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Entrevista: ANEUROSE (Wallace Almeida)

segunda-feira, 14 de outubro de 2013


por Caio Botrel

O músico e compositor Wallace Almeida, vocalista da banda Aneurose, nos conta nesta entrevista grandes histórias desde o começo da banda até os dias de hoje quando lançaram o mais novo CD, chamado "From Hell". A banda está trilhando caminhos bem recompensadores e estão ganhando cada vez mais espaço no Brasil e fora do país. Wallace nos conta também algumas histórias engraçadas da banda e dá algumas dicas para os músicos que querem tocar em uma banda profissional.

ALL THAT METAL: Como e quando surgiu o Aneurose?
WALLACE ALMEIDA:
A banda surgiu em meados de 2002, havia me mudado recentemente para Lavras e estava tentando montar uma banda. O Deus do rock ajudou, neste dia encontrei com Sávio, e dois amigos dele. Eram uma banda em busca de um vocalista, fizemos o primeiro ensaio uma semana depois e foi animal!

ATM: A banda existe há 11 anos, neste período, como foi o caminho trilhado pela banda até chegarem no mais novo CD intitulado ''From Hell''?
ALMEIDA:
São onze anos de muito rock, suor, aprendizado e investimento. Tivemos algumas experiências gravando fitas e CD demo. Nosso foco era fazer shows, detonar em cima do palco e até hoje uma das nossas características principais é essa energia. Tivemos uma pausa de 2 ou 3 anos e voltamos em 2011, refizemos todo o repertório, trabalhamos nas músicas antigas e fizemos novas com o propósito de gravar nosso primeiro disco, queríamos algo que soasse “gringo”.

ATM: A produção do novo álbum ficou a cargo de Gustavo Monsanto, como foi a experiência de trabalhar com um músico e produtor renomado?
ALMEIDA:
O Gus é um cara fantástico. Apesar de toda capacidade artística ele é uma pessoa simples, que não tem frescura. A parceria deu certo logo de cara, quando nos reunimos para viabilizar o negócio, daí em diante foi muito trabalho e suor. Passamos a semana de carnaval inteira no Rio de Janeiro gravando com ele e com Marcelo Oliveira, nosso outro produtor que também deu um show de conhecimento, esses caras tem o dom pra coisa.

ATM: Como é feito o processo de composição do Aneurose?
ALMEIDA:
Geralmente algum integrante tem uma ideia leva pro nosso estúdio e lá a gente trabalha todo mundo junto, depois disso faço uma letra e fazemos o encaixe. Nossa preocupação maior é agradar aos nossos ouvidos, precisamos curtir o que tocamos, assim sem dúvida iremos agradar aos fans.

ATM: Esse ano (2013) a Aneurose tocou no palco principal de um dos maiores festivais de Heavy Metal nacional, o ''Roça N' Roll'', como foi essa experiência e o que isto ajudou na carreira da banda?
ALMEIDA:
Cara, o Roça é simplesmente demais! É uma dimensão alternativa. O ar, a água, o goró, tudo lá é especial. Subir naquele palco pra mostrar nosso trabalho foi animalesco! Nos divertimos, a galera girou, bateu cabeça e fez um mosh destruidor! Qualquer banda que toque no Roça passa a ser encarada como destaque na cena pelas pessoas. Com a gente não foi diferente, ganhamos bastante visibilidade.

ATM: Quais são os próximos planos para a banda, e o que os fãs podem esperar do Aneurose?
ALMEIDA:
Estamos lançando esse ano nosso disco e esse é nosso foco. Estamos trabalhando, negociando com algumas gravadoras e analisando o que é melhor. A galera pode confiar! O trabalho vem sendo feito com dedicação, seja os shows, o disco ou cada ensaio. Podem esperar uma Aneurose vibrante! É proibido ficar parado enquanto estamos no palco.

ATM: Para as pessoas que ainda não conhecem o som Aneurose, qual música você recomendaria para começarem a conhecer a banda?
ALMEIDA:
Recomendo o clipe do primeiro single lançado do disco “From Hell” a faixa "Hunting Knife".



ATM: Vocês lançaram um clipe da música ''Hunting Knife'' como se deu a escolha por esta música e como foi gravar o clipe?
ALMEIDA:
Escolhemos essa música por achar que ela tem a cara da inovação na banda. Ele está impregnada de nossas influências, mistura a antiga com a nova Aneurose.

ATM: Você poderia nos contar uma história engraçada de turnê/shows?
ALMEIDA:
Cara, depois de um show que fizemos em BH nós saímos pra tomar umas e nos divertir mais um pouco. Um de nossos guitarristas estava muito louco, teve uma vontade súbita de ficar pelado! Ele queria descer da van nu! Entrar nos bares e tal. Para nossa sorte, haviam algumas namoradas da galera que estavam lá fora, e o cara resolveu respeitar. Mas a situação foi hilária!  Ele estava sem calças dentro do van, pronto pra sair correndo entre as mesas. Nunca ri tanto na vida.

ATM: Qual dica você daria para os músicos que querem ter uma banda e querem ganhar espaço na cena metal?
ALMEIDA:
Leve a sério seu trabalho, dedique-se às suas composições, trabalhe duro, faça shows, grave um disco com qualidade e valorize-se! Quero agradecer a todos os fans e a galera que nos apoia, nossos amigos e nossas famílias! Estamos trabalhando duro com o objetivo de levar o melhor da Aneurose a cada lugar! Seja em um show, ouvindo nosso disco ou num vídeo de YouTube, saibam que dedicamos cada gota do nosso suor a vocês!


Entrevista: ENARMONIKA (Carla Domingues)

domingo, 13 de outubro de 2013

 
Por Paulo Momento

Pra não dizerem que só entrevisto bandas de Pelotas, desta vez a entrevista será com uma banda de Florianópolis/SC. É verdade que comecei a colaborar com o All That Metal sempre buscando dar uma maior visibilidade para a cena da minha cidade, que já foi mais forte num passado não tão distante, e que hoje parece estar crescendo novamente. Não estou dizendo que não puxo a sardinha para o meu lado, até porque mesmo a Enarmonika não sendo de Pelotas, é formada por dois ex-pelotenses, amigos meus de longa data e também colegas de M26: o baterista Gabriel Porto e a vocalista Carla Domingues, que aqui também assume o baixo. Também não estou dizendo que só entrevistarei bandas que conheça pessoalmente, mas é verdade que ainda tem um monte de bandas que tive o prazer de conhecer, ir no ensaio, ver ao vivo, e que ainda pretendo trazer para este espaço. Por falar em ir no ensaio, desta vez, até pelo fato da banda não ser radicada em Pelotas, não pude comparecer em seu ensaio, e por isso não fiz o costumeiro vídeo.
Terminada essa introdução maçante, falemos da banda. A Enarmonika tem algumas particularidades bem interessantes, principalmente o fato de usar violino e cello como instrumentos fixos em sua música. Já que a noite é de confissões, admito que antes de ouvir o som, temia que fizessem um som mais puxado para o Symphonic Metal ou alguma mistura comum de Metal com música clássica. Mas minha surpresa foi agradabilíssima ao ver que fazem um som calcado no Avant-garde e até no Folk Metal, flertando com o erudito e o Dark Cabaret, e que o som possui uma homogeneidade incrível apesar da multiplicidade de influências e de instrumentos.
Sem mais delongas, deixemos o resto para a própria banda falar!


ALL THAT METAL: Como surgiu a idéia de montar uma banda de Metal com violino e cello? Fale um pouco sobre a história da Enarmonika.
Carla: Bem, primeiramente te agradeço e ao All that Metal pelo espaço e pela oportunidade de divulgação, Paulo Momento! Valeu mesmo! Então, desde que mudei para Florianópolis eu tenho tido a oportunidade de trabalhar bastante com a Orquestra Camerata Florianópolis, e um dos concertos de mais sucesso que fiz com eles foi o Rock'n Camerata, um concerto no qual a Orquestra interpreta clássicos do Rock como Led Zeppelin, Rush, Rolling Stones, dentre outros, acompanhada de uma banda de rock. Este espetáculo é apresentado desde 2008 e foi através dele que comecei a ter mais contato com o Daniel Galvão, que além de violoncelista da orquestra, divide os vocais comigo, nestes concertos. Foi nos backstages e viagens do Rock'n Camerata que eu e o Daniel começamos a conversar sobre a possibilidade de montar uma banda. Em seguida a Iva, que também toca na Camerata, se inteirou das nossas ideias, e também demonstrou interesse, e assim marcamos a primeira reunião...

ATM: Quais as dificuldades para ensaiar e tocar ao vivo fazendo uso desses instrumentos em sua música?
Carla Domingues: o problema maior é equalizar tudo de forma igual... Com o violino da Iva não tivemos problemas, porque o instrumento dela é elétrico. Mas com o cello do Daniel está sendo um pouco mais complicado, porque apesar de ele ter um captador que possibilita ligar o cello em linha, ainda não conseguimos atingir um nível de timbre e volume a contento. Outro problema vem sendo a questão do retorno, sobretudo para o Daniel também, e é nisso que estamos nos focando agora, em termos de aparelhagem.

ATM: Como definirias o estilo da banda? E quais as principais influências musicais?
Carla: nós temos fugido bastante de rótulos, até porque ainda estamos experimentando muitas coisas e creio que esse rótulo vai acabar vindo com o tempo. Contudo, somos bastante influenciados por bandas do avant garde metal, como Diablo Swing Orchestra. Sobre influências diretas, posso falar por mim, escuto muito DSO, Apocalyptica, Silent Stream of Godless Elegy, The Gathering, Opeth, Anathema, e algumas coisas mais extremas também, como Vader, Morbid Angel... Depende muito do momento, mas acho que tudo o que escutamos no dia a dia acaba influenciando de alguma forma na hora de compor.

ATM: A banda ainda não tem um material oficial gravado. Estão trabalhando ou planejando trabalhar nisto? Quando teremos o prazer de ouvir uma gravação oficial da Enarmonika?
Carla: Sim, estamos trabalhando em composições próprias. Temos 3 músicas prontas e pretendemos finalizar mais 1 ou 2 para então gravar um possível EP, o que, acredito, deve acontecer até o fim do ano, mais tardar nos primeiros meses de 2014.

ATM: As duas músicas de vocês que pude ouvir, são uma em inglês e outra em alemão. Podemos esperar sempre essa multiplicidade de idiomas em suas letras? Algum plano de compor letras em português?
Carla: Bem, no momento eu tenho sido a responsável pelas letras da banda e a criação delas depende muito do que eu sinto a respeito da música na qual estamos trabalhando. Essa é a minha maneira de compôr. Muito raramente eu acabei escrevendo uma letra inteira antes da música. Sobre a diversidade de idiomas, como eu tenho me dedicado à ópera há alguns anos, tenho tido oportunidade de cantar em diversas línguas, então quando comecei a compôr com a Enarmonika eu pensei: por que limitar as letras a um só idioma? Hoje em dia vivemos num mundo onde as bandas já não se preocupam somente em comunicar sua música com o universal inglês, e eu compartilho esse pensamento. Certamente teremos alguma música em português, mas não sei quando... 

ATM: Por falar em letras, quais os temas abordados nas letras de suas composições?
Carla: Geralmente escrevo sobre os conflitos e dilemas que afligem o ser humano no mundo de hoje, no qual a individualidade é cada vez mais oprimida, mas é também libertadora, em muitos casos. Somos oprimidos pela mídia, pela religião, pela política, pelas raízes familiares provincianas, mas ao mesmo tempo é justamente nesse ponto que podemos encontrar uma face libertadora, tudo depende da maneira como nos posicionamos frente a essas questões. É mais ou menos por aí que busco comunicar meus pensamentos musicalmente.

ATM: A banda recentemente tocou no River Rock 2013, sendo esta a primeira apresentação. Como foi esse show pra vocês? E a receptividade do público?
Carla: Foi incrível, mas ao mesmo tempo uma grande responsabilidade. Foi nosso primeiro show, estávamos no cast de um festival ao lado de bandas bastante renomadas, então tínhamos uma pressão, pois queríamos que tudo ocorresse da melhor maneira possível. E achamos que o saldo foi extremamente positivo, o público foi aumentando consideravelmente durante nossa apresentação e depois recebemos muitas mensagens e e-mails, de pessoas que prestigiaram o show. Foi bem legal...

ATM: A vocalista Carla possui uma sólida carreira como cantora lírica profissional. Ela e o baterista Gabriel também tocam na M26. A banda é nova, mas ao que parece, todos os músicos já são bastante experientes em seus respectivos instrumentos. Apresente brevemente cada membro da Enarmonika e seus projetos e influências.
Carla: Bem, eu me formei em Canto pela UFPel, em 2005, mas nessa época já estava na M26 e também na Vetitum, da qual saí nesse mesmo ano. Depois disso tive uma banda em Floripa, junto com o Gabriel e outro pelotense, o Zozi Xavier, que se chamou Fake Twilight, com a qual fizemos abertura para o show da Agua de Annique, banda da ex The Gathering Anneke van Giersbergen, em SP. No meio erudito tive a oportunidade de cantar no Uruguai, no Teatro Solis, e também no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, além de concertos em diversos outros lugares do Brasil e uma breve passagem pela Itália. O Gabriel, além da M26 e da Fake Twilight, também teve outra banda em Florianópolis, a Misdeed, com a qual teve a oportunidade de abrir o show do Marduk e Vader em Curitiba. A Iva não veio do meio heavy metal, mas a meu ver se encaixou bastante na proposta da banda. Ela é de Santa Maria, se graduou em música lá e tocou em uma banda chamada Poços e Nuvens. Já em Florianópolis, ela atua como violinista na Camerata Florianópolis, sendo solista e spalla também. O Daniel já teve mais experiências no meio rock/ metal. Fez participações na banda Möngrel e ainda toca na Jugulator, mais voltada ao stoner. Está terminando seu curso de música na UDESC e também é violoncelista na Camerata Florianópolis. O Eduardo Pimentel é com certeza o músico mais experiente da banda. Há 20 anos na estrada com a Brasil Papaya, ele tem participado como músico convidado em apresentações de diversos artistas nacionais. Infelizmente, o Dudu está de saída da Enarmonika, por razões pessoais, e estou noticiando isso em primeira mão aqui. Ele ainda nos apoiará nesse momento de transição, até encontrarmos a pessoa certa para a guitarra da Enarmonika.

ATM: Fale sobre a cena underground de Florianópolis e região. Cite outras bandas daí que mereçam destaque, na sua opinião.
Carla: Acredito que a cena underground em Santa Catarina, em geral, é bastante ativa. Seguido acontecem shows em Joinville, Timbó, Laguna, Blumenau, sem falar dos festivais open air, fora o River Rock, em Indaial, e todo mês de dezembro tem acontecido o Zoombie Ritual, Rio Negrinho, que esse ano tem como headline o Benediction, D.R.I, Tim Ripper Owens, Kreator, além de diversas bandas de destaque nacional e da América Latina! Aqui em Florianópolis acredito que a cena já foi mais ativa, mas ainda acontecem shows, mas talvez não com a frequência ideal, digamos assim. Existem ótimas bandas aqui algumas mais consolidadas como Khrophus e Rhestus, e outras emergentes como Antichrist Hooligans, Blakk Markett, Homicide, entre outras, e são elas que tem feito tudo acontecer... Parece-me que existem muitas bandas boas, mas falta um lugar mais central para que o público se acostume novamente e volte a apoiar as bandas autorais locais em detrimento de bandas cover, festas open bar ou reuniões de amigos. Existem bandas, existe público, mas falta um elo maior entre eles.

ATM: Enfim, agradeço pela entrevista e pela atenção dedicada ao All That Metal. Deixe suas últimas palavras aos nossos amigos leitores! Muito obrigado!
Carla: Sem dúvidas sou eu quem agradece o espaço e a divulgação e esperamos estar com nosso material oficial em mãos, em breve, para poder levar nosso som ainda mais longe e quem sabe, tocar por aí! Deixo o endereço do nosso site, www.enarmonika.com e convido a todos a “curtirem” nossa página no facebook! É isso! Grande abraço!


Entrevista: DISTRAUGHT [vídeo]

sábado, 14 de setembro de 2013


Poucas bandas nacionais dispensam apresentações ao citarmos apenas o nome do grupo. A DISTRAUGHT é uma delas, com mais de 20 anos em atividade que tornaram a banda uma das mais importantes do cenário nacional. Seu trabalho mais recente, "The Human Negligence Is Repugnant", foi lançado em maio do ano passado e apresenta um Thrash Metal de altíssima qualidade, certamente o melhor registro criado pelo quinteto porto alegrense. 

Para marcar o aniversário de um ano do All That Metal, nada mais justo do que fazer uma matéria especial com a banda. Apresentamos hoje uma entrevista totalmente diferente do que nossos leitores estão acostumados a ver no blog: registramos em vídeo a conversa com a banda e você pode conferir tudo na íntegra! Praticamente um talk show do ATM, gravado na sede da Rádio Putzgrila com algumas cervejas sobre a mesa. 

A conversa durou cerca de meia hora e abordamos vários temas ao longo desse tempo. Conversamos sobre o novo álbum, o cenário nacional, a participação de André Meyer no novo álbum do Hibria e vários outros assuntos envolvendo a história da banda. Alguns dos integrantes chegaram atrasados devido a contratempos no trânsito desorganizado de Porto Alegre, mas nada que atrapalhe o resultado final da entrevista. 

Sem mais delongas, fiquem com o vídeo da entrevista: