Epica: Entrevista com Mark Jansen

ATM - Este ano, é um ano especial para o Epica, pois teremos o décimo aniversário da banda. Podemos esperar algo especial durante o ano? Todos nós sabemos que dez anos na estrada é para poucas bandas – especialmente ser amada mundialmente e continuar com um futuro brilhante à frente.  

Mark - É isso mesmo, estamos felizes por ainda estar na ativa após todos esses anos e somos gratos aos nossos fãs pelo ótimo suporte. Nós iremos celebrar nosso aniversário de dez anos através de um grande show na Holanda no dia 23 de Março. Um grande, grande show com coro e orquestra. Como muitos estão ansiosos por este show e nem todo mundo poderá comparecer, nós decidimos transmitir este show ao vivo pela internet para que todos possam ver.

 

ATM - Olhando toda a carreira da banda, podemos perceber uma evolução musicalmente e liricamente em cada lançamento. O último álbum “Requiem for the Indifferent” de 2012 foi uma excepcional obra de arte permitindo unir o velho Epica com o novo Epica. Como é o processo de criação da banda referente ao instrumental e letras?

Mark -  nós geralmente não pensamos e sim apenas iniciamos para ver o que acontece. No entanto, cada álbum é uma reação de se antecessor. Você sempre tenta alcançar algo que faltou em álbuns anteriores. No caso do RFTI (“Requiem for the Indifferent”) a ideia era escrever algo mais complexo que revelasse seus segredos a cada execução. Eu acho que nós conseguimos o nosso objetivo, porém a desvantagem é que requer mais paciência do ouvinte e nem todo mundo ouve o mesmo álbum por um período longo.

 

Cry for the Moon



ATM -Influências são sempre importantes para uma banda já que forma uma espécie de assimilação especialmente nas demos e no primeiro álbum da banda. Todos nós sabemos que Epica fora formado após a saída de Mark do After Forever. No inicio da carreira Epica teve alguma grande influência? E com o passar do tempo às bandas crescem e essas influências são postas de lado. A banda ainda é influenciado por alguém hoje em dia?

Mark -  Eu acho que sempre há algum tipo de influência na nossa música.  Se você quer evitar ser influenciado, você teria que parar de ouvir a música como um todo. Porém, eu acredito que as influências de outras músicas (bandas, estilo e etc.) possam enriquecer a sua própria música, logo vejo como algo positivo. No inicio da carreira fomos influenciados por THE GATHERING e DIMMU BORGIR, e posterior por OPETH.

 

ATM - As vezes estar em turnê nos permite ter boas e más recordações. Quais seriam as suas melhores e piores recordações?

Mark - A minha melhor, definitivamente é ter a possibilidade de conhecer muitas culturas diferentes ao redor do mundo e especialmente conhecer novas pessoas, o que enriquece e muito a sua mente. Eu não tenho nenhuma recordação ruim, mas as vezes é difícil estar na estrada por muito tempo e ter saudades de estar em casa. Em especial quando não existem visitas culturais aos lugares onde estamos e então, ficamos demais em aeroportos ou quartos de hotéis, o que torna exaustivo certas turnês. Eu não reclamo dessas coisas, afinal é parte de nossas vidas e também os shows fazem valer a pena.

 

ATM - E ainda falando sobre turnês. Qual banda poderia ser dita como a mais excitante em realizar uma turnê com o Epica? E existe alguma banda que vocês ainda não excursionaram com e que seria a grande sensação?

Mark -  Seria ótimo realizar uma turnê com o OPETH um dia desses. Eu iria adorar! E umas das bandas mais divertidas com quem já realizaram uma turnê, com certeza seria a INSOMNIUM, além de ótima música eles são ótimas pessoas.

 

Solitary Ground



ATM - Brasil possui uma variedade de pratos, bebidas, lugares e público. E então aqui vai minha curiosidade: o que vocês mais gostaram do Brasil? (se falar “Cachaça” ou “Caipirinha”, bom estão no caminho certo). E podemos esperar outra turnê por aqui em breve?

Mark -  Eu aprecio a comida brasileira, sempre fomos tratados muito bem pelos promotores no Brasil. Mas eu também gosto da atitude do povo brasileiro. O país se supera mesmo tendo enfrentado vários problemas no passado e esta cada vez mais desenvolvendo uma grande economia com várias possibilidades. Eu apenas espero que as florestas e matas não sejam destruídas por empresas para beneficio próprio, pois a natureza é algo precioso em nosso planeta.

 

ATM - No último ano tivemos ótimos lançamentos que se encaixariam em qualquer “Top 5”. Por exemplo, poderíamos incluir BETWEEN THE BURIED AND ME, CARACH ANGREN e claro EPICA. Para você, existe um Top 5? Se sim, poderia listar para nós?

Mark - Eu amo o último álbum do ANATHEMA – “Weather Systems”. E é um pouco difícil ter um top 5 quando não tive a chance de ouvir tantos lançamentos quanto gostaria.

 

Unleashed

  

ATM - Em 2009, a banda fez uma jornada inesperada através de temas clássicos do cinema e momentos épicos com o “The Classical Conspiracy”. Para mim, Epica fora a primeira banda a fazer algo semelhante e conseguir um sucesso tremendo tanto pela qualidade quanto pela perfeição. Houve algum planejamento para esta ideia? Podemos esperar algo semelhante em algum futuro lançamento da banda?

Mark -  Tivemos um festival na Húngria em que iríamos tocar com uma orquestra, coros e tocar algumas coisas clássicas. Então nós adicionamos alguns temas de filmes nós mesmo e o conceito fora um sucesso. No dia 23 de março de 2013 nós iremos trabalhar com a mesma orquestra para a nossa festa de dez anos. J

 

ATM - E por último, algo que preciso perguntar: Simone, case comigo? (apenas brincando)

Mark -  Eu irei repassar a ela o pedido. ;-)
 

 

EPICA estas eram as perguntas que nós do All That Metal tínhamos para vocês. Por favor, sintam-se a vontade para mandar qualquer mensagem aos seus fans brasileiros.

Mark -  Obrigado a todos vocês pelo apoio! O Brasil é um país essencial para nós e por causa de vocês nós chegamos a marca do décimo aniversário. Sem vocês os nossos sonhos não se tornariam realidade. Nós agradecemos a todos pelo apoio e energia no EPICA!