Em meio a toda a saturação atual nas vertentes mais extremas do Metal, uma banda como o Astaria é muito bem-vinda para preencher um espaço até então pouco valorizado na cena. A banda foi formada em Porto Alegre no ano de 2005 e lançou seu debut, "Closed Eyes", ano passado. O petardo conta com 9 faixas e mais uma bônus que apresentam uma banda a caminho de seu amadurecimento musical diferenciando-se em meio ao mar de bandas atuais.
O som da banda traz influências óbvias de Heavy Metal Tradicional, mas com uma abordagem mais moderna, soando bem original ao longo desse primeiro play. Algumas passagens de teclado também nos remetem a clássicos do Doom, tornando inegável a influência assumida de Black Sabbath. A qualidade técnica dos músicos também merece destaque, bem como a do vocalista Marcelo Laserra, que passa bem longe dos clichês do gênero. Completam a formação Ian Caiê (guitarra), André Machado (guitarra e teclado), Guilherme Pfeifer (baixo) e Giovani Lazzari (bateria).
O álbum abre com a instrumental "Aura", que nos traz "Horizon Seeker", faixa que já serve como uma boa amostra do que está por vir. Impossível não destacar o ótimo refrão da música, certamente vai grudar na sua mente logo na primeira audição. "Wind Rose" vem logo a seguir com todo o seu peso e um ótimo trabalho do baterista Giovani Lazzari. Certamente uma das melhores canções do álbum.
"Morpheus" chama a atenção do ouvinte logo de cara, uma bela canção que alterna entre momentos mais pesados e outros mais calmos, melodias marcantes e linhas de teclado que dão um certo clima épico para a faixa. Logo depois temos o que já tornou-se praticamente um hino entre os fãs da banda, "Fire That Cannot Burn". Música bem pesada, com um refrão incrivelmente grudento, ótimo solo de guitarra e um trecho mais arrastado absolutamente perfeito para banguear.
Outro ponto alto do álbum é "Agony Passenger", uma balada com tom melancólico onde, mais uma vez, os teclados fazem uma grande diferença. Temos ainda a pesada "Raven's Eye" e "Fields Of Sorrow". Essa última é outro grande momento de "Closed Eyes", a faixa mais longa do álbum que conta com belíssimas harmonias e um ótimo trabalho vocal.
Encerrando o trabalho temos "Ancient Times", uma faixa rápida e com linhas de guitarras marcantes. O riff dela lembrou-me um pouco os trabalhos mais antigos do X-Japan, mas uma lembrança muito vaga que logo é esquecida quando a música chega a um trecho com muito peso que afirma de vez a exímia técnica dos integrantes do Astaria. Como bônus ainda temos uma versão mais lenta de "Ancient Times".
O único ponto negativo do trabalho acaba sendo a mixagem que ficou devendo muito. Não é algo que compromete o álbum como um todo, mas que prejudicou, de alguma forma, a qualidade de algumas canções. "Fields Of Sorrow", por exemplo, é uma canção que realmente necessitava ter um tratamento melhor, visto a grande quantidade de detalhes dessa que é uma das melhores faixas do álbum.
Vale a pena manter-se atento ao Astaria. Certamente, é uma banda que merece mais visibilidade e que tem ótimas qualidades para atuar entre os grandes nomes de nossa cena.
Confira as canções "Raven's Eye" e "Morpheus" logo abaixo.
Confira as canções "Raven's Eye" e "Morpheus" logo abaixo.
Nota: 3,5
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