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1 ano de All That Metal

sábado, 14 de setembro de 2013


Imagine que um dia uma pessoa chega até você e fala que dentro de um ano vai ser absolutamente normal conviver em meio aos shows de várias bandas que você escutou sua vida inteira. É dito também que você vai ter a oportunidade de conversar com vários músicos cujo trabalho você sempre acompanhou, alguns deles até mesmo pessoalmente. Seu nome estaria presente até mesmo na lista de convidados de uma de suas bandas favoritas. Não sei quanto a vocês, mas eu não acreditaria no que essa pessoa poderia falar. Não mesmo!
Mas isso tudo não apenas aconteceu, como passou a ser quase um cotidiano vivido por este que vos escreve. Que atire a primeira pedra o fã de Metal que nunca desejou conhecer de perto seus ídolos, trocar ideias com eles e desenvolver um trabalho que ganharia reconhecimento pela web. Nunca poderia imaginar as consequências trazidas pelo simples fato de ter criado este blog. E hoje que o All That Metal completa um ano, decidi compartilhar com vocês algumas das histórias que sucederam-se ao longo desse período. So here we go...


O início

Comecei a escrever sobre música em 2005, quando estava cursando Comunicação Social em minha terra natal, Bagé, no interior do Rio Grande do Sul. Ofereceram uma página de um jornal quinzenal para abordar as bandas locais e assim dei os primeiros passos no ramo. Passei cerca de um ano realizando esse trabalho e mais tarde colaborei com outros sites especializados em Metal. Depois de um certo tempo hibernando, surgiu a ideia de criar meu próprio blog sobre o assunto, mas demorou muito até colocar o projeto em prática. 
Então, uma certa noite em setembro do ano passado, o tédio estava me consumindo e por algum motivo inexplicável acreditei que aquele era o momento certo para dar início ao trabalho que vocês acompanham hoje. Em uma única noite com muito café e cigarros, escrevi todas as matérias postadas no primeiro dia do que viria a ser o All That Metal. Naquela época, me sentia entediado de sempre ver nos sites especializados as mesmas bandas, os mesmos assuntos, era tudo igual por todos os cantos da web. Minha ideia era criar algo para um público diferenciado, com um material diferente e apostando em artigos próprios ao invés de simplesmente postar notícias que podem ser encontradas em qualquer outro site. 
Alguns fatos curiosos que nunca foram explicados por aqui são o nome do blog e a imagem do nosso avatar. O nome veio de uma ideia bem simples: All That Jazz. Além de ser um bom trocadilho, já deixa bem claro que por aqui não existem preconceitos ou limites em relações aos gêneros abordados. Quanto ao avatar presente na página do Facebook e demais imagens de divulgação, cabe uma explicação mais elaborada: meu emprego cotidiano é como fotógrafo de moda. O All That Metal surgiu quase como uma forma de provocar a cena inteira, pois nunca seguimos padrões da mídia especializada. Sendo assim, nada melhor para provocar os dois mundos do qual fazia parte do que uma imagem retirada de um catálogo de moda inspirado no Black Metal. Simples e objetivo, uma marca definitiva do blog. 
Começamos mostrando capas de álbuns clássicos com gatos, relembrando o maior blog de humor headbanger que já existiu e falando sobre bandas que mudaram com o tempo. O primeiro 'hit' do ATM foi uma matéria sobre as maiores pérolas da Rede Globo relacionadas ao Metal. A prova definitiva de que realmente chegamos para falar de Metal de uma forma diferente surgiu alguns dias depois: um dia inteiro especialmente dedicado a Devin Townsend no lançamento do álbum "Epicloud" e o primeiro review da história do blog que não era sobre uma banda de Metal, uma resenha de "Fight Like A Girl", da Emilie Autumn. Foi assim que começou a definir-se o público do ATM, leitores que não são o típico fã de Metal padrão que escutou as mesmas bandas a vida inteira. 
Alguns dias depois o blog começou a emplacar mesmo. No dia 20 de setembro, data mais especial do ano para qualquer gaúcho, lançamos a coluna Southern Extremism, totalmente dedicada a mostrar o que temos de melhor no Rio Grande do Sul. A primeira banda entrevistada foi a Postmortem e logo depois tivemos a participação de Armada SA e Frost Despair. Na mesma época, apareceu a primeira das muitas entrevistas internacionais que tivemos, com Gloria Cavalera. Outros destaques do período inicial do blog incluem diversos artigos que tiveram ótima aceitação dos leitores (Iron Maiden em Donington, Hottest Chicks In Metal, fãs de Manowar e o artigo mais acessado da história do ATM: A hora e a vez das groupies falarem) e alguns furos exclusivos de reportagem, como anunciar a turnê do Cavalera Conspiracy antes de todo mundo (clique aqui e depois aqui).


Reconhecimento

As coisas passaram a mudar em dezembro do ano passado com o primeiro review de show do ATM, uma cobertura completa do show do Moonspell. Na época, não costumávamos fazer credenciamentos para cobertura de shows e tudo aconteceu de forma inesperada. Primeiro, houve um concurso para o Meet & Greet com a banda... fui um dos vencedores! Logo depois, foi realizada uma promoção para almoçar com a banda... mais uma vez, fui o vencedor! O resultado é o que vocês podem conferir no review do show, uma experiência incomparável de passar um dia inteiro ao lado de uma das minhas bandas favoritas. Um dia que vou lembrar para o resto da minha vida. E que foi compartilhado com todos vocês aqui no ATM. Prometo que ainda vou criar um blog chamado ATM Backstage apenas para as histórias inusitadas que acabam não sendo publicadas por aqui, e vai ter muita coisa desse dia que não está no review.
Pela primeira vez na curta história do blog surgiu o reconhecimento pelo trabalho que estava sendo desenvolvido. Mais entrevistas internacionais surgiram, sendo duas delas realmente especiais para mim. A primeira foi com James McIlroy, guitarrista do Cradle Of Filth, banda da qual sempre fui um fã devoto. Logo depois tive a oportunidade de conversar com Michael Amott, nada mais nada menos que o guitarrista e fundador do Arch Enemy, além de já ter tocado no Carcass, duas bandas fundamentais para a minha formação musical. A entrevista com Michael foi DE LONGE a melhor que já tive a oportunidade de fazer pelo ATM. Sério, não tem como comparar com nenhuma outra. O guitarrista é um exemplo de simpatia e humildade para a cena inteira. Tem gente que imagina que um músico como ele poderia ser um dos mais egocêntricos no meio da música extrema, mas ele é totalmente o oposto disso. Um acontecimento que marcou não apenas a história do blog, mas também a minha visão sobre ele e a música em geral.
Mais artigos marcaram este ótimo período vivido pelo blog, sendo que muitos deles ainda recebem vários acessos até hoje. Apresentamos o texto mais completo já escrito em português sobre o Les Légions Noires, a obscura cena francesa de Black Metal. Criamos a melhor trilha sonora para você curtir o fim do mundo. Selecionamos as versões mais pesadas de canções de Game Of Thrones e Elder Scrolls. Falamos sobre os melhores álbuns de 2012 e apontamos os mais esperados de 2013.
Mas algumas mudanças aconteceram logo a seguir...


Reformulação

Em janeiro fui obrigado a me afastar do blog por questões pessoais que realmente me impediram de dar continuidade ao trabalho que estava sendo desenvolvido. Durante o período em que estive fora, quem ficou comandando tudo foi um antigo colaborador que estava comigo desde outubro do ano passado. Infelizmente, tivemos algumas diferenças de opinião sobre determinados assuntos fúteis e cada um seguiu seu rumo, ele criando seu próprio site e eu seguindo em frente com o ATM. Apesar do pedido, optei por não deletar seu trabalho no blog pelos leitores que poderiam ter interesse em ler o material (vide entrevistas com The Agonist, Rotting Christ, Epica e Paul Allender do Cradle Of Filth).
Ao invés de simplesmente retomar as atividades do ATM como se nada tivesse acontecido, uma estratégia mais elaborada era necessária após quase 3 meses sem postagens regulares. Formei uma equipe, estipulei metas e prazos, mudamos o foco para abordar mais a cena nacional. Definimos um objetivo: queremos fazer cobertura de shows, oferecer um relato dentro dos padrões midiáticos de um veículo de qualidade e apresentar fotos que transportem o leitor para dentro do show. Uma palavra é capaz de definir tudo isso que estávamos buscando: profissionalismo. 
O retorno foi em grande estilo, com uma entrevista de Pinche Peach, do Brujeria. Em abril do ano passado tive a sorte de viajar no mesmo avião da banda durante a turnê sul americana, passei a viagem inteira conversando com ele e seguimos mantendo contato. Ainda tive a oportunidade de ver El Brujo sem máscara e a honra de conhecer um de meus bateristas favoritos, Nick Barker (ex-Cradle Of Filth e Dimmu Borgir). Só faltou o Jeff Walker nessa turnê! A entrevista com Pinche Peach foi postada pontualmente às 16:20 (entendedores entenderão).  Curiosidade: a entrevista foi realizada ao longo de vários dias com muita tranquilidade. Em um desses dias em que estávamos conversando, ele teve que interromper a entrevista para dar atenção aos filhos. Conseguem imaginar isso?
Na mesma época em que retomamos as atividades do blog, surgiu a ideia de fazer uma matéria especial em homenagem aos 3 anos da morte de Peter Steele, vocalista/baixista do Type O Negative. Estava tudo certo: garantimos uma entrevista com ex-baterista do Type O, Johnny Kelly, e mais a participação especial de outros músicos renomados que eram amigos de Peter. Mas Johnny só enrolou para enviar as respostas, estava sempre ocupado, a data passou e a homenagem não aconteceu. Tudo bem, perdoamos Johnny pelo simples fato de ter integrado uma banda que fez história no Metal. Ao menos ele ficou sabendo que tenho o logo da banda tatuado.
Matérias de destaque do retorno do ATM incluem: "We Like The Bad Girls" da Red Front; review de "Closed Eyes", da banda Astaria; o único review faixa-a-faixa de "Infestissumam", do Ghost (BC); figuras históricas que formariam grandes bandas de Metal; o único texto em português com a história completa do misterioso Devil Doll; um artigo sobre bandas francesas.
Depois do review do show de Paul Di'Anno em Porto Alegre, alcançamos o objetivo citado acima. Passamos a fazer coberturas de shows credenciados e os 3 principais shows de maio foram relatados em detalhes no ATM: Andre Matos, Morbid Angel e Grave Digger
As mulheres do nosso gênero musical favorito também passaram a ganhar cada vez mais espaço. Primeiro tivemos uma entrevista com Mizuho Lin, vocalista da Semblant, banda que nunca fiz questão de esconder que é uma das minhas favoritas na cena nacional. Logo depois tive a honra de realizar a primeira entrevista de Lindsay Schoolcraft como tecladista do Cradle Of Filth, com direito a agradecimento especial dela citando meu nome em seu perfil pessoal. Lindsay revolucionou o ATM: fizemos a nossa primeira matéria totalmente em inglês a pedido dela mesma! Isso abriu as portas para postarmos entrevistas em inglês e buscarmos bandas desconhecidas no país sem medo de pensar se isso poderia ou não gerar acessos. Assim chegamos a outra vocalista do metal extremo, Marika Hyldmar, do Illnath, que fez sua segunda entrevista na banda através do ATM.
Quanto ao time formado que citei acima, no vídeo ao final do post vou entrar em detalhes. Mas algumas coisas merecem ser mencionadas aqui:
  • Lucas Queiroz, velho amigo de muitos porres na Cidade Baixa, campeão das polêmicas com a coluna Six Strings Lovers.
  • Certa vez uma leitora do blog apareceu me adicionando no Facebook  e convidei ela para juntar-se a nós depois que falou que cursava jornalismo. Pouco tempo depois ela sugeriu a realização da Semana Ronnie James Dio no ATM, que resultou na nossa primeira matéria emplacada nos destaques do Whiplash. O nome dela é Paola Rebelo e não tornou-se apenas minha parceira número um nas coberturas de shows, mas também uma grande amiga!
  • Uma das pessoas que eu mais tenho orgulho de dizer que integra nossa equipe: Ana Rauber! Sempre contribuindo com ótimas ideias e entrevistas com bandas como Dyingbreed, Prophajnt, Human Plague e Hate Handles.
  • Paulo Momento, um dos caras que mantêm o underground vivo no interior do estado, sempre trazendo grandes matérias, como entrevistas (Trail Of Sins, Bloodytrap, Bullseye, Drunkenstein) e coberturas de eventos que rolam em Pelotas (Dark City, Bokada Metal Fest de junho e agosto). Para mostrar que a cena gaúcha está MUITO além do que rola na capital, fazendo do Paulo um sujeito essencial em nosso grupo. 
  • O mineiro da nossa equipe, Caio Botrel, que emplacou o mais recente 'hit' do ATM, a entrevista com Paul Schroeber!
  • O primeiro sujeito que topou colaborar no ATM, Delmar Borba, sempre lembrando os maiores clássicos do gênero
  • Last, but not least... o barman da casa, especialista nos drinks de absinto, Adriano Pasini! Só para lembrar: ele esteve por aqui primeiro como entrevistado com a banda Armada SA. Para a surpresa geral, de TODAS as bandas nacionais que já postamos no blog só existe UMA mais acessada que a Armada SA, que é o Angra. O Adriano ainda ganhou umas dicas de canto da Melissa Cross, junto do Odommok (Frost Despair) e da Mizuho Lin.

Expansão

Acho que só passei a tomar conhecimento do quanto o blog estava sendo reconhecido a partir do momento em que passei a receber convites para realizar outras atividades relacionadas a música. A primeira oportunidade que surgiu foi através do meu grande amigo Deivid Daudt, DJ da Vampire Cabaret. Comentei com ele que adoraria ser DJ de uma festa que toque músicas numa linha gótica só para tocar uns sons mais pesados, algo que estava faltando em Porto Alegre. Na mesma hora ele me convidou para ser DJ da Vampire Cabaret e o ATM entrou como colaborador da festa. Isso foi muito divertido! Justamente pelo fato de que eu estava lá pelo prazer de tocar músicas que eu gosto para as pessoas, sem nenhum compromisso de levar isso muito a sério como muitos DJ's locais. Nesse quesito, meu foco sempre foi trabalhar em cima das minhas próprias músicas com a minha banda. Mas foi ótimo e espero fazer isso de novo. 
O outro convite que recebi foi ainda mais especial e requer que eu explique de forma mais detalhada. Há alguns anos conheci a Carol Bijl, uma publicitária com a qual sempre curti trocar várias ideias e ficamos muito tempo tentando trabalhar juntos em algum projeto. Ela passou a produzir um programa da Rádio Putzgrila totalmente voltado para bandas independentes, o New Kidz On Dead Rock. Fui convidado para participar do programa para falar do blog e o trabalho que estávamos desenvolvendo com bandas underground, decidi levar a Paola e o Queiroz comigo. Comparecemos no programa que foi veiculado ao vivo no dia 1º de junho. 
O que parecia ser apenas um convite para participar do programa acabou virando uma proposta para permanecer como apresentador fixo. Honestamente, eu não sabia o que esperar, mas aceitei por ser um desafio totalmente novo e uma boa oportunidade de expandir o trabalho que eu faço com o ATM. Quem realmente comanda o programa é a Ana Beise, mais uma dessas pessoas incrivelmente legais que conheci graças ao ATM. E sinto te informar Ana: hoje em dia o New Kidz (que passou a chamar-se Groovypedia Studio Live) não é apenas teu filho, passou a ser meu também! 
Apresentar o programa é tão importante quanto escrever para o blog. Só é diferente: o blog é aquele momento de reflexão e opiniões exclusivamente minhas, enquanto o New Kidz/Groovypedia são duas horas de interação e troca de ideias. É a extensão que eu achei para o ATM. Além do mais, é uma honra integrar o grupo da Putzgrila! Em julho ainda rolou um especial do ATM no Dia Internacional do Rock totalmente dedicado aos anos 80. Ensaio para um futuro programa do blog? Quem sabe...

Atualidade

Como disse anteriormente, o New Kidz/Groovypedia é o momento de interação em tempo real do trabalho que desenvolvi no ATM. E de tudo que já rolou no programa, nada pode-se comparar ao dia em que recebemos o Jacques Maciel, do Rosa Tattooada,  no estúdio. Não vou mentir, se eu falar que era fã da banda antes disso vou estar mentindo. Mas é inegável que é uma grande honra entrevistar um músico com a experiência dele. Honra maior ainda é ter seu trabalho reconhecido pelo Jacques. 
No final das contas, o encontro rendeu muito assunto para o blog: primeiro fizemos um review do show acústico no Malvadeza Pub e depois postei um trecho da entrevista com Jacques relatando a primeira passagem do Sepultura por Porto Alegre. Ainda ganhei um DVD da banda com uma dedicatória do Jacques, devidamente adicionado à minha coleção de itens autografados, fotos e demais artefatos adquiridos durante esse ano com o ATM. Muito obrigado, Jacques! Pode sempre contar com meu apoio!
Tivemos vários reviews de shows nos últimos tempos. A Paola e o Caio estiveram no show do Avantasia em São Paulo e fizeram uma "resenha escrita a quatro mãos". Rolou também um review da passagem do Winery Dogs por Porto Alegre. E para ninguém pensar que só queremos fazer resenhas de shows internacionais, fizemos uma cobertura com fotos exclusivas do último show da Prophajnt antes da pausa que a banda deu (eles retornam ano que vem!).
Anteriormente, citei que durante a transição da nova fase do blog passamos a manter um foco maior em bandas do underground nacional. Para a surpresa geral, isso aumentou de forma muito significativa o número de acessos. Isso é algo muito satisfatório, saber que alcançamos nosso objetivo em criar um público diferenciado, algo bem distante daquele tradicional fã que só escuta as mesmas bandas sempre. Bons exemplos disso é a boa recepção de entrevistas que postamos de bandas como Save Our Souls e Hecatombe, além das postagens do Drops Metal Media, com novidades das bandas assessoradas por esses grandes parceiros do ATM. 
Do meu ponto de vista, tivemos três grandes momentos nos últimos tempos:
  • Show do Angra em Porto Alegre: começamos com uma série de matérias especiais cujo ponto alto foi uma entrevista exclusiva com Rafael Bittencourt, cortesia do nosso parceiro Homero Pivotto, assessor de imprensa da Abstratti. O show foi fenomenal, com direito ao Rafael posando diretamente para mim em uma das fotos (CLIQUE AQUI para ler o review e ver a galeria de fotos). Pra completar, o Felipe Andreoli ainda usou uma foto minha como avatar de seu perfil no Facebook. Épico!
  • Fizemos a cobertura do Possessed da forma ideal. O review foi totalmente focado nas apresentações do Possessed e da Postmortem e optamos por deixar os problemas ocorridos durante o evento para um outro post. Não acho que faço um trabalho melhor do que qualquer outra pessoa ou veículo, muito menos considero ter concorrentes. Pelo contrário, quanto mais apoio houver entre veículos do gênero, melhor será para todos que atuam na área do jornalismo especializado em Rock e Metal. Mas acabei lendo cada relato absurdo sobre o show, alguns repletos de erros sobre os acontecimentos daquela noite. É uma pena que tudo isso aconteceu e ainda resultou no fim de mais uma produtora local. Enfim, se alguém ainda tem dúvidas sobre tudo que rolou na noite de 8 de agosto no Beco, basta ler as duas matérias e tirar suas próprias conclusões. 
  • E, por fim, o que deu início a todo este post: CLIQUE AQUI e descubra como fui no show do Soulfly alcançando o maior reconhecimento que o ATM já teve. 
Por fim, gostaria apenas de destacar um convite que recebi como uma grande honra recentemente. Já enviei várias matérias do ATM para o Whiplash e quem atua na área do jornalismo sobre Rock/Metal sabe que o site é colaborativo, não é difícil ter matérias postadas por lá e basta enviar um determinado número para ganhar sua página com todas as matérias. Mas no meu caso eu recebi a proposta de ter a página de minhas matérias do próprio João Paulo Andrade, fundador e proprietário do site. Achei bacana ter meu trabalho reconhecido pelo dono do maior site do gênero. Ou seja, vocês podem conferir todas as matérias que já enviei para lá em minha própria página no site

Futuro

Tem muitos projetos que debatemos entre os colaboradores e que nem sempre são colocados em prática. Algumas coisas por falta de tempo e outras por exigirem investimentos que estão além do nosso alcance. A principal delas é apresentar o blog em um site de domínio próprio com um layout novo e mais agradável. Já era para ter acontecido há muito tempo, mas por um motivo ou outro ainda não rolou. É uma das prioridades para o futuro.
Tratando-se de investimentos e dinheiro, acho importante ressaltar que jamais ganhamos um centavo sequer com o ATM. Não foi por falta de oportunidades, já me ofereceram propostas envolvendo grana para escrever determinadas matérias, mas acabei recusando. É que uma vez que você aceite ser pago por uma matéria, não significa que você estará fazendo aquilo por vontade própria, mas sim pelo comprometimento e/ou necessidade. Logicamente, gostaria muito que o blog pudesse manter-se por si próprio e gerar uma renda para todos os envolvidos. Um dia, quem sabe, isso aconteça, mas jamais vai ser nosso foco. Fazemos isso tudo porque amamos esse gênero musical e queremos contribuir com a cena underground.
O ATM sempre apoiou e sempre apoiará bandas independentes, essa é a maior certeza que vocês podem ter em relação ao que produziremos no futuro. Algumas coisas vão mudar ao longo do segundo ano de atividades, isso é uma certeza. Mas as bandas que gostariam de divulgar seu trabalho em nossa página e, especialmente, aquelas que já tem uma parceria mútua com o blog, podem ter certeza que sempre podem ter seu espaço garantido em nossas postagens.
Para finalizar, gostaria de eu mesmo deixar algumas palavras com vocês...
(por favor não liguem para as olheiras e o cabelo desarrumada, virei a noite preparando os posts de hoje...)

Possessed: declaração sobre show em Porto Alegre

sábado, 17 de agosto de 2013


Conforme foi citado no nosso review do show que o Possessed realizou em Porto Alegre no dia 8 de agosto, alguns problemas ocorreram durante a realização do evento. Não entramos em detalhes na resenha justamente pelo fato de que estávamos aguardando alguma declaração da produção do evento sobre os acontecimentos. Portanto, cá estamos com o aguardado relato.

Para quem não estava lá e não faz ideia do que estamos falando: após a apresentação de abertura da Postmortem, os dois organizadores do evento subiram no palco explicando que parte do cachê do Possessed ainda não havia sido pago. Algumas propostas para a resolução do problema foram apresentadas, o que gerou revolta de parte do público (como foi citado no review sobre a senhorita imprudente que subiu no palco com o intuito de destruir equipamentos). No final das contas, os problemas foram resolvidos e a banda apresentou-se normalmente. 

Quem fez a declaração foi Marlon Mitnel, proprietário da Mitnel Produções, através de sua página pessoal no Facebook e com o texto sendo divulgado pelo assessor de imprensa da produtora. Confira abaixo o texto postado. 


Tudo que posso afirmar é: problemas acontecem. Conheço o trabalho de Mitnel desde os tempos que ele organizava festivais em Santa Maria e posso afirmar com total certeza que está muito longe de ser um Negri, como alguns passaram a difamar. Pelo contrário: acho que foi uma atitude muito corajosa de sua parte subir no palco e deixar bem claro para o público os problemas que estavam rolando nos bastidores. Seria muito mais fácil não avisar ninguém e deixar o show rolar com o atraso mesmo, ou mesmo cancelar alegando alguma desculpa qualquer. 

Da mesma forma, vou ressaltar mais uma vez o que foi dito no review: não adianta nada o pessoal ficar reclamando da cena o tempo inteiro e não fazer nada por isso. O que foi dito na declaração é a mais pura verdade: open bar sempre lota, independente do que vai tocar. Mas se é para pagar uma apresentação de uma banda grande que veio tocar na sua cidade, ninguém tem dinheiro. Se é uma banda underground então nem se fala. E a regra aplica-se a todos: esperava ver um público maior no Morbid Angel, assim como no Angra e vários outros shows realizados esse ano. Até entendo que tem rolado vários shows grandes um atrás do outro, mas mesmo assim, vários são anunciados com antecedência. 

Nunca disse isso por aqui: quem acompanha o ATM deve ter percebido a mudança na linha editorial ao longo do tempo, pois hoje somos muito mais voltados para bandas do underground nacional. Por incrível que pareça, isso aumentou MUITO o número de acessos em nossa página, nem dá para comparar ao que era no ano passado. Esse tipo de coisa, como a forte parceria que formamos com várias bandas e o comprometimento em levar aos leitores o que existe de melhor no mercado nacional, é algo da qual tenho muito orgulho e dá uma esperança de que existem sim pessoas empenhadas em fazer isso tudo crescer. 

Moral da história: antes de criticar, faça algo. Você ao menos compra o CD daquela banda em que seu amigo toca?

Review de Show: Angra em Porto Alegre (01/08/2013) com galeria de fotos

domingo, 4 de agosto de 2013


Texto por Paola Rebelo
Fotos por Tiago Alano

Na quinta-feira (1º de agosto), o Bar Opinião sediou o show de uma das bandas mais icônicas do cenário do metal nacional. O Angra, trazido para Porto Alegre pela produtora Abstratti,conta atualmente com Rafael Bittencourt , o único membro fundador da banda, e Kiko Loureiro nas guitarras, Felipe Andreoli no baixo e Ricardo Confessori na bateria. Com a saída do vocalista Edu Falaschi em maio do ano passado, o italiano Fabio Lione (Rhapsody of Fire) foi convidado para assumir o microfone durante essa turnê, enquanto a banda não encontra um novo vocalista fixo.

Às 20h15, a banda Sastras foi a primeira a subir no palco. Formada na cidade de Butiá em 2005, o diferencial da banda de metal melódico são as músicas cantadas em português, com temáticas relacionadas à história do Rio Grande do Sul. Sua formação atual conta com Nathy Pfützer nos vocais, Rudy Moraes na guitarra, Thiago Moreira no baixo e Thiago Battisti na bateria, contando também com a participação especial do guitarrista Eduardo Martinez (Hangar). Em um show de meia hora, a banda apresentou quatro canções próprias, incluindo o single "Escrituras Reveladas" e "Chacal", do EP conceitual chamado CHACAL: Em Busca do Destino, que será lançado gratuitamente no dia 10 de agosto pelo site oficial da Sastras. Com direito a um solo de bateria de Battisti e a excelente performance de todos os membros da banda, em especial a vocalista Nathy Pfützer, a banda conquistou aplausos e gritos do público que já enchia a casa para assistir ao Angra.


A segunda banda de abertura da noite, Datavenia, começou sua apresentação às 21h05. O grupo, formado no município de Frederico Westphalen em 2007, tem como proposta um som mais puxado para o thrash, e conta com as influências de bandas como Metallica, Pantera, Motörhead e Sepultura, entre outros. A banda é formada por Eduardo Luís Pegoraro, Quatrin Dos Santos, Guilherme Argenta e Guilherme Mello, e suas músicas podem ser ouvidas em seu MySpace, assim como informações de seus próximos shows podem ser conferidas em sua página no Facebook.

A banda optou por tocar não só suas músicas próprias, mas também alguns covers de clássicos do metal. Assim, o show foi iniciado com "Sad But True" (Metallica), seguido de "Bang Your Head", uma de suas canções próprias. Com competência e uma incrível presença de palco, Datavenia conseguiu agitar a casa enquanto se deslocava de Black Label Society e Pantera até suas músicas autorais. Às 21h40, fechou o show com um impecável cover de “A Tout Le Monde” (Megadeth), fazendo com que todas as vozes presentes se juntassem à do vocalista Guilherme Mello.


Com um atraso de cerca de meia hora, Angra começou sua apresentação com a longa faixa introdutória “Unfinished Allegro” de seu trabalho de estreia, Angels Cry (1993), seguida da música homônima ao título do álbum. Desde o início, Lione mostrou que, além de sua voz potente e ressonante e de sua impecável presença de palco, também exibia muita simpatia e carisma, e recheou o show do de cabo a rabo com interações com a plateia, ora em inglês, ora em espanhol. Após a acelerada “Nothing to Say”, o vocalista anuncia que um dos fãs na plateia, que estava na grade no show do Kamelot em Porto Alegre (na época em que Lione substituía o ex-frontman da banda, Roy Khan), estava de aniversário. Após conseguir localizar o rapaz para parabenizá-lo, “Waiting Silence” foi a próxima canção escolhida, com um instrumental um pouco diferenciado da versão de estúdio que incluiu um solo de baixo de Andreoli.

De volta às origens do Angels Cry, “Time” foi seguida de “Lisbon”, canção destaque do álbum Fireworks (1998), tocada com o som do teclado gravado, pela ausência de um tecladista. Já em “Millennium Sun”, por sua vez, Kiko Loureiro abandonou temporariamente sua guitarra para assumir as teclas. Sempre conversando com o público no intervalo entre as músicas, em um espanglês de difícil compreensão em alguns momentos, Lione prometeu que na próxima vez que vier ao Brasil já terá aprendido português.


Ainda com Kiko Loureiro no teclado, Felipe Andreoli assumiu as passagens cantadas por Hansi Kürsch (Blind Guardian) na faixa "Winds of Destination", enquanto Lione seguia com sua magistral interpretação das partes cantadas por Edu Falaschi. Em “Gentle Change”, Loureiro auxiliou Ricardo Confessori na percussão, enquanto Rafael dividiu os vocais com Fabio Lione. Em seguida, em “The Rage of the Waters”, o vocalista italiano deixa o palco, e Bittencourt assume inteiramente os vocais. De volta para o público, Lione apresenta com louvor todas as suas técnicas de interpretação na melodiosa "Silence and Distance", em uma perfeita aula de comunicação com o público, sem que sua voz jamais perca a força e desafine em uma nota sequer. Após "Wings of Reality", Lione, Felipe Andreoli e Ricardo Confessori deixam o show ao cargo apenas de Rafael Bittencourt e Kiko Loureiro.

Uma fã, que conheceu pessoalmente a banda no cruzeiro 7000 Tons of Metal, foi convidada a se unir aos dois no palco. Em um ambiente acústico, sentados em cadeiras com apenas violões e microfones, Rafael discursa um pouco sobre a trajetória do Angra, e falou sobre como as músicas que eles escrevem geralmente são compostas primeiramente para violão, e depois passadas para a guitarra. Com apenas os violões dele e de Kiko, Rafael cantou a comovente balada “Reaching Horizons” e, mesmo sem possuir a pujante voz de André Matos, vocalista original da faixa, não deixou a desejar em sua performance, apostando em elementos mais singelos que destacaram o coeficiente emocional da canção.


Antes de tocar a exótica “Late Redemption”, Bittencourt falou sobre o processo criativo dessa canção de que a banda tanto se orgulha, e como foi trabalhar com Milton Nascimento durante sua gravação. Nessa faixa, Kiko Loureiro assumiu a voz de Nascimento, enquanto Rafael Bittencourt cantou as estrofes que antes pertenciam a Edu Falaschi. Os dois guitarristas aproveitaram aquele momento mais intimista do show para falar sobre o ex-integrantes da banda, citando o nome de cada um deles e dizendo que aquela turnê não comemorava apenas os 20 anos do álbum Angels Cry, mas também os 22 anos de existência do Angra. “É uma entidade, cada um que passa por ela deixa seus valores”, afirma Kiko Loureiro, “mas uma banda é muito mais do que só esse somatório de pessoas”.

Rafael protagonizou o microfone mais uma vez enquanto dividia os acordes de violão com Kiko em “Make Believe” e, surpreendentemente, encerraram o momento acústico do show com “Queen of the Night”. A faixa fazia parte apenas da versão japonesa do álbum Holy Land (1996), e só veio a ser lançada oficialmente no Brasil no EP Freedom Call, em uma versão remixada e menos orquestrada do que a original.

O resto da banda e Fabio Lione retornam ao palco e cobrem suavemente o momento de maior proximidade dos dois guitarristas com o público com a melancólica balada “No Pain for the Dead”. O ritmo se torna um pouco mais veloz em “Evil Warning”, e a plateia que antes se mantinha respeitosamente contida nas músicas que antecederam retornou ao seu status de um público de heavy metal, com entusiasmo e exaltação. Fabio Lione e os membros Angra deixaram os fãs clamando seus nomes para traz por alguns minutos, porém todos sabiam que o show ainda não havia encontrado o seu fim.


Os bons ventos do bis trouxeram as músicas que a plateia passou a noite desejando ouvir. “Nova Era” e “Rebirth” foram cantadas por Lione com auxílio de todas as vozes que encheram o Bar Opinião para o show daquela noite. O italiano aproveita esses últimos momentos em contato com os porto-alegrenses para falar (em seu bom espanglês) sobre seu apreço pelos trabalhos do Angra, e como o considera uma das bandas mais importantes do cenário mundial do heavy metal.

O grand finale foi, evidentemente, “Carry On”. A canção lançada em 1993 pelo álbum Angels Cry, mesmo 20 anos depois, continua sendo o sucesso mais icástico da carreira do Angra. Apesar do desempenho impecável de Fabio Lione durante todo o show, tanto na questão de sua qualidade sonora como em seu comportamento e interação com o público, seu único deslize se deu durante a música mais famosa e esperada pelos fãs. No momento em que veríamos do que a intensa voz do vocalista convidado seria capaz, nas agudíssimas notas cantadas por André Matos na versão de estúdio, ele esqueceu a letra e trocou risadas com Rafael Bittencourt. Um errinho logicamente perdoado pelo público, que cantava animado sem se importar se o cantor deixou de acompanhá-los por um instante sequer.

Faltavam apenas dez minutos para a uma hora da madrugada quando a banda se despedia do público de Porto Alegre, distribuindo agradecimentos, palavras afáveis, palhetas e baquetas. Não se sabe ainda quem assumirá os vocais do Angra daqui para frente ou quando será lançado um novo álbum, mas se sabe que essa turnê foi um importante marco na história da banda. Os fãs de power metal jamais esquecerão o dia em que puderam testemunhar a união da maior representante do estilo do Brasil com um dos maiores vocalistas do cenário mundial.


Setlist:

1 - Angels Cry
2 - Nothing to Say
3 - Waiting Silence
4 - Time
5 - Lisbon
6 - Millennium Sun
7 - Winds of Destination
8 - Gentle Change
9 - The Rage of the Waters
10 - Silence and Distance
11 - Wings of Reality
12 - Reaching Horizons
13 - Late Redemption
14 - Make Believe
15 - Queen of the Night
16 - No Pain for the Dead
17 - Evil Warning
18 - Nova Era
19 - Rebirth
20 - Carry On

Galeria de fotos: