dou apenas algumas aulas.
A minha dica é simples, caia de cabeça no que quer que você escolha e trabalhe duro, se quiser ser professor, vai ter que se adaptar a rotina, tocar de tudo, se escolher ser produtor a mesma coisa e por aí vai, o fator mais importante é ser eclético, pois tem que trabalhar com qualquer tipo de música.

ATM: Paulo, você é integrante das bandas Astafix, Hammer 67, Fear Ritual, Naja e sua carreira solo, e também é ex integrante da banda Almah, como você consegue conciliar seu tempo para tocar em todas estas bandas, dar aulas e produzir?
SCHROEBER: Como disse anteriormente, devido a minha atual situação, estou no momento apenas dando algumas aulas, gravando em vídeo meus trabalhos anteriores do Almah e futuramente de meu disco solo.
Inclusive o produtor Alex Milesi está em fase de gravações de meu primeiro videoclipe de meu cd instrumental, da música “To my Father” que acredito que será único e especial.
O Astafix está totalmente parado, pois o Wally está no aguardo do que vai acontecer comigo, e a Naja acabou já faz bastante tempo.
Tenho me dedicado bastante a Fear Ritual, que exige um trabalho enorme, pois o som é bem complexo, nós temos feito alguns ensaios, mas vai ainda demorar para a gente gravar, porém todas a guitarras estão já gravadas, faltando apenas alguns solos, mas vai ser difícil também cair na estrada com a banda, pois queremos apenas, eu e Ale Amorin registrar nosso trabalho de 15 anos atrás.
Com a Hammer 67 sempre que o Paganela (vocal) está disponível estamos compondo, e logo virá outro cd por aí, talvez com bem menos samplers e bem mais trabalhado que o primeiro registro, que era algo na linha do Rock/Metal Industrial, estilo pouco apreciado aqui no Brasil.



ATM: Poderia nos contar um pouco sobre suas bandas e os estilos?   
SCHROEBER: Minha primeira banda foi o Sepulchred, que era noise total, totalmente underground na época. Depois veio a Fear Ritual, o som já era bem mais trabalhado, na linha do Technical Death Metal, com partes melódicas também acrescentadas nas músicas.
Gravamos um EP com três músicas pela Wild Rags Records de Los Angeles, e foi muito legal, mas devido a problemas internos e eu estar cada vez mais obcecado por colocar cada vez mais riffs nas músicas, a banda acabou se dissolvendo, devido  ao desgaste dos músicos e a saída de Ale Amorin.
Como eu estava totalmente quebrado financeiramente e o mercado na época era muito favorável conheci uma garota chamada Tita Sachet e convidei ela para montar uma banda de Rock Alternativo, que tocava muito na época nas grandes rádios aqui no Sul.
Foi aí que comecei a ganhar dinheiro e minha família aceitou minha escolha profissional, pois rodamos o estado inteiro fazendo de dois a três shows por semana por muitos anos, essa banda se chamava FallUp.
Devido a problemas nas cordas vocais da vocalista e problemas pessoais, fomos obrigados com a banda já no topo, com contrato com uma grande gravadora e muitos shows, trocar de nome e encontrar outra vocalista. Optamos por uma garota de Porto Alegre chamada Izmália Ibias, e gravamos um cd e um DVD, a banda teve seus bons momentos, ganhamos alguns prêmios, como o Prêmio Açorianos de melhor intérprete, fizemos bastante shows, mas a vocal optou por ficar apenas com sua carreira solo.
Até fizemos uma última tentativa com outra vocalista, mas a banda já estava muito desgastada e optei por acabar a banda.
Fiquei acho alguns anos tocando alguns covers do Pantera, até que surgiu a oportunidade de fazer um teste para tocar no Almah. O Edu gostou do meu estilo de tocar, acabei entrando na banda e ao mesmo tempo eu e Niuton Paganela já estávamos planejando fazer alguma coisa diferente, que acabou se tornando a Hammer 67, e conheci o Wally em um bar em SP, ele me convidou para fazer uma participação no disco e acabei entrando no Astafix, que já é uma praia Thrash/Death old school.
Hoje em dia obviamente estou fazendo bem menos coisas do que antigamente, pois ainda não tenho condições de tocar ao vivo.

ATM: Você saiu da banda Almah devido a problemas de saúde, como está a situação hoje em dia?
SCHROEBER: Muita gente, mas muita gente mesmo me pergunta sobre isso hoje em dia, e tento na medida do possível responder a todas elas.
O fato é que estava com Miocardiopatia Hipertrófica no último estágio da doença, ou seja, estava morrendo, e não havia mais condições de eu continuar com nada.
Atualmente vivo uma vida tranquila, na medida do possível, pois ficar só em casa me deixa muito ansioso, gasto muito dinheiro com medicamentos, e obviamente minha família me ajuda, pois os custos são altos.
Emagreci 20 quilos desde a minha terceira cirurgia, mas posso afirmar que estou melhor, mas longe de estar ao ponto de viver uma vida normal, pois tem dias que passo muito mal, e tem dias que estou muito bem.
É uma doença bem instável e a pessoa tem que tentar pelo menos manter um astral bom, o que não é nada fácil, pois praticamente tudo faz mal. Desde a alimentação, esforço físico e é claro bebidas alcoólicas.
Obviamente não faço tudo o que o médico diz, pois senão a pessoa não se sente viva e entra em depressão.
Aprendi a conviver com isso, e tem dias que fico mal, mas vou vivendo um dia de cada vez e tentando ocupar sempre minha mente com alguma coisa, e não girar minha vida em torno da doença.
Além disso, logo após a terceira cirurgia acabei um relacionamento de 8 anos, que foi muito doloroso para mim, pois estava muito debilitado e precisava muito de alguém ao meu lado, na época.
Por isso sou eternamente grato a minha mãe, sem sombra de dúvidas sem ela não teria conseguido, não tenho palavras para expressar minha gratidão a essa pessoa maravilhosa que ficou ao meu lado todo esse tempo.
Atualmente sinto um pouco de falta de ar, ansiedade e cansaço, mas dá para ir levando, e depende também muito do dia.
Em outubro farei outra ecografia e vou ter um parecer mais claro de minha situação.



ATM: Você sente falta da rotina de shows e como é para você, saber que tem tantos fãs ao redor do mundo e que mesmo muitos não te conhecendo pessoalmente, estão torcendo por você e por sua melhora e sucesso?
SCHROEBER: Cada show para mim em todas as minhas bandas, tocava como se fosse o último de minha vida, até por isso optei por parar de tocar ao vivo, pois exige um esforço físico considerável de minha parte.
Sinto muita falta do calor do público, principalmente no Almah, onde o pessoal me tratava com muito carinho, foi realmente um sonho realizado ver no final do show que os fãs gostavam de mim de verdade, é uma experiência muito gratificante.
E pode ter certeza que sou extremamente grato a todas as pessoas que estão sempre acompanhando meus trabalhos, me mandando mensagens positivas, e torcendo por mim, aqui deixo meu muito obrigado do fundo do meu coração a cada uma delas.

ATM: Você poderia nos contar uma história engraçada de alguma turnê que você fez?
SCHROEBER: Foi engraçado na época que o Almah fez a turnê no Nordeste, e como o Marcelo Moreira conseguiu o tão cobiçado quarto separado, pois na época esse status era só do Edu.
O homem quando dorme ronca tão alto, mas tão alto que é praticamente impossível dormir perto do cara, imagina ao lado dele, e sempre sobrava para mim dormir no mesmo quarto do rapaz.
Eu demoro mais ou menos uma hora para pegar no sono, ele já é instantâneo, e começa a roncar praticamente na hora, chega a ser engraçado.
Dessa vez estávamos em uma pousada não lembro em qual lugar, em um quarto pequeno, onde as duas camas eram praticamente coladas uma na outra. Não deu outra, quando o bixo dormiu já começou aquela barulheira infernal, e eu tinha esquecido meus protetores de ouvido, lembro que coloquei no celular um Mastodon a todo o volume, não estou exagerando, e ainda ouvia ele roncando.
Resultado...não consegui dormir nada e estava completamente acabado no café da manhã, e o resto da banda me vendo naquele estado, ficaram apavorados, pois estava branco e com muitas olheiras, daí contei o que tinha acontecido.
A partir desse dia foi decidido que o Moreira ia dormir em quarto separado, pois os caras ficaram com tanta pena de mim que o quarto single seria dele depois do que aconteceu.
Fora o dia em que estávamos em Brasília, e preferimos dormir no andar de cima da casa do Marcelo Barbosa, em quatro pessoas no segundo andar, todos apertados, do que dormir do lado do Moreira que estava com todo o primeiro andar da casa só para ele...(risos)... lembro do Edu dormindo embaixo da mesa do computador do Barbosa, tamanho o medo dele de dormir do lado do cara.

ATM: Nós sabemos que a cena do heavy metal nacional, não é muito a favor dos músicos e bandas, devido ao fato de o estilo não ser muito popular no Brasil, você poderia nos dizer como realmente funciona para as bandas nacionais que não são mainstream?
SCHROEBER: Olha, talvez essa pergunta seja mal interpretada, não é que o público não seja a favor das bandas underground, apenas não se pode viver disso, e as vezes erroneamente se culpa o público a esse fato.
Bandas que estão começando vão tocar para poucas pessoas, a não ser que paguem para abrir para uma banda maior, e mesmo as bandas “mainstream” do Metal Nacional exigem muitos custos, aí sempre tem que fazer alguma coisa por fora para ganhar mais alguma grana, como dar aulas, workshops, etc.
Conheço vários exemplos, que não vou citar, obviamente de bandas que o público pensa que os caras moram em uma mansão, mas na realidade o cara mora com a família (não vejo prolema algum nisso) e a banda apenas dá um certo status, e outras que tiram seu sustento com outros negócios.
O lance é meter a cara e fazer porque gosta, o que vier depois é resultado do trabalho.

ATM: Por fim, gostaria de saber qual foi até então o momento mais marcante em sua carreira musical?
SCHROEBER: Olha fiquei muito lisongeado quando o Edu Ardanuy ainda recém saído do Almah me comprimentou e disse que ele estava sendo muito bem substituído...foi realmente muito gratificante ouvir de um músico do nível e ao mesmo tempo da simplicidade e carisma dele essas belas palavras.
E também todo o processo que passei com o Almah, foi muito legal conhecer pessoas novas, passar por uma banda que estava tocando até razoavelmente bastante na época, e ver como funciona de verdade o mercado do Heavy Metal Nacional e como se pode ou não tirar sustento disso.

ATM: Muito obrigado pela entrevista Paulo! Desejo a você o melhor, melhoras e sucesso!
SCHROEBER: Eu é que agradeço novamente a oportunidade, e espero continuar com meu trabalho e também sempre lembrando de agradeçer a todas as pessoas que vem me acompanhando nessa luta.
ATM: Muito obrigado Paulo! Cara, te desejo melhoras, sucesso e obrigado por ser uma inspiração também!

Ghost: banda jamais chamará a si mesma de Ghost B.C.

terça-feira, 9 de abril de 2013


Um dos Nameless Ghouls do Ghost foi recentemente entrevistado pelo site italiano Soundsblog.it e comentou sobre a recente mudança de nome devido a problemas legais na América do Norte. Confira alguns trechos logo a seguir.

Sobre a mudança de nome para Ghost BC:
"BC é obviamente um trocadilho para 'Antes de Cristo', mas é apenas uma emenda. Em nosso mundo, nós vamos apenas ser chamados de Ghost, e quando nos referirmos aos nossos álbuns, vai ser a versão escandinava, dizendo Ghost apenas, e nós nunca nunca nunca nunca nunca vamos chamar a nós mesmos Ghost B.C. de qualquer maneira. É como dizer 'eu vou sair e comprar uma Ferrari STE' - você não faz isso, você apenas diz, 'eu vou sair e comprar uma Ferrari.' O B.C. é silencioso, e assim que pudermos, vai ser tirado para sempre"

Sobre os planos de turnês:
"Eu sei que algumas pessoas queixam-se sobre nós não tocarmos com outras bandas de Doom, mas isso é porque nós não olhamos para nós mesmos apenas como uma banda de Doom. Nós não estamos pensando em ser que toca apenas em festivais de Doom - muito do nosso estilo musical vem de Candlemass, St. Vitus, Pentagram e Death SS ou bandas como essas - mas nós não podemos escolher tocar apenas com bandas como essas, pois nosso objetivo é tornar-se uma banda que tem uma produção enorme, uma banda de grandes teatros, e se nos tornarmos uma banda de grandes teatros, nós não podemos limitar nós mesmos a tocar em clubes com capacidade para 200 pessoas - isso seria suicídio. Nós não podemos alcançar nossos objetivos dessa maneira. Nesse sentido, nós temos sorte de ser possível agora tocar com bandas como Metalllica, Iron Maiden e Mastodon, várias bandas que nós gostamos e que nós sentimos que nós temos muito em comum. "

Um review faixa-a-faixa de "Infestissumam", novo trabalho da banda, será publicado aqui no All That Metal na quinta-feira. Enquanto isso, fiquem com alguns vídeos de canções novas.

The Agonist: Entrevista com a banda

domingo, 13 de janeiro de 2013



O blog ALL THAT METAL foi atrás da banda THE AGONIST para uma entrevista informal, conhecer um pouco sobre a banda, e descobrir maiores detalhes sobre os planos da banda para 2013, o entrevistado fora Danny Marino (guitarra), e você confere a entrevista abaixo:

Panophobia

ATM - Há alguns meses atrás, THE AGONIST tocou no Brasil, e a platéia ficou bastante impressionada com a performance e execução do som da banda. Como foi tocar para o público brasileiro? Existe alguma diferença entre nós e o público de outros países? E a experiência como um todo, não somente o show, mas o Brasil como um todo, comida, clima, lugares e etc - atendeu a expectativa de fazer com que a banda volte em um futuro?
Danny - Nossos shows no Brasil foram incríveis  O público sul americano, especialmente o brasileiro demonstra sua paixão pelo metal. E os promotores que nós trabalhamos foram atenciosos para nos levar aos pontos turísticos e para apreciar as especiarias, comidas e bebidas locais, o que realmente é ótimo. Eu amo cachaça.

ATM -  A primeira vez que ouvi a banda, fiquei surpreso por ser uma mulher a fazer aquele tipo de vocal, não somente vocais rasgados, mas como vocais limpos e guturais. Como a ideia principal para a banda fora criada? Olhando atentamente ao som, é uma mistura de novas teorias com velhas influências, demonstrando o que nós ouvimos hoje em dia. Logo, o que pergunto é, este era o som que vocês planejavam desde o inicio ou fora uma evolução natural?
Danny - Quando THE AGONIST iniciou a carreira não havia objetivos específicos, musicalmente falando.  Apenas criamos o que gostávamos de tocar. Isto continua como uma verdade, mas em "PRISONERS" foi o primeiro álbum em que pude variar o som na minha mente. Alissa sempre possuiu a habilidade de realizar ambos os tipos de vocais, desde o limpo até os guturais e ela gosta de variar para melhor destacar uma música. É muito mais interessante dessa maneira do que se limitar em um som especifico.